quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Onde os idosos caem


Brasil é recordista em quedas. Veja os cuidados para evitar acidentes.

O índice de fraturas entre idosos atinge proporções alarmantes, alerta a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só as fraturas de fêmur já ultrapassam um milhão por ano em todo o mundo sendo 600 mil somente no Brasil. A principal causa apontada pelos especialistas são as quedas. Os perigos estão em toda parte, principalmente dentro de casa. Para garantir ambientes seguros, é preciso mais que apetrechos modernos. A família precisa dar atenção. E os idosos precisam tomar consciência dos riscos que correm.

As limitações do dia a dia são muitas. Enfrentar filas de banco, andar em ruas mal conservadas, transportes públicos que não respeitam o direito de ir e vir. Porém, é dentro de casa que o perigo é maior. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), 75% das quedas ocorrem no próprio lar em que o idoso vive. Para o geriatra do Instituto, Salo Buksman, mais do que um lar seguro, o idoso deve ter também  a consciência de como evitar essas quedas.

“É preciso tomar medidas de segurança no ambiente em que o idoso vive.
Porém, a grande mudança deve ocorrer por parte do indivíduo. A consciência do idoso que cai deve ser trabalhada para que ele entenda que, mais do que móveis fora do lugar e pisos deslizantes, a falta de exercícios de musculação e equilíbrio e o excesso de medicamentos sedativos e para pressão arterial são as principais causas de quedas nessa população”, explica ele.

Com o avançar da idade, aumentam também as limitações físicas. Para a fisioterapeuta com grande experiência no cuidados de idosos, Ana Maria Martins Paulos, mesmo com o cuidado de praticar atividades físicas e evitar o consumo abusivo de medicamentos, dificuldades e doenças advindas do envelhecimento podem ser causa inevitáveis das quedas.
“Idosos com problemas de visão, instabilidade de marcha, labirintite, artrose, fraqueza muscular, em especial, a osteoporose podem transformar esses idosos em grandes vítimas de quedas e lesões, lembrando que as principais delas são: fratura de Fêmur, punho e síndrome pós queda”, afirma ela.

Projetos com a mais alta tecnologia podem garantir todo o conforto e segurança necessários para o idoso, a não ser por um simples detalhe, custam caro. Como nem todo mundo pode pagar por essa segurança, a fisioterapeuta garante que algumas medidas simples podem evitar as quedas.

“Adaptar um lar pode não custar caro, basta ter sensibilidade para perceber as necessidades do idoso. Diminuir a quantidade de móveis na casa; retirar aparadores e mesas de centro, deixando a casa com bastante espaço livre; dar preferência a móveis com quinas arredondadas; evitar mudança de móveis de lugar; retirar tapetes; fazer uso de luz noturna nos corredores; utilizar acento especial para elevar a altura do vaso sanitário, fazer uso de calçados adequados e, com orientação técnica, usar bengala e andador”, enumera Paulos.

Ainda de acordo com a fisioterapeuta, mais importante do que a segurança dentro do lar, é o carinho e atenção da família que podem garantir que o processo natural de envelhecimento seja o mais tranquilo possível. “O idoso deve se sentir amado, incluído no seio da família. Os parentes têm o dever de incentivar o idoso na prática de atividade física, orientar na forma como caminhar corretamente para prevenir quedas, mostrar ao idoso que ele é importante para a família. Dessa forma, o indivíduo passa a se preocupar mais com a saúde, uma vez que ele se sente amado e respeitado”, finaliza ela.


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