sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Casa Bonsai mais uma vez em evidência !!!

Casa Bonsai é capa do encarte Bem Viver do Jornal de Piracicaba!!!
 

A Casa Bonsai Recanto do Idoso, mais uma vez em evidência!!!

Parabéns a equipe do Jornal de Piracicaba pela matéria.
 
Obrigado Equipe do JP

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Proposta Fisioterapêutica para cuidadores de portadores da doença de Alzheimer

Esta proposta é baseada em  todos os manuais encontrados e  tem como objetivo melhorar a qualidade de vida do portador da doença de Alzheimer (DA).

Atividades de vida diária (AVDs)

Higiene pessoal
O banho pode causar estresse e medo num idoso portador de DA. Ele pode apresentar resistência ou esquecer-se de tomar banho ou de como fazê-lo.

Sugestões para o cuidador:
• Sempre manter uma rotina: o banho deve ter sempre um horário pré-determinado (manhã, tarde ou noite) para que o idoso adquira um hábito ;
• Antes do banho, o cuidador deve preparar todos os objetos necessários  para  que  não  tenha  que  interromper  o  banho, deixando o idoso sozinho ou confuso ;
• Sempre controlar a temperatura da água do banho por causa da perda de sensibilidade e da alteração cognitiva ;
• Durante o banho, o cuidador deve  inspecionar a pele do idoso à procura de lesões que possam estar escondidas;
• Não esquecer da higiene oral, que deve ser feita sempre depois das refeições com escova de dentes macia, e quando não for possível o uso da escova, usar uma espátula de madeira envolta com gase. As próteses dentárias devem  ser higienizadas depois das refeições e não esquecer da higiene da cavidade oral;
• As unhas devem ser cortadas regularmente;
• Os cabelos devem ser lavados e cortados regularmente e o mesmo deve ser observado com relação à barba;
• Tornar o banheiro seguro com o uso de barras, tapetes antiderrapantes e cadeiras de banho ;
• Deve-se deixar o  idoso realizar a tarefa com o máximo de independência possível. Se necessário, o cuidador pode dar o comando verbal de forma clara e pausada como “agora vamos tirar a blusa”, “passe o sabonete nos pés” e elogiar quando a tarefa for realizada de forma adequada. Da mesma forma, devem ser feitas as atividades de enxugar-se e de vestir-se novamente.
• Para os idosos que adoram tomar banho, esta atividade pode ser um recurso para acalmar o idoso quando este se encontrar muito  agitado. Quando  o  idoso  ainda  apresentar  resistência quanto a tomar banho, deve-se evitar confrontos e discussões e, se necessário, procurar ajuda especializada com enfermagem.

Vestuário
Os  portadores  de DA  esquecem-se  de  como  vestir-se,  não sabendo colocar  roupas adequadas e a ordem de colocação das peças.

Sugestões para o cuidador:
• Evitar roupas com muitos botões, cintos e fivelas, pois esses acessórios podem atrapalhar  tanto o doente como o cuidador. O melhor é utilizar velcros, elásticos e roupas com fecho na parte da frente;
• Evitar sapatos com cadarços e chinelos e dar preferência a sapatos com solas antiderrapantes;
• Ter modelos  iguais  de  determinadas  roupas  que  o  idoso prefere vestir;
• Colocar as peças em ordem de colocação e sempre dar o comando verbal de forma clara e pausada e deixar que o idoso realize a atividade do modo mais independente possível;
• Acompanhar o  idoso enquanto ele se veste e não oferecer muitas opções de roupas;
• Os  agasalhos devem ficar  sob  responsabilidade do  cuidador, pois o portador perde a capacidade de perceber o frio ou o calor;
• Enquanto  o doente  estiver  se  vestindo,  sempre utilizar  a cama ou uma cadeira segura para evitar quedas.

Incontinência urinária e fecal
Na fase mais avançada da DA ocorre a incontinência urinária e fecal. A incontinência urinária é mais comum e pode ocorrer no início da doença, enquanto a incontinência fecal só ocorre em fases mais avançadas. Na DA o idoso pode perder a capacidade de perceber quando precisa  ir ao banheiro, não saber onde fica o banheiro e do que fazer ao ir ao mesmo.

Sugestões para o cuidador:
• Não causar constrangimento ao idoso quando ele apresentar algum episódio de incontinência ;
• Organizar os horários para as idas ao banheiro, observando os horários das eliminações e levar o idoso ao banheiro com intervalos regulares, assim criando um hábito ;
• Vestir o idoso com roupas fáceis para serem tiradas, como calças com fecho de velcro;
• Colocar setas na casa com indicativo de onde é o banheiro e na porta do banheiro colocar um cartaz informativo;
• Durante a noite, deixar a luz acesa tanto do banheiro como do caminho a  ser percorrido para  ir até o banheiro e,  se o idoso apresentar perdas durante a noite, utilizar  fraldas geriátricas;
• Não  restringir  a  ingestão  de  líquidos    que  isso  poderá causar desidratação;
• Colocar barras de segurança próximas ao vaso sanitário;
  Se, mesmo  com  todas  essas medidas,  o  idoso  continuar apresentando perdas urinária ou fecal, fazer o uso de fraldas geriátricas durante o dia todo ou então de sondas;
• Evitar que o  idoso permaneça com  fraldas molhadas por muito tempo e a cada troca higienizá-lo adequadamente com água e sabonete neutro;
• A agitação do idoso pode signiicar que ele quer urinar ou evacuar ou então que a fralda está suja.

