quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Musculação pode prevenir câncer de próstata e reduzir efeitos colaterais do tratamento


O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens brasileiros e o sexto tipo mais comum no mundo. Apesar da gravidade da doença, preconceito e falta de informação são grandes obstáculos para o diagnóstico precoce dos homens com câncer de próstata. A boa notícia é que a prática regular de exercício físico reduz a incidência deste tipo de câncer, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes que fazem quimioterapia.

“Estudos indicam que a prática regular de exercícios físicos, como a musculação e exercícios aeróbios, pode ajudar a prevenir o aparecimento do câncer de próstata, e contribui para o ganho de massa muscular, força e capacidade funcional daqueles pacientes que se submetem à terapia de supressão hormonal” explica a Dra. Janise Lana Leite (CRM 126.876), geriatra da Academia Estação do Exercício e Saúde – especializada em musculação para idosos.

“Evitar o sedentarismo é o primeiro passo no combate ao surgimento do câncer de próstata, além de outros cânceres”, afirma Dra. Janise. Mudar o hábito de vida para incluir o exercício físico como uma rotina na semana não é fácil para muitas pessoas, principalmente para os idosos que não tiveram experiências prévias com os exercícios. Muitos idosos tem medo de fazer exercício físico, outros acreditam que não irão usufruir os resultados dos mesmos. Esses mitos precisam ser vencidos, pois o exercício supervisionado por profissional da educação física é seguro e traz muitos benefícios em qualquer idade.

“O tratamento do câncer de próstata provoca queda significativa do hormônio masculino testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento muscular e redução de gorduras. Os exercícios de musculação, ao provocarem estimulação muscular, ajudam a prevenir a perda muscular quando a testosterona é reduzida pelo tratamento oncológico”, explica Dra. Janise.

O câncer de próstata é uma doença silenciosa, e os sinais só ficam evidentes em estágios mais avançados, quando o câncer já está infiltrado em órgãos adjacentes, ou quando suas metástases em ossos, pulmão e fígado se manifestam. Por isso é importante fazer consultas médicas regulares para se realizar a prevenção. Assim como se dedica o mês de outubro às campanhas pela saúde da mulher, e mais especificamente ao combate do câncer de mama, em novembro a Associação pela Saúde da Próstata realiza campanhas de conscientização pela saúde do homem e pelo combate ao câncer de próstata.
Para saber mais, visite www.saudedaprostata.org.br


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Reflexão


É fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
E é assim que perdemos pessoas especiais ....  o bacana é julgar apenas a si mesmo...!!!!!



domingo, 18 de novembro de 2012

Fisioterapia para Cuidadores de Idosos - Saúde x Trabalho – Na Casa Bonsai

Hoje o mundo empresarial convive com uma triste realidade: O aumento espantoso dos casos de patologias ocupacionais, que vem "mutilando" os colaboradores, impedindo-os de realizarem suas tarefas no trabalho, no lar e até mesmo no lazer.


Seguindo a MISSÃO da Casa Bonsai Recanto do Idoso: “Buscar a melhoria contínua de suas práticas de saúde, segurança e bem-estar para nossos clientes, colaboradores, profissionais e a comunidade em geral, para assim, alcançarmos a satisfação de todos os envolvidos.” Começamos um processo de prevenção com fisioterapia para os colaboradores da Casa Bonsai.



A fisioterapia é uma arma importante nesta luta. A presença da profissional de fisioterapeuta dentro da empresa facilita as ações preventivas e curativas dos colaboradores, pois mediante uma série de dados colhidos em avaliações diversas (aplicação de questionários, análise da tarefa, avaliações posturais, avaliações de postos de trabalho etc.), a fisioterapeuta é capaz de trabalhar distintamente dois grupos dento da Casa Bonsai: assintomáticos, grupo de risco (pessoas que apresentam pré-disposição para desenvolver patologias) e sintomáticos, e desta forma aplicando as medidas adequadas de prevenção e cura.

No que diz respeito as ações preventivas, a fisioterapeuta atua incentivando os colaboradores Bonsai aos novos hábitos de vida, desenvolvendo dentro da Casa Bonsai uma nova cultura saudável de consciência corporal e postural, gerando um bem estar físico e emocional no ambiente de trabalho.






Assim é proporcionado ao colaborador Bonsai uma maior interação entre tratamentoXtrabalho, gerando maiores condições de uma rápida recuperação e ou prevenção, pois as sessões de fisioterapia são realizadas nas dependências da Casa Bonsai, evitando que o colaborador apresente alguma dificuldade em iniciá-lo ou até mesmo concluí-lo por situações diversas (falta de tempo, transporte difícil, clínicas afastadas de casa ou do trabalho etc).


A bela velhice


Antropóloga Mirian Goldenberg fala sobre novas possibilidades e significados para o envelhecimento

No livro "A Velhice", Simone de Beauvoir, após descrever o dramático quadro do processo de envelhecimento, aponta um possível caminho para a construção de uma "bela velhice": ter um projeto de vida.
No Brasil, temos vários exemplos de "belos velhos": Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Chico Buarque, Marieta Severo, Rita Lee, entre outros.
Duvido que alguém consiga enxergar neles, que já chegaram ou estão chegando aos 70 anos, um retrato negativo do envelhecimento. São típicos exemplos de pessoas chamadas "ageless" ou sem idade.

Fazem parte de uma geração que não aceitará o imperativo: "Seja um velho!" ou qualquer outro rótulo que sempre contestaram.
São de uma geração que transformou comportamentos e valores de homens e mulheres, que tornou a sexualidade mais livre e prazerosa, que inventou diferentes arranjos amorosos e conjugais, que legitimou novas formas de família e que ampliou as possibilidades de ser mãe, pai, avô e avó.
Esses "belos velhos" inventaram um lugar especial no mundo e se reinventam permanentemente.
Continuam cantando, dançando, criando, amando, brincando, trabalhando, transgredindo tabus etc. Não se aposentaram de si mesmos, recusaram as regras que os obrigariam a se comportarem como velhos. Não se tornaram invisíveis, apagados, infelizes, doentes, deprimidos.
Eles, como tantos outros "belos velhos" que tenho pesquisado, estão rejeitando os estereótipos e criando novas possibilidades e novas possibilidades e significados para o envelhecimento.

Em 2011, após assistir quatro vezes ao mesmo show de Paul McCartney, perguntei a um amigo de 72 anos: "Por que ele, aos 69 anos, faz um show de quase três horas, cantando, tocando e dançando sem parar, se o público ficaria satisfeito se ele fizesse um show de uma hora?". Ele respondeu sorrindo: "Porque ele tem tesão no que faz".
O título do meu livro "Coroas" é uma forma de militância lúdica na luta contra os preconceitos que cercam o envelhecimento. Tenho investido em revelar aspectos positivos e belos da velhice, sem deixar de discutir os aspectos negativos.

