quinta-feira, 30 de maio de 2013

Casa Bonsai no Dia do Desafio

Piracicaba participou, pelo 18º ano consecutivo, do Dia do Desafio e neste ano a Casa Bonsai Recanto do Idoso também encarou o desafio, mesmo com chuva e frio .... superação dos nossos idosos!


A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam), e o Sesc Piracicaba coordenaram, no dia 29 de maio, do Dia do Desafio 2013.
A competição foi contra Florianópolis/SC.


O Dia do Desafio visa à integração dos munícipes e das cidades participantes, bem como o estímulo à prática de atividades físicas. Reúne para uma disputa saudável municípios do mesmo porte, os quais buscam mobilizar o maior número de habitantes em qualquer atividade física (atividades rotineiras, esportes tradicionais, jogos, brincadeiras entre outros). Ao final do dia, ganha a cidade que obtiver o maior percentual de participação em relação ao número total de habitantes.


A Casa Bonsai Recanto do Idoso participou “Challenge Day” às 15:30hrs, na própria instituição e foi registrado, por filmagem, pela prefeitura de Piracicaba/SP. Realizamos nossa terapia de fisioterapia normalmente, porém neste dia, supervisionado pelo Educador Físico da prefeitura de Piracicaba; professor Jefferson Aragão.

Saiba mais
Durante o rigoroso inverno canadense de 1983, quando a temperatura chegava aos 20 graus negativos, um prefeito sugeriu que, às 15h de um determinado dia, todos apagassem as luzes, saíssem de casa e caminhassem durante 15 minutos ao redor do quarteirão mais próximo. Era um convite ao exercício do corpo.

Além de estimular a realização de atividade física, a iniciativa ocasionou a economia de energia, que pôde ser calculada pelo número de pessoas envolvidas na atividade. No ano seguinte, a experiência foi compartilhada com a cidade vizinha e ambas realizaram a caminhada juntas, na mesma data e horário. Estava lançada a essência que definiria o programa do Dia do Desafio.

A ideia teve sequencia, passou a ser realizada todos os anos, na última quarta-feira do mês de maio, em todo o mundo, e cresce em número de cidades e em total de participantes.

A difusão do evento está sob a responsabilidade do Sesc/SP (Continente Americano), da Tafisa (Trim & Fitness Internacional Sport For All Association), Fepadet (Federación Panamericana de Deporte para Todos), Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e Isca (International Sport and Culture Association).

Em 2012, o Dia do Desafio reuniu mais de 51 milhões de pessoas em 3.432 cidades de 21 países, de diferentes continentes. Estima-se para este ano um novo recorde de participação.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Estudo revela situação de pacientes idosos com HIV

Realizada pelo grupo Swiss HIV, que reúne o trabalho de vários pesquisadores e profissionais envolvidos na luta contra o HIV em todas as partes do país, o estudo examina o quadro clínico de aproximadamente nove mil pacientes soropositivos de janeiro de 2008 a dezembro de 2010.

A coordenadora Barbara Hasse, do setor de doenças contagiosas no Hospital de Epidemiologia no Hospital Universitário de Zurique, explica à swissinfo.ch que o estudo mostra que o HIV pode ser tratado e que os doentes podem ter uma vida normal.
Mas pessoas com mais de 65 anos e que são HIV positivo vivem um grande risco de contrair outras doenças não relacionadas ao HIV, mesmo que estejam tomando medicamentos antirretrovirais.

O grupo também documenta a evolução de idade de pacientes com HIV, chegando a conclusões como o aumento, de 3% a 25%, do grupo de pessoas com idades entre 50 e 64 anos, de 1990 a 2010. A descoberta confirma que os tratamentos com antirretrovirais podem prolongar a vida dos doentes.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Vida sexual não para na velhice, mas é preciso superar obstáculos

Falar sobre sexo na velhice ainda é motivo de vergonha e constrangimento para muitos, o que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para ter uma vida sexual ativa na terceira idade. “O sexo é muito útil para a autoestima e para diminuir a ansiedade dos idosos”, afirma o geriatra Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

É possível ter uma vida sexual de qualidade na velhice. Segundo a psicóloga Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira, no final do século 20, vimos uma revolução no conceito da sexualidade, e essas mudanças repercutiram na vida sexual do idoso.
“Não se concebe hoje a sexualidade ligada apenas à função reprodutiva, mas como fonte de prazer e de realização em todas as idades”, diz Ana, que é professora do departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Unesp. “Há limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice, o que pode haver em todas as idades, mas é preciso tentar superá-las ou minimizá-las”, afirma Ana Teresa.

A redução da atividade sexual é notória entre os idosos, principalmente entre as mulheres, segundo a psiquiatra Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade da USP). “Muitas mulheres não param de fazer sexo porque desistem, mas, sim, porque enviúvam ou se separam e não voltam a se casar. Mas, claro, há aquelas que desistem de transar com os maridos”, diz Carmita.

Os dados da pesquisa Mosaico Brasil, que contou com mais de 8 mil entrevistados e foi coordenada por Carmita em 2008, mostram que, na faixa entre 18 e 25 anos, 90,4% dos homens e 83,3% têm vida sexual ativa. Dos 26 aos 40, 95,4% dos homens e 93,3% das mulheres se dizem sexualmente ativos.
Dos 41 aos 50 anos, o número passa para 94,4% dos homens e 85,1% das mulheres. Dos 51 aos 60, 93,5% dos homens e 76,6% das mulheres dizem ser ativos sexualmente. Já acima dos 61, o número cai para 87,1% dos homens e 51,2% das mulheres.