Cuidados com pacientes acamados
Com a continuidade da doença, o idoso passa a ficar restrito à cadeira de rodas ou acamado e isso traz complicações tais como escaras de decúbito e hipotermia quando estiver muito frio, o que causa desconforto e agitação. Devemos lembrar que a profilaxia para o aparecimento de escaras de decúbito é a mobilização.

Sugestões para o cuidador:
• Deve-se fazer uma higiene adequada do idoso no leito;
• Não deixar vincos nos  lençóis do paciente para evitar escaras;
• Realizar mobilização do paciente no leito, mudá-lo de decúbito de duas em duas horas (alternar decúbito lateral, dorsal, cadeira de rodas e poltrona), fazendo com que o paciente não permaneça no  leito durante  todo o  tempo,  levando-o, por exemplo, para tomar banho no chuveiro ou tomar banho de sol;
• Utilizar  colchão de  ar  com pressões  alternadas  e,  se não for  possível, utilizar  luvas  com  ar nas  proeminências  ósseas;
  Se  o  idoso  alimenta-se  na  cama,  levantar  a  cabeceira  e, depois das  refeições  observar  se há  resíduos de  comida no leito;
• Manter sempre a pele do doente hidratada;
• Observar qualquer tipo de lesão na pele para que elas possam ser tratadas adequadamente evitando o aparecimento de escaras .

Se o idoso já apresentar escaras:
• A alimentação deve ser rica em proteínas e vitaminas;
• Deve-se procurar orientação médica para o uso de medicamentos locais, antibióticos e tratamento das doenças associadas;
• Raios ultravioletas – os raios solares são eficazes para o tratamento de escaras, então deve-se expor o local da escara ao sol logo pela manhã.

Atividades de vida prática – AVPs

A  realização de atividades que o portador  sempre costumava  fazer  pode melhorar  a  auto-estima  e  assim  a  qualidade  de  vida. Deve-se  ajudar  o  portador  a manter  as habilidades  pessoais,  ou  seja,  uma  idosa  que  sempre  foi dona de casa pode usar algumas habilidades desse serviço, como auxiliar na limpeza da casa ou cozinhar com supervisão.
 
Também deve-se lembrar que a DA é uma doença progressiva e que com o passar do tempo as preferências e habilidades do portador poderão mudar.

Sugestões para o cuidador:
• Atividades que possam trazer risco ao doente, como dirigir ou controlar as finanças, devem ser restringidas quando necessário;
• Se o idoso gosta de cozinhar, ele sempre deve ter supervisão do cuidador, pois o idoso pode não se lembrar de como manipular eletrodomésticos com segurança. Deve-se evitar o uso de batedeiras (estimulando a bater o bolo com a mão), a aproximação à panelas contendo alimentos quentes ou mexer no fogão sem auxílio e supervisão;
  Evitar  atividades  com  objetos  perigosos  como martelos, pregos, facas, etc.;
• Algumas sugestões de atividades indicadas para portadores de DA que são de fácil realização e faz com que o idoso perceba que está realizando uma tarefa útil: artesanato, cuidar de jardins, ajudar a cuidar da casa.

Proposta fisioterapêutica de um programa terapêutico domiciliar

O programa  terapêutico  domiciliar  se trata de uma extensão do tratamento fisioterapêutico.
Será enfocada a qualidade de vida tanto do portador como do  cuidador pois trabalha a independência do doente e complicações como perda de força muscular, dores devido a encurtamentos, imobilidade e deformidades, aparecimentos de escaras, etc.
Caso o idoso se recuse a realizar a atividade proposta,  não  insistir  e  deixar  para mais  tarde,  evitando discussões.

Caminhada e dança
Deve-se incluir a dança e a prática de caminhada no programa domiciliar, visando à melhora da mobilidade, do equilíbrio, da socialização, da manutenção da força muscular e do estado emocional do paciente.

Exercícios de alongamento
Alongamento é uma manobra terapêutica que visa aumentar o comprimento de tecidos moles a fim de melhorar a flexibilidade da articulação.
• Alongamento da musculatura cervical  (flexão, extensão e inclinação);
• Alongamento dos membros superiores (extensores, adutores, abdutores do ombro, músculos peitorais e de flexores e extensores do cotovelo);
•  Alongamento  do  tronco (flexão,  extensão  e rotação);
• Alongamento dos membros inferiores (glúteo máximo, isquiotibiais, reto femoral, adutores, abdutores, flexores plantares e dorsilexores).

É importante lembrar que o paciente não deve sentir dor.
 
Os exercícios para mobilidade descritos a seguir podem ser realizados de forma ativa quando o paciente consegue realizá-los sozinho, assistido quando o paciente necessitar de algum auxílio ou passivo quando o paciente  já não for capaz de realizar o movimento.

Mobilização articular
A mobilização  das  articulações melhora  a  rigidez  e  a  dor por isso ela é muito importante para o portador de DA, já que mantém a amplitude de movimento, o que facilita a realização de atividades de vida diária e de transferências.

