sexta-feira, 17 de maio de 2013

Síndrome Mielodisplásica atinge idosos acima de 60 anos


Deixar de pesquisar a fundo uma anemia em um idoso pode ser perigoso. A Síndrome Mielodisplásica é um tipo de câncer causado por alteração na medula óssea, que afeta principalmente os idosos e é frequentemente confundida com uma anemia, por seus sintomas similares.

Segundo a hematologista Silvia Magalhães, a doença não é descoberta porque deixa de ser diagnosticada. “Às vezes, há uma recusa em se fazer uma investigação maior dos sintomas, deixando de descobrir a síndrome. Mas é importante destacar que não são todos os anêmicos que estão com o problema. Tem que haver uma primeira avaliação para afastar as causas mais comuns, decorrentes da falta de alimentos, por exemplo. Depois, na segunda etapa, é feito um estudo da medula óssea, que pode apresentar várias alterações sugestivas da doença”, explica a especialista.

Não há uma causa conhecida para a síndrome. O problema é um somatório de alguns agravantes ao longo dos anos. “Provavelmente, são lesões da medula óssea que se acumularam e que, junto com o envelhecimento, tornam a pessoa mais vulnerável, com potencial importante para leucemia aguda”.
O tratamento curativo é o transplante da medula óssea. “Esta intervenção não é usada em idosos com frequência, pois é um risco muito alto para uma pessoa acima de 60 anos. Como há vários tipos da síndrome, com evoluções diferentes, há também vários tipos de tratamento”, explica a médica.

No Brasil
Ainda não há dados específicos da incidência desta doença no levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Diante da falta de dados demográficos, foi criado o “Registro Brasileiro de Síndrome Mielodisplásicas – aspectos demográficos, clínico-patológicos e terapêuticos em centros de atenção terciária”.
A primeira fase do levantamento incluiu 476 pacientes, diagnosticados no período de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2007, em 12 centros das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil.
De acordo com Silvia, uma das autoras do estudo, já começa a aparecer um panorama nacional, o que permite a comparação entre as várias regiões do País e entre diferentes países, como Estados Unidos, Japão, Coreia e alguns europeus, onde há registros da doença.

Na pesquisa, a idade mediana para o diagnóstico no Brasil foi de 68,3 anos, menor que a observada nos Estados Unidos e Europa, mas muito similar à do Japão e Coreia. Destes, 50,8% eram mulheres e 86,6% residentes em zona urbana. A maioria dos pacientes foi classificada como de baixo risco.


Nenhum comentário:

Postar um comentário