Obstáculos físicos
Segundo Buksman, um dos motivos que levam à redução da atividade sexual entre os idosos é a perda de libido, que pode ocorrer devido à diminuição da produção hormonal masculina e feminina.
As mudanças nos órgãos sexuais também afetam homens e mulheres, segundo o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Serviço de Gerontologia do Hospital Sírio-Libanês. “O homem pode demorar mais para se excitar, ter ereção e orgasmo. Já a mulher sofre com a diminuição da elasticidade, o ressecamento vaginal e sente dor durante a penetração”. Segundo ele, alguns medicamentos também podem dificultar a ereção e o desejo, como aqueles indicados para hipertensão ou antidepressivos. “Nesses casos, um ajuste na dosagem ou na medicação pode melhorar o quadro”, afirma Busse.

A dificuldade de ter e manter a ereção pode levar à falta de vontade de transar.
“O homem vê uma relação muito forte do sexo com o pênis. Quando nota uma falha, a autoconfiança e o desejo de praticar sexo diminuem muito”, afirma Buskman. Remédios para disfunção erétil como o Viagra podem ajudar na ereção, desde que usados sempre sob orientação médica. “Muitas vezes o idoso compra na farmácia e não sabe usá-lo corretamente. A automedicação é perigosa”, diz Busse.

Para as mulheres, lubrificantes à base de água diminuem a dor da penetração e, em alguns casos, pode ser recomendada a reposição hormonal. “O climatério pode levar à diminuição do desejo para algumas. Às vezes, é indicada a reposição, desde que tenha orientação correta”, afirma Busse. Para saber qual a melhor maneira de superar as barreiras físicas, as mulheres devem consultar um ginecologista e um geriatra.

No caso de transtornos de ansiedade ou depressão, que também causam queda da libido, é importante procurar um psicólogo ou psiquiatra, segundo Busse.
Outros obstáculos impedem uma vida sexual plena para homens e mulheres, como a artrite, que leva à dificuldades para se movimentar devido à dor.
Segundo estudo recente realizado nos Estados Unidos, implantes no quadril melhoraram a frequência sexual de 81% dos 147 pacientes submetidos à cirurgia.

A avaliação médica é fundamental para driblar esses problemas e para controlar doenças crônicas. Para Buksman, mesmo os casos de doenças reumáticas, cardíacas e pulmonares, que impedem atividades físicas, têm solução. “Pode-se praticar sexo de várias maneiras, pois sexualidade não é sinônimo de penetração. Um carinho, um beijo, uma dança mostram que a sensualidade e a sexualidade estão presentes”.

Barreiras culturais e psicológicas
Os múltiplos estereótipos e preconceitos interferem muito na vida sexual. “A sociedade ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu, algo reservado aos mais jovens. Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de ter beleza e juventude como fontes únicas de atratividade. Tudo isso causa a diminuição do sexo”, afirma Ana Teresa. Para Buksman, os próprios idosos se discriminam em relação à aparência. “Cultuamos o jovem, o esguio; há uma depreciação do aspecto físico do idoso”, afirma.

Segundo ele, a sociedade incutia na cabeça das pessoas que o sexo na terceira idade seria algo profundamente inadequado, e isso coloca uma barreira psicológica principalmente para a mulher idosa. “Ela pensa que já passou dessa fase, que é uma avó e tem que se dar ao respeito”, afirma.
A forma como a pessoa viveu o sexo ao longo da vida também influencia como ele será na terceira idade. Uma pessoa que foi reprimida, não teve uma vida sexual feliz na fase adulta, tampouco a informação correta sobre o tema, certamente encontrará muitas barreiras, o que é mais comum entre as mulheres. “Muitas praticavam sexo como uma obrigação, para satisfazer o marido e reproduzir. Passado o período reprodutivo, essas mulheres que não tiveram prazer começam a negar o sexo”, afirma Buksman.

O relacionamento com o parceiro também influencia na atividade sexual. Segundo o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr, diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), casais que ainda se amam e mantém o contato físico no dia a dia tendem a ter mais atividade sexual. “É importante fazer planos cotidianos a dois e ter cuidado com a saúde física e mental, o que beneficiará ambos”, afirma.

Libertação na velhice
Para Ana Teresa, o sexo na terceira idade pode ser libertador e prazeroso, mas depende de como se encara a velhice e as modificações que ela causa em todos os aspectos da vida. “O idoso pode lidar com conformismo e rejeição ou levar a velhice com criatividade”, afirma. “O avanço não é devolver ao velho a performance do jovem, mas conseguir novas formas de satisfação”, diz Ana.
É possível conseguir atingir a plenitude sexual na velhice. “Tem gente que abre mais a cabeça e se conhece melhor com o passar da idade e o sexo se torna mais prazeroso”, diz Busse.
Mas, em qualquer idade, o sexo exige proteção. “É preciso alertar para o aumento no índice de doenças sexualmente transmissíveis em idosos, incluindo o HIV. Os mais velhos raramente usam preservativos, mas também devem evitar o comportamento de risco, usando camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis”, afirma Busse.


Novo perfil de idosas é marcado por mulheres trabalhadoras, vaidosas e com vida sexual ativa

Ela era uma adolescente de 16 anos quando seu balanço a caminho do mar foi eternizado em uma melodia que ficou famosa no mundo inteiro.  Meio século depois, Helô Pinheiro, a garota de Ipanema, comemora novas conquistas na vida profissional: estreou o programa De Cara Com a Maturidade, na Band, e, ao lado da filha, Ticiane Pinheiro, apresenta o Ser Mulher, no canal Bem Simples.
Além disso, exerce seu lado empresária como dona de uma grife de moda praia no Rio de Janeiro e de uma linha de roupas esportivas para uma marca em São Paulo.
Casada há mais de 40 anos, com quatro filhos e três netas, ela se divide atualmente entre a vida profissional, familiar e as várias entrevistas que tem dado à imprensa do mundo todo em comemoração aos 50 anos da composição de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. “Está tudo bem corrido. As pessoas querem saber do meu passado e presente”, diz Helô, que também está escrevendo sua biografia.