• Flexão, extensão rotação e inclinação da cervical;
• Mobilização escapular  (elevação, depressão, adução e abdução);
• Flexão, extensão, adução e abdução de ombro;
• Flexão e extensão de cotovelos, punhos e dedos;
• Flexão, extensão e rotação de tronco;
• Flexão e extensão de quadril e joelho simultaneamente associando a adução e abdução de quadril;
• Flexão plantar e dorsiflexão;
• Exercício de ponte.

A seguir serão descritas formas de auxiliar ou até mesmo de realizar a transferência do paciente. Deve-se dar o auxílio suficiente para que o paciente consiga se transferir quando ele ainda o consegue, e quando ele não for capaz a transferência deve ser realizada pelo cuidador.

• Decúbito  dorsal  para  lateral:  o  paciente  deve  flexionar o membro  inferior  do  lado  oposto  ao  lado  que  irá  deitar e com ajuda do membro superior também oposto fará adução virar para o  lado. Se o paciente não for capaz, o cuidador deve usar de pontos-chave como o quadril e ombro. Para voltar ao decúbito dorsal, realizar a extensão dos membros inferiores e rodar o tronco.
• Decúbito  lateral para  sentado:  colocar  os membros  inferiores para fora da cama e com auxílio do membro superior que está em baixo elevar o tronco para sentar. Para voltar ao decúbito lateral apoiar o membro superior o qual se deitará em cima e conforme o tronco se aproximar da cama colocar os membros  inferiores  sobre a cama. Se o paciente não  for capaz, a seqüência é a mesma, mas o cuidador é que deverá elevar ou deitar o tronco e colocar ou tirar os membros inferiores da cama.
• Sentado para em pé: quando o paciente não consegue levantar sozinho, pedir para que o paciente apóie suas mãos no ombro do cuidador, levar o tronco do idoso bem à frente, pedindo para que ele estenda seus membros inferiores. Daí o paciente pode ser transferido para a cama, cadeira, etc.  com passos  com  auxílio do  cuidador. Se o paciente  já não for capaz de ficar em pé, a transferência deve ser feita por dois cuidadores, um apoiando os membros inferiores sob os joelhos e outro apoiando o tronco sob as axilas e segurando os membros superiores do paciente.

Considerações finais

Com o avanço da doença, o paciente não conseguirá realizar todas as atividades descritas acima, então deve-se agir com bom  senso e    solicitar as atividades que o paciente ainda conseguir, para que não ocorram desentendimentos e principalmente para não afetar a auto-estima do paciente.

Extraído de: MELO, M.A.; DRIUSSO, P. Proposta Fisioterapêutica para os cuidados de Portadores da Doença de Alzheimer. Envelhecimento e Saúde, v. 12, n.4, 2006.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Você já viu seus pais hoje? Na China, Lei pode punir filhos que não visitam pais idosos!!!

A China prepara uma reforma legal que pode castigar os filhos adultos que não visitam os próprios pais idosos, que durante milênios foram venerados por tradições religiosas.
A criação deste delito será estudada na reforma da Lei de Proteção dos Direitos e Interesses Idosos, criada em 1996.
A reforma da lei assinala que "os familiares não devem abandonar os mais velhos e, se não viverem no mesmo local, devem visitá-los frequentemente". O texto abre a possibilidade de levar casos aos tribunais.
A mudança legal é importante em um país onde, devido à política do filho único, a porcentagem de pessoas da terceira idade é cada vez maior. Segundo números de 2009, há na China 167 milhões de idosos.

Da Folha

Namoro e sexo na terceira idade.

Idosos conseguem ter uma vida sexual ativa? Por que existe o estereótipo de que essas pessoas possam estar possivelmente “velhas” para suas vivências sexuais?
Quando falamos em idoso, a imagem que vem à cabeça é de um velhinho sentado em uma cadeira de balanço ou de uma velhinha fazendo tricô. Essa representação está ultrapassada, entrando assim em choque com a realidade. Claro que há uma característica do envelhecimento, mas tal característica não se encaixa nesse estereótipo dito anteriormente. Não muito antigamente, quando tínhamos outra expectativa de vida, a saúde em tal idade podia ser considerada precária, a questão sexual era bem diferente por conta de tudo isso também.
Não podemos esquecer que vivemos numa sociedade que enaltece a juventude e a beleza como fontes primárias de prazer e sexualidade. Quem está fora de tais critérios estaria fora também de qualquer possibilidade de vivência sexual, seria tarado, depravado, pervertido. Hoje se sabe que tais afirmações são preconceituosas e de uma ignorância absurda. Inventamos o uso de um medicamento à base de citrato de sidenafil e, ao mesmo tempo, reprovamos o seu uso. Ainda atrelamos a sexualidade à reprodução. E, principalmente a mulher, que sempre foi educada para conter seus desejos, nessa idade seria uma ninfomaníaca se procurasse exercer a sua sexualidade (de forma saudável). Assim, por se respaldarem numa construção social, muitas pessoas nessa idade acabam se confortando com a possibilidade de suspender a sexualidade por uma referência socialmente construída. Não podemos esquecer que pessoas de mais idade cresceram em um ambiente de puritanismo vitoriano, onde não havia informações, mas a culpa pela excitação sexual aos montes.
Pessoas idosas, que estejam com a saúde em dia, são capazes de aproveitar a sexualidade de maneira plena. Não se perde o interesse sexual com o passar da idade. Ou seja, ela não “some” quando o indivíduo entra na 3a idade. O que acontece é que a quantidade muda em detrimento de uma melhor qualidade das relações. Devemos lembrar que sexualidade não se resume à penetração. É o toque, a carícia... o sexo ganha novos significados. Mas o próprio idoso, muitas das vezes, é o primeiro a acreditar que a sua sexualidade está com os dias contados. As mudanças fisiológicas normais podem assustá-lo, fazendo com que ocorra uma dificuldade de adaptação e esse medo acaba por levar a um distanciamento da prática social como forma de defesa.