Como diz a música de Arnaldo Antunes, "Que preto, que branco, que índio o quê?/Somos o que somos: inclassificáveis". Acredito que podemos ousar um pouco mais e cantar: "Que jovem, que adulto, que velho o quê?/ Somos o que somos: inclassificáveis".



Mirian Goldenberg é antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de "Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade" (Ed. Record)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Onde os idosos caem


Brasil é recordista em quedas. Veja os cuidados para evitar acidentes.

O índice de fraturas entre idosos atinge proporções alarmantes, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só as fraturas de fêmur já ultrapassam um milhão por ano em todo o mundo sendo 600 mil somente no Brasil. A principal causa apontada pelos especialistas são as quedas. Os perigos estão em toda parte, principalmente dentro de casa. Para garantir ambientes seguros, é preciso mais que apetrechos modernos. A família precisa dar atenção. E os idosos precisam tomar consciência dos riscos que correm.

As limitações do dia a dia são muitas. Enfrentar filas de banco, andar em ruas mal conservadas, transportes públicos que não respeitam o direito de ir e vir. Porém, é dentro de casa que o perigo é maior. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), 75% das quedas ocorrem no próprio lar em que o idoso vive. Para o geriatra do Instituto, Salo Buksman, mais do que um lar seguro, o idoso deve ter também  a consciência de como evitar essas quedas.

“É preciso tomar medidas de segurança no ambiente em que o idoso vive.
Porém, a grande mudança deve ocorrer por parte do indivíduo. A consciência do idoso que cai deve ser trabalhada para que ele entenda que, mais do que móveis fora do lugar e pisos deslizantes, a falta de exercícios de musculação e equilíbrio e o excesso de medicamentos sedativos e para pressão arterial são as principais causas de quedas nessa população”, explica ele.

Com o avançar da idade, aumentam também as limitações físicas. Para a fisioterapeuta com grande experiência no cuidados de idosos, Ana Maria Martins Paulos, mesmo com o cuidado de praticar atividades físicas e evitar o consumo abusivo de medicamentos, dificuldades e doenças advindas do envelhecimento podem ser causa inevitáveis das quedas.
“Idosos com problemas de visão, instabilidade de marcha, labirintite, artrose, fraqueza muscular, em especial, a osteoporose podem transformar esses idosos em grandes vítimas de quedas e lesões, lembrando que as principais delas são: fratura de Fêmur, punho e síndrome pós queda”, afirma ela.

Projetos com a mais alta tecnologia podem garantir todo o conforto e segurança necessários para o idoso, a não ser por um simples detalhe, custam caro. Como nem todo mundo pode pagar por essa segurança, a fisioterapeuta garante que algumas medidas simples podem evitar as quedas.

“Adaptar um lar pode não custar caro, basta ter sensibilidade para perceber as necessidades do idoso. Diminuir a quantidade de móveis na casa; retirar aparadores e mesas de centro, deixando a casa com bastante espaço livre; dar preferência a móveis com quinas arredondadas; evitar mudança de móveis de lugar; retirar tapetes; fazer uso de luz noturna nos corredores; utilizar acento especial para elevar a altura do vaso sanitário, fazer uso de calçados adequados e, com orientação técnica, usar bengala e andador”, enumera Paulos.

Ainda de acordo com a fisioterapeuta, mais importante do que a segurança dentro do lar, é o carinho e atenção da família que podem garantir que o processo natural de envelhecimento seja o mais tranquilo possível. “O idoso deve se sentir amado, incluído no seio da família. Os parentes têm o dever de incentivar o idoso na prática de atividade física, orientar na forma como caminhar corretamente para prevenir quedas, mostrar ao idoso que ele é importante para a família. Dessa forma, o indivíduo passa a se preocupar mais com a saúde, uma vez que ele se sente amado e respeitado”, finaliza ela.


A juventude do cérebro


Os pequenos prazeres que preservam a mente ativa

É possível tornar a mente mais ágil e forte à medida que o cérebro envelhece? Ou será que declínios cognitivos como as falhas de memória, o declínio de atenção e a baixa velocidade de processamento da informação são inevitáveis. No embate de ideias, há quem defenda que é possível repor e compensar as perdas decorrentes do envelhecimento. Na outra ponta, estão os especialistas que sugerem cautela nas expectativas. O consenso existe. Pelo menos num ponto as duas linhas concordam: é possível manter a saúde mental por um longo tempo. 

Um bom exemplo de otimismo nas alturas é Elkhonon Goldberg, autor do livro O Paradoxo da Sabedoria e professor de Neurologia da Faculdade de Medicina de Nova Iorque, cujas ideias circulam mundo afora. Investigador na área da neurociência cognitiva, Goldberg defende que, apesar de certas perdas cognitivas, é possível manter a saúde mental, driblando os desafios que o envelhecimento traz. Segundo ele, estudos clínicos recentes apresentam uma nova abordagem em relação ao cérebro e seu funcionamento e revelam que a mente pode sim continuar ágil.

Para o neurologista e membro do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Charles Andre, o mais sensato é que haja um equilíbrio entre o a saúde do cérebro e suas perdas. “Com o passar do tempo, todas as partes do corpo vão sofrendo os efeitos da idade. Perdemos massa muscular, a visão fica pior, os reflexos diminuem, e com o cérebro não é diferente. Essas perdas fazem parte do processo natural de envelhecimento. Porém, um declínio cognitivo significativo como a demência, isso sim não é normal”, opina ele.

Atualmente, uma das doenças neurodegenerativas mais comuns entre a população idosa é o mal de Alzheimer. Segundo a Alzheimer’s Drug Discovery Foundation (ADDF), entidade pública de pesquisa sobre a doença, 18 milhões de casos têm sido relatados em todo o mundo hoje.
Em 2025, o número de casos deverá quase dobrar, chegando a 34 milhões. Para o geriatra e fundador da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), Norton Sayeg, nem todo declínio é sinal da doença. Por isso, o diagnóstico correto é o primeiro e mais importante passo para o tratamento.

“Manter a saúde mental é manter o organismo livre de doenças, pois muitas delas alteram o desempenho intelectual do paciente, como a depressão, por exemplo. Um dos sintomas da depressão é a perda de memória, o que muitos acabam confundindo com o Alzheimer. Além disso, medicamentos calmantes conhecidos como hipnóticos, afetam diretamente a memória. Remédios para a pressão mal controlados e anemias também pode acarretar em perdas cognitivas. Ao diagnosticar o Alzheimer é preciso excluir uma série de possibilidades para se chegar numa resposta correta”, explica o geriatra.

