quinta-feira, 28 de julho de 2011

Esteatose Hepática

A Esteatose Hepática, geralmente chamada de gordura no fígado ou fígado gorduroso, é o acúmulo de gorduras no interior das células do fígado.
Esse mal pode levar a uma hepatite (inflamação do fígado) e a cirrose se a hepatite não for diagnosticada e a sua causa não for tratada. Este acúmulo geralmente é causado por uma doença do metabolismo ou por agentes tóxicos como medicamentos e álcool. Como são situações distintas, falaremos neste artigo apenas a Esteatose relacionada a distúrbio metabólico.

O acúmulo de gordura no fígado, sem a presença do álcool ou outros agentes externos, é denominada doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Dentro dessa denominação geral, chamamos de Esteatose Hepática (EH) a DHGNA sem sinais de hepatite e da esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) a DHGNA com hepatite. A importância dessa diferenciação é que a EH pode levar a EHNA, que por sua vez pode levar a cirrose a longo prazo.
A Esteatose Hepática, em quase que a sua totalidade, surge do distúrbio do metabolismo denominado resistência à insulina, que é comum em diabéticos, obesos e portadores da chamada síndrome metabólica. A insulina é um hormônio que regula diversas funções no organismo, entre elas a função de avisar as células de que há glicose em excesso no sangue, promovendo então a utilização da mesma e o acúmulo do excedente em forma de glicogênio no fígado e a produção e acúmulo de lipídeos, principalmente no tecido adiposo.

De modo muito simplificado, na resistência à insulina, a quantidade de insulina produzida no organismo é normal, mas as células diminuem a sua capacidade de detectá-la. Assim, os tecidos do organismo se comportam como se houvesse pouca insulina, mesmo que a sua quantidade esteja aumentada, e invertem o processo de acúmulo para o de liberação de energia, como se houvesse falta de açúcar no sangue (mesmo que também esteja em excesso).
O resultado é que as gorduras acumuladas no tecido adiposo em forma de lipídeos são quebradas e transformadas em ácidos graxos para a sua utilização como fonte de energia. Este excesso de ácidos graxos será captado e acumulado no fígado, como uma defesa do organismo no sentido de reduzir o acúmulo destes, nos vasos sangüíneos que leva a diversas outras doenças como infartos cardíacos ou cerebrais.

A Esteatose Hepática é um achado quase universal em obesos (até 95%) e diabéticos do tipo 2 (até 92%), mas também não é incomum em pessoas magras e não diabéticas, com uma incidência na população geral em torno de 24%, o que torna a condição uma das patologias mais freqüentes no nosso meio e a doença hepática mais comum no mundo. Felizmente, a grande maioria dos portadores não apresenta qualquer outra complicação da doença no fígado (o que não exclui outras complicações não-hepáticas da síndrome metabólica, como aterosclerose, hipertensão arterial, doenças cardíacas e outras).
Cerca de 10 a 20% dos portadores de EH, no entanto, por diversos mecanismos ainda em investigação, evoluem com o surgimento de hepatite, a esteato-hepatite não alcoólica. Nós não sabemos quais os portadores de EH desenvolverão EHNA, nem que fatores desencadeiam essa progressão. Mas a destruição contínua de células do fígado causada pela inflamação, com a formação progressiva de cicatrizes (fibrose) leva, a longo prazo, à deformidade na estrutura do fígado e comprometimento da sua função, uma condição denominada cirrose hepática, em cerca de 3 a 5% dos portadores de EHNA após 20 anos.
Até que os mecanismos de desenvolvimento da EHNA estejam mais adequadamente desvendados, as estratégias de tratamento estão limitadas a tratar as causas da síndrome metabólica: obesidade, sedentarismo, diabetes e dietas inadequadas, associadas ao tratamento medicamentoso da própria síndrome em si, através de sensibilizantes à insulina se as medidas anteriores não surtirem o efeito desejado.

Assim, todas as pessoas com quadro sugestivo de resistência à insulina, seja obesidade, diabetes, histórico familiar, dislipidemias (elevações no colesterol e triglicérides no sangue) devem ser investigadas em relação à presença de acúmulo de gordura no fígado e, se o mesmo for encontrado (geralmente por ultrassonografia), em relação a presença de hepatite (através de exames de sangue). Todos devem ter a sua patologia de base tratada ou controlada, com dieta (individualizada para cada pessoa), exercícios regulares e/ou medicamentos, para que seja possível evitar a progressão para EHNA e cirrose.


Um comentário:

  1. primeiro desculpas por utilizar um pouco do seu tempo

    bom fui diagnosticado com esteatose moderada a 2 messes por que estava sentido uma sensacao de inchado proximo ao figado fiz 2 utrasom 1 tomografia computadorizada endoscopía e colonoscopia
    resultados
    ultrason de abdomem total sugestiva a esteatose moderada
    tomografia concluasao esteatose e calcificacao de baço da adrenal direita
    endoscopia pisquisa de hpilory negativa, gastrite leve
    exames laboratoriais
    colesterol normal
    triglicerides normal
    tgo tgp t bill normais
    glicose normal
    ggt normal
    fosfate alcalina normal

    aqui onde moro so tem um gastro e nao tem um profissional na area minha pergunta o medico nao me passou nemnhum remedio e disse para nao comer mais gorduras e fazer exercicios fisicos ja perdi 9 kilos porque estou acima do peso ideal ainda falta alguns kilos mas a sensaçao de inchado nao passa parece que vai estourar proximo ao figado fui no ps varias vezes e me passam so buscopam e luftal ja perdi as contas de quanto luftal tomei por favor me ajude nao estou tendo mas vida social estou faltando demais no meu emprego porque tem dia que esta bem pior tenho 30 anos 186 estou pesando hj 123 kilos estou fazendo exercicios regularmente como esteira 1 hora por dia e bicicleta 30 minutos

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