Viúvos ou idosos que sejam separados são vistos com certo tipo de preconceito, tanto pela família, como pela população quando afirmam que possuem namorados?
Sim. E ainda podemos incluir aqui a família que tem medo (por vezes fundado) de que a pessoa que está se relacionando com o viúvo ou o idoso é um aproveitador, só pensa no dinheiro ou na vida que estaria usufruindo ao seu lado. Ainda que estejamos em transformação, a sexualidade é um assunto que contém seus conservadorismos. Temos dificuldade em acreditar na sexualidade dos nossos pais ou avós. Assim, o fato de uma pessoa de mais idade querer se relacionar é visto como libertinagem. Mas é preciso ressaltar que em qualquer fase da vida é possível termos uma vivência sexual satisfatória e prazerosa.

Se o idoso sofre de alguma doença, como, por exemplo, doenças cardíacas, hérnia de disco ou diabetes, é necessário tomar algum tipo de cuidado?
Sim, claro. Um médico de confiança poderá indicar os melhores cuidados a serem tomados. Diabetes, por exemplo, é uma doença que pode abrir um quadro de disfunção erétil. É preciso conversar com o médico e afastar possíveis fantasmas.

O fato da estimativa de vida ter aumentado pode estar mudando a visão das pessoas para esse tema?
Estamos em processo de mudança e ainda podemos melhorar.

A vida sexual pode sofrer reflexos por conta da idade? A menopausa e problemas de potencialidade masculina também podem interferir?
Há uma mudança na atividade sexual nessa fase da vida. O corpo dos homens e das mulheres se transforma. A menopausa modifica não só a pele, como a mucosa genital e as mamas. A lubrificação vaginal é mais lenta e a vagina pode se tornar mais estreita e curta, ainda que com tamanho suficiente para a penetração. Além disso, o revestimento vaginal torna-se fino e facilmente irritável, o que pode acarretar em rachaduras ou mesmo sangramento, levando à dor, que, por sua vez, pode provocar uma ansiedade antecipatória, aumentando o aparecimento dessa dor pelo medo do desconforto e consequente não relaxamento.
Com os homens ocorre uma diminuição de espermatozoide e de testosterona e um aumento da prolactina, hormônio responsável pela redução do desejo sexual. A ereção, por sua vez, torna-se mais lenta e menos rígida, com menor urgência em ejacular e um maior controle da mesma.
Essas alterações masculinas podem produzir uma ansiedade que prejudicará sua capacidade de resposta sexual.
É preciso não só conhecer, como se adaptar às mudanças, fazendo da informação e da aceitação ingredientes fundamentais entre os parceiros.

Ocorrem casos de disfunção sexual na terceira idade?
Casos de disfunção sexual acontecem em todas as idades.

Quais dicas básicas, para o sexo na terceira idade ser apreciado?
A vivência da sexualidade nessa época da vida é nada mais do que a continuação de um processo que começou lá na infância. Aprendizagens, alterações anatômicas e fisiológicas, traumas e experiências vão formando o comportamento sexual.
É preciso perceber que sexualidade e reprodução são eventos separados. E nesse momento da vida, muitas vezes, as pessoas têm mais tempo para usufruir de uma sexualidade mais prazerosa. Basta para isso se informar e ver que o caminho não é tão difícil como, às vezes, por anos, o fizeram acreditar.
A idade não dessexualiza o ser humano. Ainda que existam as mudanças fisiológicas, não há limite de idade para se conservar uma atividade sexual. Sexualidade é expressão de carinho e afeto, sentimentos sem idade. Ainda que os desejos se modifiquem, eles não terminam, bastando para isso que o corpo seja respeitado.
O aparecimento de disfunções sexuais em tal idade ocorre muito mais por questões de saúde do que pela própria idade. Mas nem mesmo a idade ou a maioria das doenças implicam no fim do sexo. É claro que a doença suga a energia para se defender de uma ameaça física, diminuindo a atenção que poderiam ser voltada para as sensações sexuais.
É preciso ter em mente que o desejo sexual, motor da sexualidade, está presente em toda a vida, ainda que em menor intensidade ou frequência.


Prevenção na saúde bucal dos Idosos.