Aos 66 anos, formada em jornalismo e direito, ela nem pensa em se aposentar e se enquadra em um novo perfil. São as novas sessentonas e setentonas vaidosas, que cuidam do corpo, são atuantes na profissão e não têm nada da imagem da vovó de alguns anos atrás, que não tinha outra perspectiva na vida além de cuidar dos netos e fazer tricô. “A geração de mulheres que está próxima aos 70 anos enfrentou muitas mudanças sociais: começou a tomar pílula, trabalhou fora de casa, aprendeu a dirigir. Elas quebraram tabus e preconceitos, e continuam fazendo isso até hoje”, diz a psicóloga Maria Célia de Abreu, de 67 anos, que há 15 estuda a questão do envelhecimento pelo IDEAC (Instituto Para o Desenvolvimento Educacional, Artístico e Científico).

“Essas mulheres estão mais livres. Cuidam mais do corpo e do emocional. Percebo que elas engolem menos sapos, exercem seus direitos, têm amigos de ambos os sexos. Isso não era permitido à mulher casada antes”, diz Maria Célia.
Ela acredita que a próxima geração de mulheres maduras enfrentará menos preconceitos.  “Tenho impressão de que a fase do espanto com a postura desse grupo está acabando”, afirma a psicóloga. “Elas são guerreiras e estão mudando a visão da sociedade. As próximas gerações de mulheres de 60 e 70 anos estarão ainda melhores e com menos tabus para quebrar”.

Ajuda da medicina e exercícios físicos
As mulheres que chegaram com saúde e em forma na terceira idade podem ter contado com a genética. Mas muitas ajudaram a natureza fazendo exames médicos com periodicidade e utilizando as novidades da medicina e cosmética. “Há uma cultura que as estimula a procurar o ginecologista desde cedo”, diz Luiz Antonio Gil Jr., geriatra e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria Seção São Paulo. “Mas muitas mulheres de 60 anos e de boa saúde têm procurado o geriatra para fazer trabalho preventivo, avaliação geral e identificar potenciais de risco”, afirma. Segundo ele, é impossível estabelecer até quando uma pessoa continuará ativa na maturidade, mas o médico tem acompanhando casos interessantes. “Tenho duas irmãs pacientes, uma de 95 e outra de 93 anos, que moram sozinhas, viajam e usam a internet”.
Casos assim talvez se tornem comuns no futuro, já que a média de vida do brasileiro tem aumentado. Segundo o IBGE, em 2010, a esperança de vida ao nascer do brasileiro era de 73 anos, um crescimento de três anos em comparação a 2000. Para as mulheres, essa expectativa era de 77 anos, sete a mais do que os homens.

Os cuidados com a saúde também incluem uma rotina de exercícios físicos. “Há pouco tempo, os médicos receitavam apenas hidroginástica para as idosas, por ser uma atividade de menos impacto, assim elas não corriam o risco de ter uma lesão”, diz a professora de educação física e personal trainer Cloe Celentano.
“Com o passar do tempo, os estudos mostraram que o impacto sobre os ossos é benéfico para aumentar a fixação de cálcio e prevenir a osteoporose. Elas começaram a procurar as academias para fazer musculação, que é indicada para mulheres acima dos 45 anos para prevenir o problema”. E, na academia, as novas idosas querem estar sempre bonitas. “Antigamente, elas usavam uma ‘calçola’ por baixo da calça de ginástica. Hoje estão sempre na moda e usam legging, tênis adequado e batom”, diz Cloe.

Uma das responsáveis por ajudar a cultivar o culto ao corpo no Brasil nos anos 80 foi Ligia Azevedo, de 70, hoje dona de um spa itinerante que leva seu nome.
Ela ficou conhecida como a Jane Fonda brasileira porque, assim como a atriz, também fez vídeos para divulgar a ginástica aeróbica que fazia sucesso naquela década nas academias. Mãe de uma filha de 50 e avó de dois netos, foi casada três vezes. A última, aos 40, foi com um rapaz de 23 anos, relacionamento que foi um escândalo na época. “Quebrei um tabu, fui parar em capa de revista por estar com um homem mais novo. Foi pesado”, conta. O casamento durou cerca de 10 anos.

Ligia assume que fez três plásticas no rosto em um período de 30 anos, seguindo os conselhos de Ivo Pitanguy. “Ele me disse que a mulher tem que fazer plástica aos poucos depois dos 40 para nunca envelhecer, diz Ligia. “Fiz pequenas cirurgias a cada 10 anos. Por isso, quem não me vê há 30 anos diz que estou igual”. Ligia garante que não fez mais nenhuma intervenção depois dos 60. Ativa, pode ser encontrada em seu escritório ou nos hotéis para onde leva seu spa na região de Búzios, no Rio de Janeiro, acompanhando as equipes de profissionais e se exercitando com elas. Além disso, ela estuda para se tornar terapeuta em antiginástica, um método que trabalha o alinhamento corporal e corrige vícios posturais. “Quero continuar com meu spa e dar essas aulas para ajudar pessoas”, diz. Solteira, acha difícil encontrar um homem com sua idade e que acompanhe seu ritmo. “Mas quem sabe eu não encontro um de 50 de cabeça boa? Por enquanto não apareceu nenhum”, diz ela que, recentemente, participou do comercial de um cosmético destinado a mulheres com mais de 70 anos.

A dermatologia também tem sido uma aliada das mulheres quando se trata de combater o envelhecimento. A toxina botulínica, o famoso botox, desponta como o preferido de médicos e clientes para paralisar músculos e combater as rugas. Mas há também os cremes à base de ácidos e aparelhos de laser que estimulam o colágeno e tratam a pele. “De maneira geral, as mulheres nessa faixa de idade estão mais jovens do que as das outras gerações, pois temos mais recursos de rejuvenescimento, além da cultura de vida saudável”, diz Natalia Cymrot, dermatologista e mestre em dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “A toxina botulínica pode deixar a pessoa bem, mas precisa de um profissional competente para aplicá-lo. E só isso não ajuda. Com a combinação de procedimentos, o resultado é muito melhor”, diz a médica.