Diante das controvérsias, há pelo menos um consenso animador. É possível, sim, retardar os danos e manter a saúde mental. E a garantia é o cuidado que cada um terá ao longo da vida tanto com o corpo quanto em exercitar a mente.

“Qualquer coisa que seja interessante e prazeroso é sempre muito bom, principalmente para o cérebro. Se você gosta de idiomas, aprenda todas as línguas. Isso representará uma sanidade que você pode ir mantendo.
Atividades sociais também são importantes, pois envolvem desafios cognitivos, como por exemplo, escolher uma roupa para se apresentar para o grupo, conversar sobre diversos temas com os amigos. Além disso, atividades físicas, em especial, as que ocorrem em grupo, fazem muito bem à mente”, finaliza o neurologista Charles Andre.


Como encontrar objetos perdidos


Doze passos essenciais para que você recupere o que não está mais à vista.

Você corre pela casa, abre todas as gavetas, armários, bolsas e até geladeira, mas nada do seu óculos aparecer e essa não é a primeira vez. Constantemente você se vê na situação de desespero à procura de algum objeto perdido e, com isso, além do tempo, a sua calma também vai embora. 

Há muitas razões possíveis, mas a explicação pode ser também mais simples do que imagina. Você apenas não entendeu a melhor forma de agir nesse momento. Quem garante é  autor do livro que fala sobre como achar objetos perdidos How to find Lost Objects, Michael Solomom. Segundo ele, é fácil achar qualquer coisa. Desde que você saiba como procurar.

No livro e também no blog que mantém, Solomom mostra os 12 passos essenciais. Você pode continuar apelando para São Longuinho, mas vai ter mais chances.

Perdeu? Não comece a procurar imediatamente
Caso tenha perdido alguma coisa, e sua primeira iniciativa é colocar o sofá de cabeça pra baixo, as chances maiores são de encontrar centavos perdidos e o chocolate do seu filho ou neto. De acordo com Solomom, é mais eficaz esperar e refletir até ter uma boa idéia por onde começar a procurar.

Você pode estar perdido e não o objeto
Pode parecer que o objeto se perdeu sem motivos ou explicação. Você o deixou bem ali e agora ele desapareceu. Segundo Solomom, o objeto não está perdido e sim você, para isso uma busca sistemática deve ser feita.

Não entre em pânico
Você pode estar 15 minutos atrasado, mas procurar no pote de biscoitos pelo seu celular não faz sentido. Utilize o que Solomom chama de três C e comece a procurar quando se sentir confortável, calmo e confiante.

Procure no lugar de sempre
Geralmente o objeto perdido está exatamente onde normalmente ele costuma ficar. É possível que você ainda não tenha procurado neste lugar, ou não parou para pensar nessa possibilidade. A tendência é sempre imaginar os lugares mais inusitados.

Tente lembrar onde viu pela última vez
Pare um momento para pensar sobre onde deixou pela última vez o que perdeu. Não procure pela sua escova de dentes na cozinha, a não ser que tenha escovado os dentes lá. Tente ser mais prático e raciocine antes de iniciar a busca.

Cheque mais uma vez
Volte ao último lugar que esteve e procure novamente o objeto. Mas lembre-se do que está realmente procurando. Muitas vezes quando estamos desesperados em busca de algo, esquecemos exatamente o que procuramos. Tente repetir a o nome do objeto várias vezes.

Efeito camuflado
Considere que o objeto pode estar no lugar certo, mas não exposto à sua vista. Procure por debaixo de outros objetos, como almofadas, travesseiros, portes, vasos. Pode estar somente escondido.

A regra dos 20cm
Às vezes os objetos se movem. Alguns deles têm capacidade de rolar, como a caneta, por exemplo. Se é este o caso, ele provavelmente estará a 20cm do lugar onde foi colocado. Tente desenhar um círculo imaginário de 20 cm na área e inicie a busca. De acordo com Solomom, este círculo é a “Zona Eureka.”

Onde você perdeu?
Quando você perde alguma coisa é garantia que ouvirá esta típica pergunta “Onde viu pela última vez?” Procurar pelo lugar onde viu o objeto pela última vez é senso comum. A melhor forma para achar algo é lembrar onde estava e para isso antes é preciso de um momento para pensar.

Não perca tempo
Se já procurou algo por todos os lugares possíveis e imagináveis, por inúmeras vezes, não consegue mais raciocinar e já se estressou o suficiente, desista momentaneamente, e volte quando estiver mais calmo e tranquilo.

Rastreie os seus passos
Leve um momento para repensar sobre seus últimos passos. Você poderá não lembrar onde exatamente perdeu o objeto, mas o que recordar será muito útil para o sucesso da busca.

Pergunte em volta
Se tudo o que foi feito não deu resultado, é seguro assumir que pode não ter sido você a perder o que procura. Quem sabe alguém em sua casa pegou emprestado, ou trocou de lugar para um outro que você desconhece, ou seu cachorro comeu. É bom nessas horas perguntar às pessoas de sua convivência.


Passos firmes


Como evitar quedas e os danos que elas provocam na saúde dos idosos

As estatísticas assustam: um em cada três idosos com mais de 65 anos caem, pelo menos, uma vez por ano, e metade dos idosos com mais de 85 anos sofrem tombos, no mínimo, uma vez por ano. Cerca de 5 a 10% das quedas não culminam em fratura. Porém, causam ferimentos graves, traumas cranianos, que podem levar à morte. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), os tombos representam a sexta causa de morte entre idosos.


As quedas não podem ser encaradas como normais, pois podem estar ligadas a debilidades do sistema músculo-ósteo-articular ou uso de medicamentos, por exemplo. Os tombos que provocam fraturas equivalem a 5%, dos quais 1% são fratura do fêmur, a mais grave. "Dentre aqueles que quebram o fêmur, a mortalidade no ano seguinte à fratura é de 15 a 20%. Em alguns estudos, a mortalidade chega a 50%. Isso se deve à síndrome da imobilidade, já que, sem se locomover, o idoso fica mais propenso à pneumonia, ferimentos na pele, trombose, depressão, falta de apetite e agravamento da osteoporose", explica o geriatra Salo Bucksman, da SBGG.

Principais causas 
Ao contrário do que se acredita, os principais fatores de risco estão mais relacionados à saúde do próprio idoso do que ao ambiente. Um deles é a prática reduzida de exercícios físicos, que gera uma atrofia muscular e, consequentemente, prejudica a estabilidade. A associação de doenças crônicas, segundo Bucksman, é outro fator que compromete o equilíbrio do indivíduo, por debilitar o sistema músculo-osteo-articular. A descompensação da diabetes, por exemplo, pode levar à queda.
"Paralelamente, o idoso sofre também deficiências sensoriais. A audição e a visão ficam debilitadas, sobretudo a visão, que impede de ele enxergar onde está pisando", completa o geriatra. É importante que o indivíduo verifique também os pés, porque calosidade, joanetes e micoses podem contribuir para um tombo.