Uma doença que ocorre com frequência com idosos é a doença periodontal. Ela acomete os tecidos em torno dos dentes e quase sempre é indolor. E devido a isto, quando percebe-se que tem a doença periodontal, já ocorreu uma boa perda óssea nos dentes afetados. Ela tem como agente causador a placa bacteriana que se acumula sobre as superfícies do esmalte dentário e no sulco gengival (fica na margem gengival entre a parte branca do dente e o tecido gengival) e isto vai formar o tártaro com o passar dos meses.

A prevenção da doença periodontal, assim como a cárie dentária, é conseguida através da remoção eficiente da placa bacteriana a cada refeição. Para prevenir estas doenças é fundamental uma higiene bucal bem executada, através do uso de dispositivos como escova, fio dental, escova interdental, pastas dentais fluoretadas, soluções para bochecho com flúor (enxaguatórios bucais ) e limpadores de língua.

Em relação ao tipo de escova, esta deve ser individualizada, mas recomenda-se escova de textura macia, com "cerdas planas" (parte ativa sem curvatura). Em relação ao tipo de cabo da escova, recomenda-se o do tipo reto. A frequência da escovação deve ser imediatamente ou até 30 minutos após a ingestão de alimentos.

A escovação requer o emprego de técnicas adequadas, e no caso dos idosos que possuem boa coordenação motora, a seguinte técnica é uma das mais recomendadas:

a)      Começar limpando as superfícies internas dos dentes inferiores (que ficam embaixo no fundo da boca do lado e na frente da língua), sendo que a escovação deve ser realizada segurando a escova verticalmente em um ângulo de 45 graus em direção a linha gengival e usar movimentos rítmicos suaves para cima e para baixo com a ponta da cabeça da escova;
b)      Depois limpar as superfícies externas dos dentes inferiores, que ficam localizadas embaixo ao lado das bochechas e atrás do lábio inferior da boca. Usar movimentos rítmicos suaves e curtos, movendo a escova para trás e para frente contra os dentes e a gengiva;

c)      Após isto, limpar as superfícies internas dos dentes superiores, que ficam em cima no fundo da boca e nas superfícies internas dos dentes da frente e depois as superfícies externas dos dentes superiores, que ficam no fundo da boca ao lado das bochechas e atrás do lábio superior da boca. Durante toda a escovação nunca se esquecer da margem gengival e os dentes posteriores, que são os mais difíceis de alcançar e para as áreas situadas ao redor de restaurações e coroas;

d)      Depois de limpar todas as superfícies internas e externas dos dentes, deve-se limpar as superfícies de mastigação tanto em cima como em baixo das arcadas dentárias, concentrando-se na limpeza de cada setor da boca.

Nas regiões entre os dentes é importante também a utilização do fio dental ou da escova interdental, pois removem a placa bacteriana e alimentos que ficam nestas regiões e abaixo das gengivas.
Para idosos que tem boa coordenação motora, deve-se utilizar o fio dental da seguinte forma: enrolar aproximadamente 50 cm de fio dental nos dedos médios, segurando-o com o polegar e o indicador. Passar o fio dental esticado entre os dentes, nos sentidos horizontal e vertical alternadamente. Penetrar um pouco o fio na gengiva e deslizar em movimentos suaves.

O fio dental deve ser utilizado após as refeições, depois de escovar os dentes. Além disto, existem no mercado suportes em forma de Y que facilitam o uso do fio dental. E em áreas da boca inacessíveis, como nos espaços que se localizam entre coroas fixas, deve-se utilizar do passador de fio dental, assim como da escova interdental. Mas é importante ressaltar que no caso específico dos idosos, a escova interdental é muito eficiente e mais fácil de usar do que o fio dental e, portanto, é mais recomendada.

Mas o tipo de escova interdental (por exemplo o tamanho), deve ser individualizado, sendo que o dentista é quem irá escolher a escova que melhor se adapte ao idoso para que depois ele possa comprá-la em uma farmácia ou supermercado.

Deve-se escovar também a língua, pois é um local onde muitas bactérias ficam alojadas e costumam ficar restos de alimentos, e que proporcionará um hálito agradável. Neste caso, o uso de limpador de plástico de língua, uma vez por dia, é extremamente importante para os idosos em geral. E quanto mais os idosos forem dependentes de pessoas cuidadoras para a realização da higienização, mais importante é o uso do limpador de plástico.

Deve-se utilizá-lo da seguinte forma:
a) Deve-se colocar a língua para fora;
b) Limpar suavemente da parte posterior da língua até a parte anterior (ponta da língua);
c) Deve-se limpar de uma lateral, e seguindo com a limpeza do corpo da língua e chegar até a lateral oposta.
Para idosos incapacitados, isto é, que não possuem boa coordenação motora, os cuidadores deverão realizar a higienizaçao destes, através da escovação com movimentos circulares em todas as faces (os lados) dos dentes.

Como complementares na escovação temos as pastas dentais. Podemos citar as seguintes pastas dentais:
a) ANTICÁRIE (tem flúor em sua composição e em longo prazo previne contra as cáries);
b) ANTITÁRTARO com pirofosfato (substância que impede a formação de tártaro, mas não remove o tártaro que já existe);
c) ANTIPLACA com triclosan (um antimicrobiano, e é indicada especialmente para pessoas com gengivite). No caso dos idosos, o uso da pasta dental anticárie é muito importante, mas deve-se sempre seguir a orientação do dentista para saber qual é recomendada.