Tabus a quebrar
Para a psicóloga Maria Célia de Abreu, um dos preconceitos que as mulheres acima de 60 enfrentam diz respeito às palavras velho e idoso. “Ouço eufemismos como a idade de ouro, terceira idade, melhor idade. A melhor idade pode ser qualquer uma, dependendo da pessoa e de sua história”, diz Maria Célia. “Gosto de usar o termo velho ou idoso, e gostaria que isso não fosse ofensa”.

A questão da sexualidade também está mudando para essas mulheres. “É a quebra da ideia de que depois dos 60 não existe sexualidade, o que é uma mentira enorme”, diz a psicóloga. “Essa sexualidade pode se manifestar de várias maneiras, desde demonstrações físicas de afeto como um simples abraço até a prática do sexo”.

Funcionária do metrô de São Paulo há 24 anos, dez deles como ouvidora, Vera Melo, 70, concorda. “A vida íntima de um casal acima dos 60 pode ficar muito melhor. A gente aprende a conhecer o outro e a si, perde certas frescuras, vergonhas e timidez. Não temos tempo para isso”, diz Vera, que está casada pela segunda vez há 18 anos.

Helô Pinheiro pensa da mesma forma, mas acredita que a medicina é fundamental para ajudar nesse aspecto. “Tenho vida sexual ativa, mas atribuo à reposição hormonal. Se não fizesse, talvez não tivesse essa vitalidade sexual que tenho”, diz. “Depois da menopausa, tem o desequilíbrio dos hormônios. A reposição te dá essa libido, vitalidade. A minha está ótima, graças a Deus”.

Vera faz parte do grupo de mulheres que vem rompendo tabus há décadas. Aos 38 anos, passou por duas grandes mudanças: deixou a vida de dona de casa para trabalhar como secretária e se separou do primeiro marido.  Hoje, mesmo com uma rotina puxada, não se descuida da aparência. Mãe de dois filhos e com um neto, Vera faz questão de tingir os cabelos a cada quatro semanas e de estar com as unhas impecáveis sempre. “Todos os dias, faça chuva ou faça sol, saio do banheiro às 6h30 com maquiagem e só tiro na hora de dormir”, diz. “Não admito que uma mulher não tenha brilho”.


Velhice não se confunde com senilidade

A 2ª Câmara de Direito Civil confirmou sentença da comarca de Campos Novos e negou a interdição de um idoso, requerida pelo filho sob a alegação de que ele sofre de doença mental. A decisão considerou que o fato de o homem de 74 anos ter optado por um padrão de vida simples, mesmo dispondo de um bom patrimônio, não pode ser confundido com senilidade, por não ter o interditando perdido a capacidade de administrar seus bens.

O pai defendeu que está em perfeitas condições e apto à gerência de suas finanças; ressaltou que sua opção por uma vida modesta não significa que está com distúrbios mentais. Além disso, argumentou que o filho já é curador da mãe, interditada em 1999, e desde então não demonstrou probidade na gerência do patrimônio dela. O filho reforçou, em apelação, que o pai está há mais de 20 anos sendo explorado financeiramente em atividades comerciais, realizando negócios por preços abaixo do valor de mercado.
Disse ainda que, mesmo com bom patrimônio, o pai vive de forma humilde e não é capaz de gerir os negócios e os bens. Afirmou que o idoso é influenciável e não há provas de conflitos de seu interesse com os de seu pai. Pediu, por fim, a juntada de novo estudo social como prova da interferência de outras pessoas na gerência dos bens em questão, e realização de nova perícia.

O relator, desembargador Luiz Carlos Freyesleben, não acolheu o documento apontado pelo rapaz, por ter sido juntado após a sentença e tratar-se de estudo social do processo de interdição da mãe, anterior à propositura desta ação. Para Freyesleben, tanto o estudo social quanto depoimentos de testemunhas não indicaram a necessidade de interdição do idoso.

“Vale ressaltar que, da análise de todo o processado, há flagrantes conflitos emocionais e econômicos entre pai e filho, seja de relacionamento, seja quanto aos negócios realizados pelo genitor. De qualquer sorte, não se pode considerar a idade avançada do apelado (74 anos, atualmente) ou a preferência deste por um estilo de vida mais simples como motivos para interditá-lo. Veja-se, além disso, que velhice não se confunde com senilidade”, finalizou o relator. A decisão foi unânime.


Homens viúvos têm dor diferente, mas não mais branda

Em 1990, Sam e Gretchen Feldman se aposentaram e foram para a ilha de Martha’s Vineyard, Massachusetts. Lá, eles dedicaram seu tempo a trabalhos voluntários e um ativo calendário social. Os anos seguintes foram muito bons para os Feldman, mas, em 2007, Gretchen descobriu que tinha câncer. Ela morreu um ano mais tarde.

Os Feldman haviam sido casados por 53 anos e a dor de Sam Feldman era palpável para amigos que conheciam sua personalidade alegre e jovial. “Havia um enorme buraco em minha vida, que nenhuma quantia de atividades poderia preencher”, disse Feldman, hoje com 82 anos. “Exceto por minhas duas filhas, não havia ninguém em quem eu pudesse procurar consolo”.
Havia um grupo local de apoio, mas Feldman desistiu de participar quando descobriu consistir apenas de mulheres. “Eu simplesmente não achava que mulheres entenderiam minha dor”, afirmou ele. “E, francamente, venho de uma geração que se sente desconfortável expondo tristeza e vulnerabilidade ao sexo oposto”.

A perda de uma pessoa amada é uma experiência profundamente desoladora, mas não é igual para todos. Pesquisas sugerem cada vez mais que homens e mulheres sentem o pesar de formas diferentes, e essa percepção reforçou um nascente movimento de grupos de apoio voltado a homens.

A preocupação em lidar com o sofrimento masculino ganhou nova urgência com as mudanças demográficas. O número de homens com mais de 65 anos nos EUA aumentou 21% de 2000 a 2010, quase duas vezes o crescimento de 11,2% para as mulheres nessa faixa etária, segundo números do censo. Conforme se estreita a lacuna na expectativa de vida, especialistas sugerem que mais homens deverão enfrentar a perda de entes queridos, especialmente esposas.

