terça-feira, 30 de abril de 2013

A fragilidade de envelhecer


Um dia em um Hospital Psiquiátrico em Botafogo uma mulher abatida e claramente cansada leva sua mãe, uma senhora que já beirava os 90 anos, para uma consulta.

Ela diz ao Doutor:
Minha mãe está muito idosa, não consegue andar sem minha ajuda, não pode ir ao banheiro sozinha, não tem mais o menor controle sobre nada e depende de mim até para comer.
Ela não se comporta bem com cuidadores e quer minha ajuda, mas estamos nessa situação há dois anos e preciso cuidar da minha vida e não consigo. Os médicos dizem que ela não tem nenhuma doença grave, é apenas velhice e precisa desses cuidados.
O que eu faço você pode falar e tentar tratar ela? Quero minha vida de volta, estou desesperada.

Ouvindo tudo que ela tem a dizer, o psiquiatra responde:
Senhora, desde o dia que você nasceu até, no mínimo, seus 12 anos de idade você dependia da sua mãe pra quase tudo. Passou pela fase de não conseguir se limpar sozinha, precisava dela para amamentar, comer, foram várias noites de sono pra cuidar de você chorando, tratou e sofreu junto de suas doenças. Avisou sobre os meninos ruins, deu conselhos nos seus primeiros amores eternos, estava lá para aplaudir as vitórias e te acolher nas derrotas. Foi ela que te protegeu e deu amor incondicional quando você mais precisou, abrindo mão da vida dela para formar e educar você. 

Você está passando por essa situação há dois anos? Então agradeça por ela estar viva, e que bom que você está tendo a oportunidade de devolver um pouco do que ela fez por você durante esse tempo. É bom lembrar que você ainda está devendo pelo menos 10 anos de cuidados e se esse tempo passar, a gente volta a conversar.


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