Como complementares na escovação temos também os enxaguatórios bucais. Eles são substâncias químicas que atuam nas bactérias presentes na cavidade bucal, sendo utilizados para controle e na redução da formação da placa bacteriana. Os idosos só devem utilizá-los de acordo com a prescrição feita pelo dentista, e que deve orientar quanto à forma e tempo de uso no seu caso em particular.

Para a grande maioria dos idosos dentados os bochechos à base de flúor são os mais indicados, e cada empresa possui um tipo de produto com uma determinada concentração (na maioria com mais de 200 PPM de flúor).

Os idosos dentados devem, após uma higienização correta dos dentes, utilizá-los uma vez por dia, antes de dormir. E desta forma, já será o suficiente para proteger as raízes expostas dos dentes.
Os enxaguatórios realizam uma função importante para idosos com problemas motores, no caso daqueles com Mal de Parkinson e doença de Alzheimer, e então não conseguem fazer uma escovação adequada, sendo aí usados aqueles à base de Gluconato de Clorhexidina após cada limpeza dos dentes.

Nos ambientes hospitalares (UTIs), é imprescindível que um parente (ou cuidador) leve para a enfermagem este tipo de medicamento, pois normalmente não estão disponíveis nestas entidades.

Vale lembrar que o uso contínuo dos enxaguatórios é contra-indicado para idosos que não sejam capazes de utilizar o medicamento sem acompanhamente (cuidador), pois existe o perigo de deglutição.
Mas é importante enfatizar que o uso dos enxaguatórios bucais deve ser racional, ou seja, indicado somente nos casos recomendados pelo dentista.

Demência em idosos pode ser prevenida com maior atividade.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) traçaram um perfil da prevalência e incidência de demência entre idosos de uma região pobre de São Paulo. Os resultados mostram que a baixa escolaridade e renda estão entre os principais fatores de risco que podem levar a doença. Ao mesmo tempo, verificou-se que a realização de atividades cognitivas simples, como trabalhos manuais, pode diminuir o risco de demência nos idosos.
Entre as tarefas cognitivas simples estão as costuras, como o tricô e o crochê

Os estudos fazem parte de um programa de investigação sobre saúde do idoso, com ênfase na saúde mental, o São Paulo Ageing & Health Study (SPAH), coordenado pelos professores Marcia Scazufca e Paulo Rossi Menezes, da FMUSP, e envolveram idosos com 65 anos ou mais, na região Oeste da cidade de São Paulo. Por meio de questionários padronizados para estudar população com pouca escolaridade e baixa renda, 2.072 idosos passaram por avaliação cognitiva, do estado mental e de diversos fatores de risco para demência, como características sócio-demográficas e saúde.

Na primeira fase do estudo foram identificados 105 casos de demência, o que equivale a uma prevalência de demência de 5,1%. “É uma prevalência alta, semelhante à registrada na Europa”, destaca a pesquisadora Marcia Scazufca. “A maior parte dos idosos entrevistados tinha menos de 75 anos, enquanto nos países europeus eles se situam em faixas etárias mais elevadas (75 anos ou mais), sendo que a idade é o principal fator de risco conhecido para a demência”. A partir das informações levantadas, foi investigada a associação entre indicadores de desvantagem socioeconômica ao longo da vida e prevalência de demência.

“Na literatura científica, vários estudos apontam uma relação entre menor escolaridade e maior risco de demência”, diz Marcia. Entre os idosos pesquisados, 38% não tem escolaridade (analfabetos), 52% tem um a três anos de estudo e 9% possuem quatro anos ou mais. Dois terços nasceram em zonas rurais, o que dificultou o acesso à escola. Metade teve ocupações braçais ao longo da vida. Esses fatores levaram cerca de um terço da população estudada a ter renda mensal de menos de um salário mínimo. “Entre os idosos que tiveram mais desvantagens sócioeconômicas ao longo da vida, o riso de demência foi cerca de sete vezes maior do que os idosos que não expostos a estes fatores de risco”.

Prevenção
Em uma terceira investigação, avaliou-se o possível papel da alfabetização, ocupação e renda na prevenção da demência. “A partir da fração atribuída na população estimou-se que 22% dos casos de demência seriam evitados caso todos os idosos pesquisados fossem alfabetizados, número que subiria para 29% se tivessem renda mensal maior do que um salário mínimo na época do estudo, e para 38% se tivessem realizado ocupações com algum grau de especialização”, afirma a pesquisadora. “Se nenhum idoso fosse exposto a esses três fatores de risco, cerca de 50% dos casos de demência teriam sido evitados”, acrescenta.

Dois anos após a primeira avaliação os idosos foram entrevistados novamente. Os pesquisadores verificaram se a participação em 42 atividades, divididas entre atividades sociais, cotidianas, cognitivas, físicas, assistir TV e ouvir rádio, estava associada com o desempenho cognitivo e o surgimento de novos casos de demência dois anos após a primeira avaliação (incidência de demência). “Entre os 1.243 idosos reavaliados, 99% praticavam algum tipo de atividade social, 95% faziam alguma atividade cotidiana, 63% realizavam atividades cognitivas e 49% atividades físicas”, aponta a pesquisadora.