Muitos não estarão preparados para a experiência. A perda de um cônjuge, para os homens, costuma ser devastadora tanto física quanto psicologicamente.
Num artigo de 2001 publicado em ‘The Review of General Psychology’, psicólogos da Universidade de Utrecht, na Holanda, confirmaram que viúvos mostram maior incidência de doenças físicas e mentais, deficiências, morte e suicídio do que viúvas. Enquanto mulheres que perderam o marido frequentemente dizem se sentir abandonadas, os viúvos tendem a experimentar a perda “como um desmembramento, como se eles houvessem perdido algo que os mantinha inteiros e organizados”, disse por e-mail Michael Caserta, diretor do Centro de Envelhecimento Saudável na Universidade de Utah.

O Harvard Bereavement Study, um marco na pesquisa sobre a perda de parceiros na década de 1960, descobriu que os viúvos atravessavam a morte da esposa como uma tragédia multifacetada, uma perda de proteção, apoio e consolo que deixava muitos deles à deriva. Os pesquisadores apontaram que os homens do estudo dependiam profundamente de suas esposas para cuidar de suas vidas domésticas, de tarefas caseiras à criação dos filhos.
Segundo Caserta, a dor dos homens é agravada pelo fato de muitos terem sido relutantes em expressar sentimentos reais de profunda tristeza; até recentemente, esperava-se que os homens fossem emocionalmente controlados e inexpressivos. Simplesmente persuadir esses homens durões a frequentarem um grupo de apoio não é tarefa simples.
“Embora existam fortes indicações de que a terapia de apoio ajuda os homens, historicamente eles não costumam participar”, explicou Phyllis Silverman, pesquisadora do luto e autora de ‘Widower: When Men Are Left Alone’ (‘Viúvos: quando homens são deixados sozinhos’, em tradução livre).

Há também diferenças na duração do luto masculino em comparação com as mulheres, e quanto tempo leva para eles superarem. O velho axioma de que “mulheres choram e homens substituem” se mostra incorreto.
“Costumava-se pensar que os homens sofrem muito e se curam com maior rapidez, e que as mulheres sofrem cronicamente por um período mais longo”, afirmou George A. Bonanno, professor de psicologia clínica da Universidade de Columbia, em Nova York. Mas hoje, segundo Bonanno, muitos pesquisadores acreditam que o pesar segue um padrão muito mais complexo – tanto em homens quando em mulheres.
“Independentemente do sexo, nós oscilamos entre emoções positivas e negativas, entre ondas de tristeza pela perda e esperança no futuro”, diz. “Isso pode ser frustrante para os homens, que costumam buscar uma abordagem de ‘rápida solução”’.

Em alguns casos, o que os homens fazem é tomar o aconselhamento de luto em suas próprias mãos. Feldman entrou num grupo de apoio para viúvos quinzenal, em Martha’s Vineyard, e há dois anos liderou a Men’s Bereavement Network, organização sem fins lucrativos buscando estabelecer e ajudar grupos de apoio para homens em todo o país. A rede está ajudando a montar grupos de apoio masculinos em locais tão diversos quanto DePere, no Wisconsin, Clearwater, na Flórida, e Danvers, em Massachusetts.

Num recente encontro do grupo de Martha’s Vineyard, iniciado por Feldman, oito homens – com idades entre 40 e 80 anos – se reuniram na casa do líder da sessão, Foster Greene. O Dr. George Cohn, psiquiatra local, sentou-se ao lado – basicamente como um observador silencioso.

Um pescador aposentado, com 85 anos e um dos membros mais velhos do grupo, falou em voz baixa, encarando uma xícara de café. Sua esposa morreu em 2010, após 54 anos de casados. “Não sei quanto a vocês”, declarou ele, olhando rapidamente para os homens na mesa, “mas para mim fica cada vez mais difícil, e não mais fácil”. Os outros homens assentiram.
Mais tarde, Cohn disse: “Às vezes, isso é tudo que um homem quer ou precisa – um ouvido que compreende”.


sábado, 25 de maio de 2013

Especialista alerta para a saúde bucal na terceira idade

A saliva pode ser uma vilã na boca de pessoas que estão na terceira idade. Isso porque o PH, a espessura e a falta de saliva podem ser alterados com o tempo, gerando a proliferação de bactérias e inflamações.

Segundo o cirurgião-dentista Gabriel Lembo, esse quadro  é muito comum em idosos: “Com a chegada da terceira idade, é normal que as glândulas salivares se atrofiarem. Além disso, nesta fase da vida, não é raro o uso de medicação para controle de doenças sistêmicas, o que acaba mudando o PH da saliva, sua espessura e até mesmo diminui a quantidade. Este quadro nós chamamos de xerostomia, referenciada por muitas pessoas como ‘boca seca’”.

No entanto, segundo o médico, há solução sem o corte destes medicamentos. Para o especialista, a melhor forma de combater a xerostomia é ingerindo bastante água e o mais importante: cuidar da higiene bucal, além de realizar visitas regulares ao dentista. “Outra forma muito comum e eficiente de combater a xerostomia é usar a saliva artificial, que é um lubrificante oral sem sabor. Vale ressaltar que somente um dentista pode indicar o melhor tratamento após uma detalhada avaliação de cada caso”, disse.

Outras doenças
A periodontite é uma inflamação crônica na qual bactérias, assim como a imunidade do pacientes contribuem para a destruição da gengiva, osso e ligamentos de suporte dos dentes. A periodontite é uma das principais causas de perda de dentes em adultos, principalmente idosos.
Os sintomas são: sangramento gengival, alteração do paladar, sensibilidade dental, dores e desconfortos gengivais, alteração da cor dos dentes, mau hálito e tártaro.