O que poucos sabem é que alguns medicamentos também estão relacionados aos acidentes. Saulo lembra que drogas psicoativas, como soníferos, ansiolíticos e antidepressivos, podem favorecer quedas devido à sedação do indivíduo. Remédios para pressão alta também podem causar tonteiras quando o indivíduo se levanta, após passar um longo tempo sentado ou deitado.

O fator de risco menos significativo é o ambiental. Estudos mostram que os idosos caem mais dentro de casa do que na rua, embora as vias públicas sejam irregulares e mal iluminadas, na maioria dos casos. No ambiente doméstico, o banheiro e o quarto são os espaços mais perigosos. A falta de barras de apoio e o piso escorregadio costumam levar os idosos ao chão no banheiro. Já no quarto, os maiores problemas são a falta de iluminação e o apinhamento de móveis. "O idoso fica sem espaço para se locomover, desviando dos móveis. Fora os tapetes soltos, fios e pufes que atrapalham", aponta Salo.

Prevenção
O geriatra alerta que uma queda não pode ser encarada como natural, mas sim como um sinal de alerta. Por isso, o melhor a fazer é procurar um médico para investigar a causa do acidente. No entanto, alguns cuidados diários podem evitar esse transtorno. A prática regular de exercícios
físicos é um deles, sobretudo musculação e atividades que estimulem o equilíbrio e a flexibilidade, como o alongamento.

Uma análise criteriosa da medicação do paciente, por parte de um geriatra, também é importante. De acordo com Salo, muitas vezes o indivíduo toma dois remédios com ação similar. Cabe ao geriatra gerenciar isso e reduzir ao mínimo possível as drogas, principalmente se esses medicamentos forem psicoativos ou para pressão alta.

Avaliações rotineiras oftalmológicas, dos pés e do estado nutricional também devem fazer parte da lista de tarefas dos idosos.
Em casa, é importante uma iluminação adequada dia e noite, piso antiderrapante e barras de apoio. O ideal é substituir o chinelo por um sapato com sola emborrachada e baixa, para evitar escorregões.


Para não cair


Conheça algumas recomendações médicas para evitar quedas em pessoas idosas

Às vezes, basta distrair-se um pouco na hora de ir ao banheiro e levar um tombo daqueles. Ou então tropeçar no tapete da sala e cair com tudo no chão. Por já terem o organismo mais fragilizado, uma queda, para um idoso, pode ser mais perigosa do que parece à primeira vista e nunca deve ser ignorada. No entanto, algumas medidas simples de segurança podem ser tomadas, tanto para evitar a queda quanto para evitar maiores consequências, como fraturas e infecções.

Os idosos estão muito mais suscetíveis a quedas do que outras pessoas e, por isso, a atenção dispensada a eles deve ser maior. De acordo com a fisioterapeuta, especialista e mestre em Gerontologia Cristina Ribeiro, "as alterações normais do envelhecimento podem aumentar o risco do idoso sofrer uma queda. Há uma diminuição fisiológica da massa óssea (osteopenia) e muscular (sarcopenia), especialmente músculo quadríceps (coxa), essencial para que os idosos possam levantar-se. Ainda há alteração no equilíbrio, com tontura e zumbido no ouvido. Alteração da visão, como ofuscamento ao sair de um lugar escuro para um mais claro".

Todos podem cair e, não necessariamente, essa queda irá resultar em algo mais grave. Mas, no caso dos mais velhos, uma queda é sempre preocupante. "Especialmente se já tiver osteopenia e esta evoluir para a osteoporose, uma queda pode resultar em fratura. Como a reserva energética do idoso é menor, o tempo de recuperação é mais prolongado.
Ele ainda pode ter doenças associadas, hipertensão, diabetes, doenças cardíacas. Às vezes não pela queda, mas pela situação geral em que o idoso se encontra. A internação pode trazer complicações respiratórias, infecções. A reabilitação, principalmente em casos de fratura, é muito mais complicada e nem sempre o idoso respeita as orientações médicas", diz Cristina.

A casa do idoso deve ser adaptada para evitar quedas. "Ao decorar a casa em que pretende morar para sempre, a pessoa tem que preparar tudo para a fase da velhice: barras de apoio dentro do box e nos banheiros, que é o ambiente da casa que possui maior índice de quedas em idosos luminosidade adequada, às vezes até com sensores de movimento colocar antiderrapantes nos tapetes da casa. Tomar ainda cuidado com animais de estimação, pois pode haver risco de tropeçar. A casa pode ser decorada do jeito que for, mas tem que ser segura", alerta a fisioterapeuta.

Qualquer queda, mesmo que, aparentemente inofensiva, deve ser comunicada ao médico. Cristina afirma que "não é normal a pessoa cair só porque está envelhecendo e, por isso, a queda merece atenção especial tanto do médico quanto do idoso. Além disso, o idoso tem que ter sempre próximo a ele, pessoas com quem possa contar. Vizinhos, amigos, parentes e até o porteiro do prédio. Tem que ter, também, telefones do hospital, plano de saúde e do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), se for algo mais grave. Mas a rede de apoio social é muito importante, pois ele deve ter acesso fácil às pessoas para que possa comunicar a queda".

A seguir, conheça algumas recomendações (em inglês) da American Geriatrics Society para reduzir os riscos de quedas entre idosos:

1 – Praticar exercícios físicos: O treinamento de resistência (força) e equilíbrio, marcha, coordenação e treinamento pode reduzir o risco de quedas em cerca de 16%;

2 – Reavaliar o tratamento medicamentoso: diminuir ou reduzir o uso de medicamentos psicoativos e outros medicamentos. Sempre com a indicação de um médico responsável;

3 – Consumir vitamina D: a deficiência de vitamina D é comum entre pessoas mais velhas e prejudica a força muscular e neurosmuscular. Para quem tem comprovada essa deficiência é indicada a suplementação de vitamina D;

4 – Corrigir problemas nos pés: é recomendado tratar problemas nos pés como joanetes, deformidades dos pés e unhas deformadas;

5 – Adaptar a casa: pessoas com históricos de quedas ou fatores de risco devem fazer modificações em suas casas;

6- Corrigir problemas de visão: a deficiência visual é um importante fator de risco para as quedas e, surpreendentemente, o uso de óculos (particularmente os bifocais) faz pouco efeito na redução dos riscos de queda.