“Verificou-se que os idosos que realizavam mais atividades tiveram menor declínio no funcionamento cognitivo dois anos após a inclusão deles no estudo. A maior participação em atividades também esteve associada a um menor risco de desenvolver demência neste período”, acrescenta Marcia. Quanto ao tipo específico de atividade desenvolvida, a pesquisa também mostrou que idosos que realizavam mais atividades cognitivas na inclusão do estudo tiveram menor declínio cognitivo no seguimento, o que incluia trabalhos manuais, em madeira e metal, costuras (tricô, crochê), frequentar aulas, utilizar o computador, cantar, tocar música e jogar sozinhos, ler e escrever.

A pesquisadora recomenda que políticas públicas estimulem a participação dos idosos em todas as atividades, particularmente nas cognitivas. “Embora parte da população idosa brasileira não seja alfabetizada e não possa ler e escrever, há outras atividades simples que podem estimular e preservar as funções cognitivas e com isso possivelmente prevenir ou retardar o aparecimento da demência, como os trabalhos manuais”, ressalta. “Os resultados da pesquisa complementam as conclusões de outros estudos com idosos que têm acesso a atividades sofisticadas e que requerem alto poder aquisitivo, pois mostram que não apenas as atividades cognitivas sofisticadas, como ir ao teatro ou ler um romance, podem prevenir ou retardar o aparecimento da demência”.


O vício na terceira idade!

O envelhecimento é o estado final do desenvolvimento humano que todo indivíduo sadio e que não sofreu acidentes irá vivenciar. É uma época de muitas perdas e limitações. Falecimento de amigos e familiares, limitações físicas e de saúde, aposentadoria, situação econômica diminuída. Esses são fatores que podem deixar os idosos mais vulneráveis à depressão e poderão, em alguns casos, conduzir a uma maior suscetibilidade em envolver-se com vícios como o tabaco, o álcool, jogos de azar, entre outros.

Muitos idosos começam a jogar em igrejas e centros comunitários para ocupar o tempo, porém os traços depressivos, a solidão, a falta de ocupação podem transformar algumas horas de lazer em jogo patológico. Esses jogadores perdem o controle sobre quando e quanto jogam. O jogo acaba tendo impacto econômico na vida desses idosos e piora a situação de interação social. Os laços afetivos fora do ambiente de jogo se tornam ainda mais frágeis e o isolamento poderá aumentar.

Atualmente, surgiu a dependência tecnológica pela internet. Os idosos encontram na internet um espaço de lazer e interações relacionais que pode ser útil, porém, se ultrapassado um determinado limite, poderá tornar-se prejudicial. Devido à baixa autoestima, depressão, fobias sociais e solidão, o idoso poderá tornar-se dependente do uso dessa tecnologia e até mesmo envolver-se em situações de risco, vitimados por práticas ardilosas.

O uso de entorpecentes na terceira idade é maior do que se pensa. As drogas lícitas, como o álcool, o tabaco e os tranquilizantes, são as mais consumidas.

Fumar é inconveniente para qualquer pessoa, mas alguns grupos podem ser considerados de maior risco, como as pessoas que já têm doenças respiratórias e/ou cardiovasculares.
Os idosos se encontram num grupo com grandes riscos para os efeitos danosos do hábito de fumar, pois o tabagismo relaciona-se ao agravamento de várias doenças que adquirem maior significado com o avançar da idade, quando se somam as perdas funcionais próprias do envelhecimento. A maioria dos fumantes inicia o hábito quando jovem e fica rapidamente viciada na nicotina presente no cigarro. Para os idosos, é importante interromper o uso do tabaco para não prejudicar ainda mais as perdas funcionais que ocorrem na terceira idade.

Os idosos podem apresentar níveis de dependência ao álcool tão altos quanto os jovens, e muitas vezes acreditam que, por terem bebido até esse momento, não precisam parar devido ao envelhecimento. Porém, pessoas idosas apresentam menor tolerância aos efeitos dos entorpecentes quando comparadas aos jovens. Isso pode significar maiores prejuízos psíquicos e físicos para o idoso que consome a mesma quantidade de drogas de um jovem.
Pessoas idosas também podem começar a beber ou aumentar o consumo de álcool e/ou medicamentos para induzir o sono, reduzir a sensação de dor física e aliviar a ansiedade, transformando esse uso em vício.

É importante notar que idosos costumam fazer uso de diferentes tipos de medicações prescritas. Efeitos colaterais de muitas dessas medicações podem ser intensificados devido ao consumo concomitante de álcool. Os transtornos depressivos, comuns entre os idosos, tendem a se intensificar com o uso indevido de álcool.

Como a nossa população vem envelhecendo, nós seguramente encararemos um crescente número de pessoas mais maduras procurando sensações físicas e psíquicas através do uso de drogas. Para algumas delas, essa busca é uma forma de lidar com uma série de perdas do passado; para outras, é uma maneira de lidar com dores e sofrimentos físicos e psíquicos relacionados com a idade. Além disso, para outras pessoas ainda, é uma continuação de um padrão de consumo inadequado de substâncias que se iniciou em tempos idos e que permanece na atualidade.