A falta de apenas um dente pode causar, entre muitos problemas, dores de cabeça, disfunções gastrointestinais e baixa estima, já que o sorriso está intimamente ligado à aparência e convivência social. Hoje, existem duas opções para reposição dos dentes: prótese móvel, mais conhecida como dentadura e a prótese fixa sobre o implante, que são os implantes dentários. “Atualmente, a maioria dos nossos pacientes recorrem aos implantes dentários, que oferecem várias vantagens em relação a outros tratamentos convencionais. As principais são: fixação, melhor mastigação, semelhança aos dentes naturais, conforto, autoestima e, principalmente, durabilidade”, comentou Lembo.


Fonte: eBand


Prótese ajustada traz mais qualidade de vida

Com o avanço da idade, a perda dos dentes naturais se torna mais comum. A prótese dentária é uma das alternativas mais viáveis em termos de custos se comparada aos implantes. Estes, por sua vez, nem sempre encontram no idoso a estrutura óssea adequada para a realização da técnica, devido ao desgaste nesta região com o passar dos anos.

A prótese dentária, quando bem feita e adaptada, é fundamental para a correta mastigação, além de melhorar a estética e a dicção. Para tanto, a escolha do profissional é um passo importante e deve ser levada a sério, para não gerar incômodos e traumas no paciente.

O dentista e protético Joel Amano, especialista na confecção de prótese total, lembra que a dentição deve estar em primeiro plano em termos de saúde bucal. Ao corrigir a dentição, a pessoa vai melhorar os problemas de digestão que surgem devido à mastigação incorreta.

“Tenho visto muitos idosos com sérios problemas na dentadura e percebo a aflição que passam ao falar e também quando mastigam. Estes incômodos são facilmente corrigidos com uma prótese bem feita e adaptada”, observa.
Amano faz próteses artesanalmente. Ele não esconde a sua satisfação em ter clientes que se deslocam do Japão e dos Estados Unidos, só para citar alguns países, para vir ao seu consultório em Mogi das Cruzes para ter suas próteses feitas ou restauradas pelas suas mãos.

A experiência que Joel Amano adquiriu exercendo a sua profissão ao longo dos anos fez dele um dos profissionais mais renomados no assunto. “Faço meu trabalho com amor e dedicação. As próteses precisam ter um aspecto bem natural, de forma que as pessoas nem percebam que se trata de uma dentição artificial”, explica.

Autoestima
Segundo ele, muitas pessoas se acomodam com dentaduras que já estão frouxas, sem ter ideia do benefício que uma nova vai trazer, melhorando a sua qualidade de vida com reflexos na sua autoestima, confiança, segurança e saúde.
Para quem teme ficar sem os dentes naturais até que a prótese dentária fique pronta, Joel Amano diz que isso não é motivo para protelar a sua confecção.
Segundo o protético, a prótese imediata elimina esta questão.
Isso porque, o molde é feito ainda com os dentes naturais e, quando eles forem retirados, a prótese já estará pronta. “O paciente já vai sair do consultório com a prótese, devidamente ajustada”, reforça o dentista.
  
Cuidados
Para aumentar a durabilidade da prótese dentária, é fundamental a sua correta higienização. Escovar os dentes diariamente, usar fio dental e ir ao dentista regularmente, diminuem as chances de ter problemas, além de aumentar o tempo de vida da prótese.
Se houver necessidade de ser reparada por algum motivo, o ideal é consultar o mesmo profissional que fez a prótese.
A rapidez, segundo os especialistas, é muito importante, uma vez que a cada dia que passa aumenta a probabilidade de danificá-la ainda mais, sem contar os reflexos negativos na própria saúde.


A Saúde Bucal dos Idosos

Como posso manter uma boa saúde bucal na terceira idade?
Se você cuidar bem dos seus dentes e fizer consultas periódicas com seu dentista, os seus dentes podem durar a vida inteira. Independentemente da idade, você pode ter dentes e gengivas saudáveis se escovar pelo menos três vezes ao dia com creme dental com flúor, se usar fio dental pelo menos uma vez ao dia e se for regularmente ao dentista para exames completos e limpeza

Que informações sobre a saúde bucal um indivíduo da terceira idade deve ter?
Até mesmo quem escova e usa fio dental regularmente, pode ter alguns problemas específicos. Muitas pessoas na terceira idade usam dentaduras, tomam remédios e têm problemas de saúde geral. Felizmente, seu dentista pode ajudar você a encarar estes desafios com êxito quase que garantido.

- As cáries e os problemas com a raiz dos dentes são mais comuns em pessoas da terceira idade. Por isso, é importante escovar com um creme dental que contenha flúor, usar fio dental todos os dias e não deixar de ir ao dentista

- A sensibilidade pode se agravar com a idade. Com o passar do tempo é normal haver retração gengival que expõe áreas do dente que não estão protegidas pelo esmalte dental. Estas áreas podem ser particularmente doloridas quando atingidas por alimentos e bebidas quentes ou frias. Nos casos mais severos, pode ocorrer sensibilidade com relação ao ar frio e a alimentos e líquidos doces ou amargos. Se seus dentes estiverem muito sensíveis, tente usar um creme dental apropriado. Se o problema persistir, consulte o dentista já que esta sensibilidade pode indicar a existência de um problema mais sério, como, por exemplo, cárie ou dente fraturado.

- As pessoas mais velhas se queixam de boca seca com freqüência. Este problema pode ser causado por medicamentos ou por distúrbios da saúde. Se não tratado, pode prejudicar seus dentes. Seu dentista pode recomendar vários métodos para manter sua boca mais úmida, como tratamentos ou remédios adequados para evitar a boca seca.

- Enfermidades preexistentes (diabete, problemas cardíacos, câncer) podem afetar a saúde da sua boca. Converse com seu dentista sobre quaisquer problemas de saúde existente para que ele possa ter uma visão completa da situação e para que possa ajudar você de forma mais específica.

