quarta-feira, 15 de junho de 2011

Processo da Enfermagem no Paciente com Parkinson

Histórico
O Primeiro passo para o Profissional de enfermagem é focalizar como a doença afetou as atividades da vida diária e capacidades funcionais do paciente. Os pacientes são observados para o grau de incapacidade e para as alterações funcionais que ocorrem durante o dia, como as respostas ao medicamento.
Quase todo paciente com um distúrbio de movimento apresenta alguma alteração funcional e pode exibir algum tipo de disfunção comportamental.
Durante essa avaliação, a enfermeira observa o paciente quanto à qualidade da fala, perda da expressão facial, déficit de deglutição, tremores, lentidão dos movimentos, fraqueza, postura anterógrada, rigidez, evidência de lentidão mental e confusão.

Diagnóstico de Enfermagem

Os principais diagnósticos de enfermagem do paciente podem incluir os seguintes:
ü  Mobilidade física comprometida relacionada com rigidez muscular e fraqueza motora,
ü  Déficits de auto-cuidado relacionados com o tremor e o distúrbio motor,
ü  Constipação relacionada com o medicamento e atividade reduzida,
ü  Nutrição alterada, ingestão menor que as necessidades corporais, relacionados com o tremor, lentidão na alimentação, dificuldade na mastigação e deglutição,
ü  Comunicação verbal prejudicada relacionada com o volume diminuído e lentidão da fala, incapacidade para mover os músculos faciais,
ü  Enfrentamento ineficaz relacionado com a depressão e disfunção decorrente da progressão da doença.

Planejamento e metas a serem cumpridas
As metas para o paciente podem incluir a melhora da mobilidade funcional, manutenção da independência nas atividades da vida diária, obtenção da eliminação intestinal adequada, obtenção e manutenção do estado nutricional aceitável, obtenção da comunicação efetiva e desenvolvimento de mecanismo de enfrentamento positivo.

Prescrição de Enfermagem:

Melhorando a mobilidade
Um programa de exercícios diários aumentará a força muscular, melhorando a coordenação e a destreza, reduzirá a rigidez muscular e evitará as contraturas que ocorrem quando os músculos não são utilizados.
Caminhar, exercitar-se em bicicleta ergométrica, nadar e fazer jardinagem são todos exercícios que ajudam a manter a mobilidade articular. Os exercícios de alongamento e de amplitude de movimentos promovem a flexibilidade articular.
Os exercícios posturais são importantes para conter a tendência da cabeça e do pescoço de se deslocarem para diante e para baixo. Um fisioterapeuta pode ser valioso no desenvolvimento de um programa de exercício individualizado e pode fornecer instruções para o paciente e para o cuidador sobre o modo de realizar os exercícios com segurança.
Técnica especial de caminhada deve ser aprendido para contrabalançar a marcha arrastada e a tendência para se inclinar para diante. O paciente é ensinado a se concentrar em caminhar ereto, olhar para o horizonte e usar uma marcha com base ampla (caminhar com os pés separados). Um esforço consciente deve ser feito para oscilar os braços, elevar o pé enquanto caminha e usar um posicionamento do pé do calcanhar para os dedos, com passadas largas.

Estimulando as atividades do auto-cuidado
Encorajar, ensinar e apoiar o paciente durante as atividades da vida diária promovem o auto-cuidado.
Os pacientes podem ter graves problemas de mobilidade que impossibilitam as atividades normais. Aparelhos da adaptação ou de assistência podem ser úteis.
Um terapeuta ocupacional pode avaliar as necessidades do paciente e fazer recomendações em relação aos aparelhos de adaptação e ensinar o paciente e o cuidador sobre como improvisar.

Melhorando a eliminação intestinal
O paciente pode ter graves problemas com constipação; fatores que causam a constipação estão à fraqueza dos músculos usados na defecação, falta de exercícios, ingestão inadequada de líquidos e atividade diminuída do sistema nervoso autônomo.
Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença também inibem as secreções intestinais normais. Uma rotina intestinal regular pode ser estabelecida encorajando-se o paciente a seguir um padrão de horário regular, a aumentar conscientemente a ingestão de líquidos e a ingerir alimentos com um conteúdo de fibra moderado.

Melhorando a nutrição
Os pacientes podem ter dificuldade para manter seu peso. A alimentação torna-se um processo muito lento, exigindo concentração devido à boca seca por causa dos medicamentos e dificuldade para mastigar e deglutir.
Monitorar o peso semanalmente indica se a ingestão calórica é adequada. As alimentações suplementares aumentam a ingestão calórica. Nesta hora um nutricionista pode ajudar a adequar a textura e paladar das dietas, afim de estimular uma melhor alimentação.

Melhorando a comunicação
Sua fala suave, baixa e monótona exige que façam um esforço consciente para falar lentamente, com atenção deliberada para o que estão dizendo. Os pacientes são lembrados a ficar de frente para o ouvinte, exagerar a pronúncia das palavras, proferir frases curtas e empreender algumas respirações profundas antes de falar.
Um fonoaudiólogo pode ser valioso ao idealizar os exercícios de melhora da fala e ao auxiliar a família e os profissionais de saúde a desenvolver e usar um método de comunicação para satisfazer as necessidades do paciente.

Apoiando as capacidades de enfrentamento
O suporte pode ser dado ao encorajar o paciente e apontando quais atividades estão sendo mantidas através da participação ativa. Uma combinação de fisioterapia, terapia medicamentosa e participação em grupos de apoio podem ajudar a reduzir a depressão que acontece com freqüência. Por isso da importância de um trabalho de apoio com um psicólogo.
Os pacientes são assistidos e encorajados a estabelecer metas passíveis de atingir. Como o parkinsonismo tende a levar ao isolamento e à depressão, os pacientes devem ser participantes ativos em seus programas terapêuticos, inclusive nos eventos sociais e de lazer.

A evolução da doença com a participação do cliente
Quando os clientes, na maioria das vezes, são bem informados e orientados sobre a importância de sua participação do tratamento podem surgir grandes resultados, entre eles os mais esperados podem incluir:

ü  Esforça-se para melhorar a mobilidade
·         Participar diariamente do programa de exercícios,
·        Caminhar com ampla base de sustentação; exagera a oscilação do braço enquanto caminha,
·         Toma os medicamentos conforme a prescrição.

ü  Progride para o Auto-cuidado
·         Permite tempo para as atividades de auto-cuidado,
·         Utiliza os aparelhos de auto-ajuda.

ü  Mantém a função intestinal
·         Consome os líquidos adequados,
·         Aumenta a ingestão de fibras na dieta,
·         Relata padrão regular da função intestinal.

ü  Atinge um melhor estado nutricional
·         Deglute sem aspiração,
·         Leva tempo para se alimentar.

ü  Alcança um método de comunicação
·         Comunica as necessidades,
·         Pratica os exercícios de fala.

ü  Lida com os efeitos da doença de Parkinson
·         Estabelece metas realistas,
·         Demonstra persistência nas atividades significativas,
·         Verbaliza os sentimentos para a pessoa apropriada.

Considerações finas
Sabe-se que o enfermeiro pode realizar todos os cuidados para que os sujeitos possam encarar a doença de uma forma menos agressiva, bem como encaminhar ou orientar cuidados de forma humanística e integral.

Por: Mariana Perissinotto – Enfermeira Padrão da Casa Bonsai Recanto do Idoso.



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