O sexo e a menopausa


Alguns sintomas do fim das regras ainda são tabus para grande parte da ala feminina

As desconfortáveis ondas de calor, as noites mal-dormidas, o humor instável. Especialmente quando a mulher se encontra na faixa dos 50 anos de idade, associa esses sintomas à temida menopausa – e podem até usá-los como desculpa para determinados comportamentos. No entanto, existem ainda alguns sinais mais discretos e constrangedores, relativos à parte sexual feminina, que elas evitam comentar até com seus médicos.

Infelizmente, alguns sintomas ligados ao fim das regras ainda são tabus para boa parte da ala feminina quando o assunto é sexo.

A menopausa não é um fenômeno que acontece por acaso. De acordo com o ginecologista e membro da Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) Eliano Pellini, "a menopausa ocorre porque a mulher esgota a sua capacidade de reprodução e a natureza não tem mais nenhum interesse de que elas mantenham uma vida sexual. Por isso, ressecamento vaginal, perda da libido, infecções urinárias, flacidez da musculatura vaginal e queda dos órgãos internos são condições comuns após esse período. Mas a sociedade trabalha a ideia de que a mulher deve manter-se sexualmente ativa e muitas pretendem manter uma vida sexual saudável".

O desconforto com a sexualidade e com o sexo nem sempre é identificado como um sintoma da menopausa. "Na mulher contemporânea, a vida sexual é comum e é necessário que elas tenham um comportamento sexual ativo. Da mesma maneira que elas estão em uma fase de importantes mudanças em suas vidas, os homens experienciam uma necessidade de afirmação de sua sexualidade. Enquanto eles querem transar com as suas parceiras, elas sentem desconforto. O casal acaba entrando em descompasso e ele vai em busca de outras parceiras. A perda de interesse, no entanto, é normal pela própria estrutura biológica da mulher. Se ela não pode mais ter filhos, não há mais sentido em se ter relação sexual", explica Eliano.

Como é possível, então, explicar que mulheres de 60, 70 anos ainda consigam ter uma vida sexual ativa e prazerosa? Para o ginecologista, "as mulheres precisam de motivo para fazer sexo. Se elas desejarem e se sentirem desejadas pelo seu parceiro, existem saídas que as ajudam a manterem sua vida sexual prazerosa. Se ela estiver sentindo dor, não vai se interessar em transar. Embora existam no mercado diversos remédios para tratamento das disfunções sexuais masculinas, o mercado não está tão evoluído quando a questão é o tratamento das mulheres. Hoje, entende-se que a reposição hormonal é muito boa. Ela melhora a lubrificação, a elasticidade, todo o sistema de fortalecimento dos órgãos internos e ainda consegue evitar cistite, infecções urinárias e prolapsos".

Embora ainda existam muitas polêmicas em torno da reposição hormonal para mulheres na menopausa, Eliano afasta o medo. "Se iniciada no momento adequado, a terapia de reposição hormonal não apresenta riscos. No entanto, a reposição tem limites característicos da própria terapia. A mulher precisa emagrecer, fazer atividade física e de apoio emocional, mas o hormônio ajuda apenas anatomicamente, sem afetar o lado emocional e afetivo. A mulher que vê a vida sexual como uma coisa prazerosa e necessária para a manutenção do casal, vai sentir-se motivada a tratar das disfunções sexuais desse período. Quanto à parte afetiva, ela depende do parceiro para estimulá-la. O hormônio apenas gera a receptividade, não melhora a libido", conclui.


Sinais do Alzheimer


Neurologista mostra como identificar os primeiros sintomas da doença

Neste dia 21 de setembro, foi o Dia Mundial da Doença de Alzheimer.
Apesar de a Alzheimer's Desease International calcular que 36 milhões de pessoas no mundo possuam a doença, pouco ainda se sabe sobre a demência. Identificar os sintomas logo após seu aparecimento é essencial para iniciar o quanto antes os tratamentos e retardar o avanço dessa doença, que ainda não tem cura e pode levar à morte.

A Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ) estima que a doença atinja 1,2 milhão de pessoas no país. De acordo com o neurologista, doutor pela Universidade de Basel, na Suíça, membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) e autor do livro "Lembro, Logo Existo", Oscar Bacelar, "o Alzheimer é o tipo de demência mais comum que existe. É uma doença neurodegenerativa, ou seja, a condição do paciente piora gradativamente e acaba por levá-lo à morte. A doença de Alzheimer não tem cura e os tratamentos disponíveis apenas retardam sua evolução".

Existem diversos fatores envolvidos no desenvolvimento do Alzheimer, mas o principal fator de risco é a idade. "A partir dos 65 anos de idade, a prevalência da doença dobra a cada cinco anos. Por exemplo, 1 a 3% das pessoas com 65 anos têm a demência. Aos 85 anos de idade, a prevalência já atinge 40 a 45% dos pacientes. Apesar de conter um fator genético para o desenvolvimento, seu aparecimento não é hereditário. Mesmo quem não tem parentes próximos com a doença pode desenvolvê-la mas, caso haja algum caso na família, as chances aumentam em três vezes.
Observamos, também, mais casos de mulheres com a doença do que homens, mas não tenho dados específicos", diz Oscar.

Além dos fatores idade, gênero e genética, existe ainda outro muito importante que pode estimular seu desenvolvimento: o nível educacional.
"Os indivíduos analfabetos têm quatro vezes mais Alzheimer que indivíduos letrados. A explicação para isso é que o estudo aumenta a reserva cognitiva da pessoa. O cérebro não é uma caixa preta, que nasce e morre com a mesma quantidade de neurônios. Se estimulado, aumentam as conexões. É um fenômeno chamado neurogênese, o nascimento de novas células, que ocorre principalmente na região da memória, o hipocampo, que é, também, a primeira atingida pelo Alzheimer. O estímulo cognitivo constante é um fator de prevenção para a doença", explica o neurologista.

Outro fator externo para o desenvolvimento do Alzheimer citado por Oscar é a alimentação. "A dieta do Mediterrâneo é rica em peixe, azeite, vinho tinto ou suco de uva, alimentos típicos dos países ao sul da Europa.
Foi feito um estudo por cinco anos com 1500 indivíduos idosos, nenhum com Alzheimer. Metade do grupo fez, durante esse período, a dieta do Mediterrâneo e a outra metade continuou comendo como antes. O grupo que fez a dieta converteu 30 a 40% menos a doença de Alzheimer do que o outro. Existem fatores de proteção nessa dieta. Os alimentos possuem propriedades antiinflamatórias e antioxidantes, o vinho possui uma substância que tem caráter de melhora na metabolização da glicose", observa o médico.