- As dentaduras tornam mais fácil a vida de muitas pessoas da terceira idade, mas exigem cuidados especiais. Siga rigorosamente as instruções do seu dentista e, caso ocorra qualquer problema, marque uma consulta. Os portadores de dentaduras definitivas devem fazer um exame bucal geral pelo menos uma vez por ano.

- A gengivite é um problema que afeta pessoas de todas as idades e que pode se tornar muito sério, especialmente em pessoas de mais de 40 anos. Vários fatores podem agravar a gengivite, inclusive:
1- Má alimentação.
2- Higiene bucal inadequada.
3- Doenças sistêmicas, como a diabete, enfermidades cardíacas e câncer.
4- Fatores ambientais, tais como o estresse e o fumo.
5- Certos medicamentos que podem influenciar os problemas gengivais.

- Como as doenças gengivais são reversíveis em seus primeiros estágios, é importante diagnosticá-las o mais cedo possível. As consultas periódicas garantem o seu diagnóstico e o seu tratamento precoce. É importante saber que a boa higiene bucalevita o aparecimento de enfermidades gengivais.


- As coroas e pontes são usadas para reforçar dentes danificados ou substituir dentes extraídos. Uma coroa é usada para recobrir um dente que sofreu perda de substância. Ela fortalece a estrutura do dente e melhora a sua aparência, sua forma ou seu alinhamento. As pontes ou próteses fixas são usadas para substituir um ou mais dentes faltantes e são fixadas nos dentes naturais ou nos implantes situados ao lado do espaço deixado pelo dente extraído.


Prevenção é o melhor meio de preservar os dentes até a terceira idade

Segundo dados do Programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, idosos têm quase 26 dentes extraídos em média por pessoa, e três a cada quatro idosos não possuem nenhum dente funcional. Destes, mais de 36% necessitam de pelo menos uma dentadura. “A saúde bucal dos idosos brasileiros é crítica, especialmente se vivem em casas de repouso governamentais ou humildes, onde a informação de prevenção bucal praticamente não existe”, avalia o dentista Fernando Luiz Brunetti Montenegro, consultor científico da ABO.

O melhor remédio ainda é a prevenção. O cuidado oral desde a infância pode garantir que uma pessoa preserve seus dentes durante toda a vida, inclusive na terceira idade. Ao cuidar da higiene da boca é possível afastar doenças como a cárie – umas das maiores responsáveis pela perda dos dentes. “Os procedimentos preventivos precisam ser bem realizados nessa fase da vida, desde a escovação, uso do fio dental/escova interdental, limpeza correta das próteses e mucosas”, diz Brunetti.

Hoje, em casos que não é possível preservar o dente, pode-se recorrer aos implantes osseointegráveis, chamados também de terceira dentição. Além de maior conforto, suprem as necessidades físicas de quem os usa e ajuda na autoestima.

Diminuição da saliva
Com o avanço da idade, passa a ser comum o uso rotineiro de medicamentos. Alguns deles contêm substâncias que podem causar xerostomia – boca seca. A diminuição ou falta de saliva causam vários problemas bucais, como cárie, problemas gengivais, lesões brancas na gengiva. “Com a xerostomia as próteses podem se soltar, provocando mudanças na dieta que podem levar à desnutrição e problemas estomacais nesses indivíduos, porque eles não conseguem mastigar bem os alimentos”, explica o especialista.


A saliva contribui para a manutenção da integridade bucal, lubrificando e protegendo a boca contra os micro-organismos prejudiciais à saúde. “A ausência ou a diminuição da saliva associado à má higiene bucal permitirá o aparecimento de cárie, da doença periodontal e de outras infecções.”, diz o consultor da ABO, que também ressalta que o envelhecimento, por si só, não causa redução ou ausência de saliva.


domingo, 19 de maio de 2013

Gerontologia é apontada como carreira do futuro


Você sabe o que faz um Gerontólogo?
Fique ligado! Essa pode ser uma das carreiras mais promissoras do futuro.

Um estudo do Banco Mundial aponta que a quantidade de idosos deve triplicar nas próximas décadas. O cenário abre uma série de novas oportunidades e profissionais de gerontologia serão bastante requisitados.

Diferente do geriatra, o gerontólogo é capacitado para planejar e implementar ações para aumentar a qualidade de vida dos idosos, seja na saúde ou convívio social. Os conhecimentos vão desde a psicologia ao mercado dos planos de saúde.
Este profissional pode até gerir instituições privadas voltadas aos cuidados com esse público ou desenvolver políticas públicas e programas educativos para o bem estar da terceira idade.

A remuneração é atraente: varia de R$ 2.500,00 para recém-formados a R$ 15.000,00 para diretores. O perfil compatível são profissionais atuantes da área de saúde, das ciências sociais ou administradores.
A dica é baseada na lista das 30 novas carreiras, elaborada pelo Você S/A


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Síndrome Mielodisplásica atinge idosos acima de 60 anos


Deixar de pesquisar a fundo uma anemia em um idoso pode ser perigoso. A Síndrome Mielodisplásica é um tipo de câncer causado por alteração na medula óssea, que afeta principalmente os idosos e é frequentemente confundida com uma anemia, por seus sintomas similares.

Segundo a hematologista Silvia Magalhães, a doença não é descoberta porque deixa de ser diagnosticada. “Às vezes, há uma recusa em se fazer uma investigação maior dos sintomas, deixando de descobrir a síndrome. Mas é importante destacar que não são todos os anêmicos que estão com o problema. Tem que haver uma primeira avaliação para afastar as causas mais comuns, decorrentes da falta de alimentos, por exemplo. Depois, na segunda etapa, é feito um estudo da medula óssea, que pode apresentar várias alterações sugestivas da doença”, explica a especialista.

Não há uma causa conhecida para a síndrome. O problema é um somatório de alguns agravantes ao longo dos anos. “Provavelmente, são lesões da medula óssea que se acumularam e que, junto com o envelhecimento, tornam a pessoa mais vulnerável, com potencial importante para leucemia aguda”.
O tratamento curativo é o transplante da medula óssea. “Esta intervenção não é usada em idosos com frequência, pois é um risco muito alto para uma pessoa acima de 60 anos. Como há vários tipos da síndrome, com evoluções diferentes, há também vários tipos de tratamento”, explica a médica.