Para se fazer um tratamento visando o controle do tabagismo, do álcool e de demais vícios na terceira idade, é necessário conhecer os motivos pelos quais os idosos mantêm esses hábitos prejudiciais, a influência do ambiente familiar e socioeconômico-cultural sobre eles, os aspectos da dependência, e procurar de maneira criteriosa uma melhor maneira de tratar esse idoso, valorizando a psicoterapia como um eixo importante na condução do tratamento.

Maturidade sexual: Entenda o sexo na terceira idade

A vivência da sexualidade com a diminuição da produção hormonal na mulher climatérica - fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários - traduz a continuidade de um processo iniciado na infância e que culmina com a menopausa.

São as alegrias, culpas, vergonhas e repressões somadas às modificações fisiológicas e anatômicas que a idade impõe que irão determinar a conduta sexual na maturidade da vida.
Os sentidos responsáveis pela eroticidade, alheios a normas sociais, continuam a se manifestar, porém algumas mulheres passam a inibir toda e qualquer possibilidade de emoção sexual, podendo muitas vezes o desejo ser vivenciado com culpa, quando na verdade o simples fato de poder fazer sexo produz aumento da autoestima, além de retardar o envelhecimento de alguns órgãos do corpo humano.

O pico de responsividade sexual ocorre nos homens aos 18 anos, devido à plenitude hormonal máxima, e entre as mulheres aos 35 anos de idade, quando então já conhecem o próprio corpo, ocasião em que estão mais seguras sexualmente. Com o amadurecimento orgânico de ambos os sexos, a resposta fisiológica à excitação tende a se tornar mais lenta com o passar dos anos, dificultando a quem só conhece o sexo genitalizado, sem preâmbulos para uma vivência sexual mais saudável e sem exigências. Na maturidade, a conduta sexual está alterada por diversos fatores, e a ambos os sexos vêm fugindo-lhes as funções para as quais foram treinados: reprodução e virilidade. Se restritos à penetração, provavelmente haverá poucas chances de prazer.

A UNESCO aponta que em 2050 uma de cada cinco pessoas será idosa, e a sociedade evita enxergar como semelhante o idoso, não lhe sendo permitido exibir amor, ciúme, aptidão sexual e desejo. Saúde é a situação de bem-estar biopsicossexual, e não somente ausência de doenças. Se considerarmos climatério uma síndrome (conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença), não se pode negar que todas as mulheres são ou serão um dia doentes, o que seria um absurdo. Como doença é uma alteração orgânica que foge à norma, seria um contrassenso explicar climatério como um distúrbio de saúde. Mitos, tabus e variáveis individuais influem nesse portal de passagem que já foi associado à perda da identidade feminina.

A menopausa é um processo de transição que causa desorganização temporária de referenciais, com perdas e ganhos. Os impactos adequadamente aceitos e incorporados implicam no amadurecimento para a continuidade de uma vida sexual adaptada a novos padrões. No climatério normalmente o foco genital diminui, e valores como aspectos da vida, relações sociais, familiares e conjugais influem de maneira considerável.
É um período de maior vulnerabilidade para a exacerbação de transtornos psiquiátricos, particularmente quando existe histórico de quadros depressivos (quatro vezes maior nas mulheres do que em homens na terceira idade) e em mulheres com histórico de ciclos irregulares. A irregularidade hormonal apresentada durante o período do ciclo reprodutivo funcionaria como um gatilho na menopausa, agindo no sistema nervoso central – o maior órgão-alvo dos hormônios que modulam o comportamento.

Os níveis hormonais menores, concomitantes a medicamentos, tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada, podem reduzir o fluxo sanguíneo na pelve, diminuindo o estímulo venoso na fase de desejo, porém estudos demonstram que pacientes na faixa dos 60 e dos 70 anos sem uso de terapia de reposição hormonal, porém sexualmente ativas, apresentavam taxas hormonais maiores que aquelas sexualmente inativas.

A longevidade alcançada nas últimas décadas torna o sexo possível após a terceira idade e o erotismo torna mais lentas as modificações de envelhecimento do organismo, estimulando a criatividade intelectual e melhorando a autoestima, diminuindo depressões pelo aumento das serotoninas. Os transtornos do desejo sexual são fenômenos clínicos reais, constituindo essas síndromes entidades patológicas reais entre os idosos, pois adquirem importância devido à maior expectativa de vida. Além disso, a velhice está sendo redefinida em termos mais positivos, resultando na reivindicação de uma boa saúde sexual.

Paradoxalmente algumas drogas que permitem uma sobrevida melhor têm efeito devastador na libido, porém essas questões estão sendo equilibradas com uma melhor abordagem médica na terapia sexual e nos exames periódicos de controle hormonal.

Conclusão
A capacidade e o desempenho sexual na terceira idade são resultantes dos aspectos biopsicossociais da vida pregressa de cada indivíduo. Geralmente a intensidade da reação fisiológica e a duração da resposta anatômica ao estímulo sexual são reduzidas em todas as fases do ciclo sexual, porém, apesar de todas as mudanças involucionais nos órgãos reprodutivos e de todas as influências negativas do ponto de vista sociocultural, a resposta orgástica pode ser satisfatória, principalmente quando exposta regularmente a estímulo erótico.


Dr. Amaury Mendes Junior é médico ginecologista, sexólogo e possui pós-graduação em terapia sexual.