Os primeiros sintomas da doença podem ser percebidos pelo próprio paciente. Segundo Oscar, "os sinais de alerta são vários. Déficit de memória para fatos recentes, apatia, isolamento social, diminuição da fluência verbal, dificuldade de realização das tarefas domésticas, desinteresse por atividades habituais. Geralmente, é a perda de memória associada a alguma outra alteração. O problema é que esses sintomas podem ser facilmente confundidos com a depressão e é preciso do acompanhamento de um médico para estudar os sintomas. Depois de diagnosticada a doença, o paciente é tratado com medicamentos e precisa muito do cuidado e apoio dos familiares e de um cuidador", finaliza ele


Memória nota dez


Cinco coisas que você precisa PARAR de fazer para ter uma boa memória

Memorizar com precisão datas, nomes, fatos e acontecimentos específicos é o desejo de muitas pessoas. Poder não só lembrar, mas dar detalhes e informações precisar do que já passou. Algumas pessoas são capazes de fazer com muita facilidade esse resgate mental de fatos e/ou informações, porém, outras pessoas não conseguem. Há quem diga que tem ótima memória e que consegue se lembrar sem esforço, mas muitos não são tão bons de recordar assim.

O QUE É:
A memória é a capacidade de acessar as informações guardadas. Com isso, é através do uso da memória que uma pessoa é capaz de se comunicar, se relacionar com as pessoas a sua volta, trabalhar, se divertir, etc.

DICAS:
Selecionei cinco coisas que você deve parar de fazer para ter boa memória:

1) Deixe de lado a ideia de que quem faz duas coisas ao mesmo tempo é mais eficiente do que quem faz uma de cada vez. Fazer muitas coisas juntas atrapalha a memória. Se você quer memorizar melhor, preste atenção no que está fazendo com total concentração e foco. Ações paralelas independem o foco adequado para o resultado satisfatório.

2) Deixe a ansiedade para trás, treine até aprender a prática do relaxamento físico e mental, da meditação, e respiração tranquila e serena, assim a memória tende a ficar melhor.

3) Pare com os pensamentos negativos. Pensar de forma triste ou ruim só piora a vida e a memória. Se você está passando por algum período conturbado da vida e precisa de ajuda, não deixe de procurar um profissional adequado para orientá-lo a solucionar o que for preciso. Paz mental é fundamental para uma boa memória.

4) Evite fazer atividades sem intervalo. Se você é daqueles que fazem o que precisa ser feito sem dar uma pausa para descanso e reabastecimento de energia, saiba que isso tende a gerar desgaste e pode piorar a capacidade de memorização.

5) Pare de insistir com você em memorizar alguma coisa em momento de grande estresse. Situações extremantes estressantes dificultam o processo de gravar, recordar e processar a informação como um todo. Por isso, é importante cuidar da serenidade dentro do cotidiano de cada um. Afinal, a vida de modo geral é mesmo feita de muitos estímulos e acontecimentos.

ALERTA:
Algumas doenças como depressão, ansiedade, alterações hormonais são capazes de interferir na capacidade de memorizar os fatos e acontecimentos. É importante uma avaliação de um profissional qualificado para que não haja dúvidas num possível diagnóstico e tratamento.

TRATAMENTO:
Psicoterapia é uma ótima ferramenta de cura. São varias as teorias e formatos de tratamento.
Escolha focar na solução de questões práticas e pontuais do que você precisa, como por exemplo, ao invés de querer melhorar a memória como um todo, comece com questões pontuais e especificas. Técnicas de PNL, hipnose, EMDR, coaching de vida são excelentes aliadas no processo terapêutico, pois são focadas na solução e praticidade.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

A língua do Alzheimer


Estudo canadense sugere que falar duas línguas pode atrasar o surgimento da doença

Do you speak English? ¿Hablas español? Seja para ajudar um estrangeiro na rua dando informações ou até mesmo para fazer compras em um site lá de fora, falar uma segunda língua também é importante para a saúde.
Pesquisadores canadenses descobriram um importante benefício do bilinguismo: retardar o aparecimento dos sintomas do Alzheimer, doença neurodegenerativa mais comum do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo, publicado na revista "Trends in Cognitive Sciences", mostra que pessoas fluentes em duas línguas têm menos chances de manifestarem os sintomas de diversas demências quando forem mais velhas, inclusive o Alzheimer. Segundo o estudo, apesar de não ter um efeito tão perceptível na idade adulta, o bilinguismo ajuda a proteger o cérebro contra o declínio cognitivo quando em idade avançada. Conforme a população mundial se torna cada vez mais diversificada, o papel do bilinguismo é cada vez mais importante.

Os pesquisadores chamam essa capacidade de retardar as doenças neurodegenerativas que o aprendizado de outra língua tem de "reserva cognitiva" (RC). De acordo com o neurologista Andre Gustavo Lima, "RC é a capacidade do cérebro de armazenar por períodos prolongados as habilidades que foram adquiridas ao longo da vida. Ou seja, assim que começarem as perdas cognitivas naturais do processo de envelhecimento, pessoas com uma maior RC terão mais informações para serem perdidas. Assim, os efeitos dessas perdas serão sentidos mais tardiamente do que para aquelas que têm RC menor".

O aprendizado, não só de outra língua, mas de qualquer habilidade, tem papel fundamental na manutenção da RC do nosso cérebro. Para o professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Cícero Galli Coimbra, "desde 1998 sabemos que o cérebro humano é capaz de, rotineiramente, produzir novos neurônios que substituem outros que são perdidos durante a vida. Os maiores moduladores da produção de novos neurônios são os estados emocionais (estresse é bloqueador a calma é facilitadora) e a utilização frequente das áreas do sistema nervoso onde queremos manter ativa a produção de células nervosas. O aprendizado de uma nova língua mobiliza a função de praticamente todos os recursos mais nobres (cognitivos) do cérebro e de outras partes do encéfalo, aumentando vigorosamente a população de células nervosas. Outros aprendizados seguem a mesma linha".

No entanto, não basta aprender uma nova habilidade se ela não for praticada. Cícero continua explicando que "é necessário manter a utilização da nova língua, pois, de outra forma, o sistema nervoso 'deleta' as células nervosas em desuso e a habilidade vai sendo perdida progressivamente". Andre Lima ainda completa dizendo que "estar com o cérebro constantemente em exercício faz com que o processo cognitivo seja trabalhado, mantendo-o ativo e retardando ainda mais a manifestação de uma demência, por exemplo. O melhor, então, é aprender e praticar sempre. Ouvir músicas, ler livros, ver filmes, palavras cruzadas e nenhuma restrição sobre qual língua escolher. Tudo isso ativa o cérebro".

O neurologista Cícero Coimbra ainda aconselha: "não rejeite as novas tecnologias à medida que elas surgem. Aprenda a usá-las e mantenha-se usando-as na resolução de seus problemas à medida que se defrontar com eles. Mantenha a mente ativa resolvendo problemas, sustentando-se como pessoa útil para o meio social onde vive. Faça com que seus amigos e familiares necessitem do seu auxílio. Não pare de resolver problemas onde que quer que se encontrem. Não fuja deles. Procure-os, trabalhando construtivamente para a solução deles, sempre com calma e tranquilidade. Manter-se útil e necessário, sustenta a autoestima, não sobrando lugar para a depressão, que é a maior bloqueadora da formação de novos neurônios”.