No Brasil
Ainda não há dados específicos da incidência desta doença no levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Diante da falta de dados demográficos, foi criado o “Registro Brasileiro de Síndrome Mielodisplásicas – aspectos demográficos, clínico-patológicos e terapêuticos em centros de atenção terciária”.
A primeira fase do levantamento incluiu 476 pacientes, diagnosticados no período de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2007, em 12 centros das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil.
De acordo com Silvia, uma das autoras do estudo, já começa a aparecer um panorama nacional, o que permite a comparação entre as várias regiões do País e entre diferentes países, como Estados Unidos, Japão, Coreia e alguns europeus, onde há registros da doença.

Na pesquisa, a idade mediana para o diagnóstico no Brasil foi de 68,3 anos, menor que a observada nos Estados Unidos e Europa, mas muito similar à do Japão e Coreia. Destes, 50,8% eram mulheres e 86,6% residentes em zona urbana. A maioria dos pacientes foi classificada como de baixo risco.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Saiba como funciona a prioridade dos idosos na Justiça


O direito das pessoas de 60 anos ou mais de ter um atendimento preferencial na Justiça é garantido por diversas leis e recomendações, entre elas, o Estatuto do Idoso, de 2003, e uma lei que alterou o Código de Processo Civil, de 2009.

Sérgio Gabriel, coordenador do núcleo de práticas jurídicas da Unicsul (Universidade Cruzeiro do Sul), explica que é muito simples pedir o benefício.
- Basta que o advogado, dentro da ação judicial, junte uma cópia do RG da pessoa, para provar que ela tem 60 anos ou mais, e requerer o benefício. Ele não é automático. Se o advogado não fizer o requerimento, o juiz não vai dar prioridade no atendimento.
Isso pode ser feito no momento de abertura da ação ou em qualquer etapa dela, já que a pessoa pode completar 60 anos ao longo do processo.

Segundo o Código de Processo Civil, depois de autorizada a prioridade, as ações devem receber “uma identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária”.
Com isso, em todos os caminhos da ação pelos órgãos judiciais, ela deverá ir para o topo das pilhas. Por exemplo, no início dos processos, a petição ajuizada é entregue ao réu – o que é chamado de citação. Quem faz isso é o oficial de justiça. Tendo nas mãos a ação de um idoso, ele terá de procurar o réu deste caso antes de outros que estão na fila. Até a última etapa do processo – ou seja, a mesa do juiz – os idosos têm a preferência.
O Estatuto do Idoso (Lei número 10.741) diz que a prioridade não termina com a morte do beneficiado. Ela também pode ser estendida ao cônjuge ou companheiro, se for união estável.

A lei de 2009 também inclui no grupo prioritário pessoas com deficiência e pacientes de doenças graves, como portadores do vírus da Aids, esclerose múltipla e doença de Parkinson, desde que comprovada por laudo médico.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Os cinco mandamentos para uma velhice perfeita


Comer bem. Praticar atividades físicas. Não é de hoje que perseguimos a fórmula ideal para manter o corpo e a mente saudáveis, apesar do tempo que insiste em passar. E informação é o que não nos falta. O brasileiro se cuida, aprende, se esforça para viver mais e melhor.

Por que ainda é tão difícil? O que está faltando?
A melhor universidade do mundo foi atrás desta resposta. Pesquisadores de Harvard e da Universidade da Califórnia descobriram que o segredo pode estar dentro de nós. E um médico brasileiro traduz o trabalho em cinco mandamentos fundamentais para quem deseja uma velhice feliz:

Primeiro mandamento:
Decisão, disciplina e determinação para por em prática tudo aquilo que já sabemos.
“Se o fato apenas de saber fosse suficiente, médicos não fumavam e nutricionistas não seriam gordas. É porque mesmo sabendo não tiveram ou não têm atitude de mudar. O adulto que quer ter uma velhice boa, antes de mais nada invista na vida de agora olhando pro futuro. Mude o que tiver de mudar agora olhando pro futuro, e não esperar o futuro chegar pra dizer: perdi tempo”, afirmou o geriatra Renato  Maia.

Segundo mandamento:
Evitar comportamentos de risco que comprometam nossa saúde.
“É um comportamento de risco a velocidade, a violência, é um comportamento de risco também a pessoa tentar, do ponto de vista físico, ultrapassar os limites. É preciso viver sem medo, mas sem adotar comportamentos que no fundo, no fundo, podem dar até um prazer naquele momento, mas são contra o tempo de vida”, explicou Renato Maia.

Terceiro mandamento:
Saber enfrentar as adversidades e as dificuldades que a vida nos apresenta.
“A perda, o dissabor, a tristeza com o acontecimento não podem ser negados. As pessoas que conseguem resolver enfrentar essas situações com reações mais positivas elas vivem mais e vivem melhor”, disse o geriatra.

Quarto mandamento:
Cultivar os laços sociais.
“Os laços sociais, eles começam na família, passam pela comunidade, podem passar pela igreja, mas são relacionamentos que devem ser positivos, construtivos, harmônicos, solidários. A pessoa que tem bons laços sociais, ela tem motivo para viver muito mais e melhor”, ressaltou Renato Maia.

Quinto mandamento:
Ter um projeto para a aposentadoria, que não seja somente garantir a renda necessária para viver.
“A aposentadoria hoje não dura apenas cinco ou dez anos como no passado, ela pode durar 20, 30 anos. Então é preciso ter um projeto para esse momento da vida. Porque essa história de sonhar em fazer nada, sonhar em ser inútil, sonhar em não ter compromisso, isso não é um projeto de vida, isso é um projeto de morte. Esse projeto não é voltar ao trabalho, não significa voltar a ter renda, mas ter algo que preencha a vida, algo que dê significado a vida”, completou o geriatra.