segunda-feira, 9 de julho de 2012

As boas razões para continuar na ativa mesmo depois da chegada da aposentadoria


Foram 35, 40 anos de contribuição e muito suor. Finalmente, a luz no fim do túnel da aposentadoria chegou. Será que é hora de parar? Deixar de trabalhar para ficar em casa vendo televisão não é agradável para ninguém. Ver coisas novas, mudar a rotina, fazer atividades é importante não só para a saúde do corpo, mas também, para a do cérebro! Veja boas razões para continuar na ativa mesmo depois da aposentadoria.

Aposentado, o bancário Luiz Lupato Netto, de 73 anos, acredita que ficar parado é a pior coisa que um aposentado pode fazer. Segundo ele, "após a aposentadoria, trabalhar só se for em outra atividade. Quem se aposentou com um salário folgado para atender suas necessidades , deve preencher o tempo principalmente viajando, mantendo contato com novos amigos, internet, lazer de toda ordem. Enfim, não ficar parado".

Nada, absolutamente nada, trabalha sem ser estimulado. De acordo com a psicóloga, especialista em Psicomotricidade e Psicologia Hospitalar e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) Regina Celia Gorodscy, "do ponto de vista psiconeurológico é importante a continuidade das atividades após a aposentadoria. Se a pessoa continua na ativa, mantém os neurônios funcionando. Se ativo, você mantém seu aparato neurofisiológico. Se colocar em situações novas, lidar com formas positivas de estresse e cuidar da aparência física são situações de quem trabalha".

Para algumas pessoas, a aposentadoria ainda vem como o fim do tempo de trabalho. No entanto, Regina alerta que "a questão da aposentadoria é muito séria. Algumas pessoas se aposentam para ficar em casa vendo TV, sem se movimentar, sem se cuidar, com medo de tudo. Congressos de gerontologia que presenciei focalizavam que a vida sem sentido, parada, dentro de casa, sem inventar situações novas traria até alguns processos de demência. Se não cuida da alimentação, há ainda a deterioração orgânica também".

As vantagens de se trabalhar vão além do campo neurofisiológico, já colocado por Regina. Ela ainda acrescenta que "existem vantagens fisiológicas, psicológicas, ligadas a autoimagem e autoconceito. Muitos homens, quando param de trabalhar, desenvolvem processos de impotência. As pessoas ficam deprimidas quando não têm o que fazer. Trabalho é bom mesmo que seja voluntário. Quando um cuida do outro, lida melhor com sua própria situação. Importante talvez seja uma redução de carga horária, o nível de trabalho não pode mais ser estressante. Tem que ter tempo de sobra para cuidar de si mesmo, fazer exercícios e exercer atividades sociais".

Trabalhar é bom, mesmo quando já se cumpriu o tempo de contribuição. E tem gente que nem pensa em parar. A já aposentada – mas que atualmente trabalha como recepcionista – Margarida Candido da Silva, de 53 anos, garante. "Eu achei muito legal encontrar este emprego de recepcionista após a aposentadoria, pois estava me sentindo um pouco inútil, um pouco deprimida. Então foi uma benção para mim, pois até rejuvenesci! Tenho oportunidade de conhecer pessoas, tenho feito amizades com pessoas de diferentes personalidades e me enriqueço muito a cada dia. Meu trabalho é muito versátil, nunca cai na rotina. Adoro!", diz.


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