Imagens do Alzheimer


Um novo e pioneiro tipo de exame no Brasil pode diagnosticar precocemente a doença

A Medicina não para de evoluir. Um novo e pioneiro tipo de exame no Brasil pode diagnosticar precocemente o Alzheimer. O método consiste em integrar imagens das vias cerebrais realizadas por tomografias de pósitron (PET), tomografias computadorizadas (TC) e ressonância magnética, e, assim, fazer um diagnóstico mais completo. A nova tecnologia foi desenvolvida por dois médicos brasileiros do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, a partir de processamento de dados trazidos dos Estados Unidos. Já se sabe que o Alzheimer atinge, hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 24 milhões de pessoas no mundo todo.

O método foi criado a partir de pesquisas realizadas na Universidade da Califórnia (UCLA), instituição na qual os líderes do estudo, os neurocirurgiões Dr. Antônio De Salles e a Dra. Alessandra Gorgulho, são professores. Segundo De Salles, o exame faz a integração de várias imagens do cérebro. O PET mostra as funções do órgão e em que lugares o cérebro está usando energia. Nos pacientes com Alzheimer existem áreas nas quais não estão sendo bem trabalhadas. "O paciente faz tomografia de pósitron, obtida juntamente com tomografia computadorizada, que dão uma boa ideia da atrofia do cérebro, pois em certas áreas do cérebro do paciente que sofre com a doença existem atrofias." – explica o neurocirurgião.

Depois, são usadas as imagens de ressonância magnética. Assim, as três são processadas. "A ressonância, hoje em dia, permite ver as fibras do cérebro, como os neurônios, por exemplo, e os seus caminhos no cérebro. Em pacientes com Alzheimer, esses caminhos vão diminuindo. E isso nós podemos identificar nesse exame." – explica o especialista, que completa: "Quando nós integramos essas imagens é possível, matematicamente, identificar bem melhor o paciente que tem a doença”.

O novo exame traz grandes benefícios para as pessoas que sofrem com a enfermidade. Com a reunião de todas essas imagens é possível detectar de maneira mais perfeita e precoce o Alzheimer.  "Com uma só imagem não se consegue ter um diagnóstico mais completo, porque não há informação bastante para selar esse diagnóstico." – explica De Salles.
Além disso, de acordo com o especialista, a descoberta de maneira precoce do mal permite definir o melhor tratamento para o paciente e receitar medicamentos que, acredita-se, retardem a progressão da enfermidade.

O Alzheimer é uma doença degenerativa no qual o paciente vai perdendo as funções intelectuais. "Nós não entendemos ainda o porquê, mas há uma deposição de proteínas anormais que vão acumulando e distorcendo os neurônios. As células morrem em várias áreas. Mas porque são nesses locais não se sabe bem." – finaliza o neurocirurgião.


Sobre a amizade – Ter amigos leva a longevidade sem doenças


Quem não cultiva a amizade, abre espaço para a solidão

O sentimento é nobre e já inspirou poetas, filósofos e escritores. Tida já pelos gregos antigos como a forma mais sublime do amor, a amizade passou a interessar, mais recentemente, também aos cientistas. Aumenta o coro dos que acreditam que trata-se de algo verdadeiramente especial e que um amigo pode fazer a diferença no mundo. Sem contar os benefícios para a saúde.

Quem não cultiva a amizade e a fraternidade cede a vez para o seu reverso, que é a solidão. E é preciso, antes de tudo, preparar o espaço e o espírito. "Não pode haver amizade onde há desconfiança, deslealdade, injustiça. Entre os maus, quando se reúnem, é um complô e não companhia. Eles não se entretém. Não são amigos mas cúmplices", pregava Étienne de La Boàtie, no século XVI, em seu Discurso da Servidão Voluntária.

Sócrates, um dos mais expressivos filósofos gregos, declara no Lísis, de Platão, que em toda a sua vida, sempre teve um ardente desejo de amizade, mais que qualquer outra coisa no mundo. Talvez lá, já vislumbrasse o que os cientistas constatam agora. A tese de que ter bons amigos pode prolongar a vida.

Para avaliar os fatores sociais, físicos e psicológicos que afetam a longevidade, o Estudo Longitudinal do Envelhecimento na Austrália - ALSA, em inglês -, acompanhou, desde 1992, cerca de 1,5 mil pessoas com mais de 70 anos em Adelaide. 

Trata-se de uma das mais longas pesquisas já realizadas. No decorrer dos anos, os participantes responderam a questões sobre o tempo que passavam com filhos, netos e parentes, o número de amigos e o tipo de atividade social que exerciam. No final, as estatísticas apontaram que os que dispunham de uma rede de amigos mais firme sobreviveram mais. 

Como uma das principais características da amizade á que se trata de uma escolha voluntária, o que elimina a obrigatoriedade do encontro, fortalecer os laços é uma via para uma existência mais solidária. E a amizade, constatam as pesquisas, ajuda não apenas a viver mais, como a viver melhor. Quanto mais amigos, mais chances de chegarmos à velhice sem problemas físicos e com maior capacidade de adaptação e aceitação das dificuldades inerentes ao envelhecer. Do contrário, pessoas que não tem amigos, são mais vulneráveis a doenças. 

Para o gerontólogo João Batista Alves de Oliveira, ter o bom amigo não significa, no entanto, esquecer de si mesmo. "É preciso buscar um significado para a própria vida e a partir daí, reconhecendo seus valores pessoais, buscar o que há em volta. Deve haver uma busca ativa. Aceitar a solidão ou esperar que os outros a resolvam é negar o valor de si mesmo", afirma.


Aids depois dos 50


Mulheres são as principais vítimas nessa faixa etária

A aids sempre foi vista como uma doença de adultos e jovens. O senso comum criou a falsa noção de que o segmento populacional acima dos 50 anos de idade estaria distante de riscos e vulnerabilidades em relação à infecção pelo HIV. A evolução da epidemia, no entanto, tem mostrado o aumento do número de casos novos em pessoas a partir dessa faixa etária, representando 2,3% do total de casos notificados de aids no Brasil, em 2007. Além disso, é importante lembrar que não há mais grupos de risco, mas sim, situações de risco acrescido, e que todos, com práticas de sexo desprotegido, encontram-se expostos à infecção por HIV e outras DST.

Os dados, se analisados em conjunto com o envelhecimento da população brasileira e o aumento da sobrevida de pacientes vivendo com aids, demonstram que teremos, em curto espaço de tempo, um incremento relevante no número de pessoas soropositivas vivendo na terceira idade. Além disso, o surgimento de medicamentos para disfunção erétil possivelmente contribuiu para que essa população mantivesse vida sexual ativa, favorecendo a exposição à infecção pelas DST e HIV.

Os tabus que cercaram a vivência da sexualidade das pessoas acima dos 50 anos limitam e dificultam a abordagem no campo da prevenção. Entre eles está a ideia preconcebida sobre com quem se deve ou não usar o preservativo. Isso contribuiu para a vulnerabilidade do grupo de pessoas que viveu a maior fase da vida sexual em um período em que camisinha era utilizada apenas para evitar gravidez indesejada.

Os profissionais de saúde podem ajudar a desconstruir o estereótipo de que pessoas acima dos 50 não têm vida sexual ativa. Os médicos devem aproveitar a confiança depositada pelo segmento na categoria para despertar nessa faixa etária a testagem para HIV. A não solicitação do exame pode adiar a descoberta do vírus na velhice, proporcionando a evolução da infecção com progressão da doença, acarretando em prejuízo imunológico e clínico.

O cenário atual da transmissão de DST e aids entre os cinquentões e mais velhos demanda atenção das categorias médicas. Até 2006, o diagnóstico de aids no Brasil em pessoas nessa faixa etária foi de 9.918 casos, sendo 6.728 em homens e 3.190 em mulheres. Atualmente, existem 48.064 pessoas vivendo com aids acima dos 50 anos, diagnosticadas e em uso de terapia anti-retroviral (com avanço no déficit imunológico indicativo de início de tratamento específico).

Em pesquisa recente (amostra de 510 participantes na faixa etária média de 69 anos), cerca de 22% apresentavam parceiro fixo e 55,3% não possuíam companheiro fixo 105 (20,6%) dos participantes julgavam a aids como castigo divino relacionado aos que cometeram pecados, 158 (31%) conheciam alguma pessoa vivendo com HIV 440 (86,3%) do total referiram não ter por hábito o uso de preservativo, sendo que 56 (11%) já tinham realizado testagem anti-HIV em algum momento de suas vidas.

É importante considerar a vulnerabilidade feminina, nessa faixa etária, que tem dificuldade de negociar o uso do preservativo, durante as relações sexuais com parceiros fixos ou não. Muitas vezes, a vulnerabilidade à infecção pelo HIV parte de relacionamentos com duração de décadas, mantidos sem diálogo entre o casal.

Estima-se que, nos próximos 20 anos, a população de idosos, no Brasil, ultrapasse os 30 milhões, alcançando 13% da população geral. Em dez anos, o contingente de pessoas com 60 anos ou mais aumentou 35,5% no país verificou-se um acréscimo de 10,7 milhões para 14,5 milhões.
Portanto, essa discussão espelha um alerta para a relevância de trabalhos em saúde pública direcionados a essa parcela da população, objetivando informações validadas, no intuito de esclarecer dúvidas pertinentes e o grau de vulnerabilidade de quem tem mais de 50 anos de idade frente à epidemia.

É necessário promover conscientização, com mudança de comportamento. Essa geração precisa se prevenir da infecção por HIV e outras DST e aprender que aids é uma doença que tem tratamento, mas ainda sem cura. É preciso também derrubar tabus e preconceitos sociais, com a ideia de que as pessoas são as culpadas pela própria situação de enfermidade. Nessa atitude preventiva, os profissionais de saúde têm papel fundamental.

Os profissionais de saúde, em especial os médicos, podem e devem abranger o tema em uma abordagem multidisciplinar, voltadas para o exercício da sexualidade saudável e em ambiente de confiança. O público acima dos 50 precisa se reconhecer como parte do processo, como iguais nas perspectivas apresentadas pela aids nesse segmento.



Mariângela Simão é diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. José Telles é coordenador da Área Técnica de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde.

Idosos no Japão: o troféu encolheu


O país cuja população envelhece mais rapidamente no mundo, economiza na Hakusai-Shosho, festa anual que homenageia os centenários com taças de prata para saquê



Todo ano o governo japonês homenageia os cidadãos que completam 100 anos de idade. Em setembro, eles são convocados para o Hakusai-Shosho, a premiação dos longevos, na qual recebem um troféu – uma taça de prata para saquê. Em 1963, quando a festa foi realizada pela primeira vez, 153 cidadãos tornaram-se centenários. Neste ano, nada menos de 20 000 japoneses estão habilitados à homenagem. O governo está preocupado com os gastos que a celebração implicará e já anunciou que vai reduzir o tamanho da taça. Ela será feita com 63 gramas de prata, 31 a menos do que antes. 

A prosaica questão da taça de saquê mostra como o aumento do número de idosos se tornou uma questão central na sociedade japonesa. O Japão é o país cuja população envelhece a ritmo mais acelerado no mundo. Hoje, as pessoas com mais de 65 anos representam 23% da população e, em duas décadas, serão um terço. A expectativa de vida das mulheres, de 86 anos, é a maior do mundo. A dos homens, de 79 anos, fica atrás apenas da da Islândia e de Hong Kong. Há hoje 37 000 japoneses com 100 anos ou mais. 

A proporção de idosos no Japão dobrou entre 1980 e 2005. Na França, isso levou 115 anos para ocorrer, e, na Alemanha, quarenta anos. A explicação para isso, além do aumento da expectativa de vida, está na acentuada queda na taxa de fecundidade das japonesas. O número de filhos por mulher caiu de 2,05 no início dos anos 70 para 1,34 hoje. Quando a taxa de fecundidade de um país cai abaixo do patamar de 2,1, a população cresce em ritmo cada vez mais lento e, depois de duas ou três décadas, passa a diminuir de tamanho. 
Ao contrário do que costuma ocorrer nos países ocidentais, no Japão a maioria das mulheres para de trabalhar depois de ter o primeiro filho. Como elas estão cada vez mais inseridas no mercado de trabalho, acabam por adiar a maternidade. Junte-se a isso a estagnação econômica que o país vive há mais de uma década e o resultado são casamentos tardios e com menos crianças. 

Nas últimas três décadas, o número de japonesas solteiras entre 30 e 34 anos subiu de 7% para 32% e o de homens solteiros, de 14% para 47%.
Disse a VEJA o economista Michael Smitka, diretor do Centro de Estudos do Leste Asiático da Universidade Washington and Lee: "O governo japonês não tem feito muita coisa para aumentar a natalidade no país. Equilibrar trabalho e família continua difícil para as mulheres, uma lei de paridade entre os sexos no mercado de trabalho não teve resultados e não há creches suficientes". As festas de premiação dos longevos exigirão cada vez mais taças de prata.


Fonte: Revista Veja