sábado, 1 de dezembro de 2012

Desafios do envelhecer


Relatório da Organização das Nações Unidas mostra novo perfil da população idosa no mundo.

O mundo está envelhecendo. Em menos de dez anos, o número de idosos no mundo alcançará a marca de um bilhão. E em 2050, chegará a dois bilhões, o que representa 22% da população mundial. A revelação é do relatório divulgado e produzido pela HelpAge International e pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, sigla em inglês), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). A notícia é animadora, mas traz consigo alguns desafios, entre eles, a manutenção de uma boa saúde entre a população que envelhece ao redor do mundo.

Intitulado de "Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio", o relatório apresenta a situação das pessoas acima de 60 anos no mundo e o desenvolvimento de políticas adotadas por governos de diversos países. Além disso, traz uma discussão sobre os desafios que os governantes deverão enfrentar com esse aumento em diversas áreas, como saúde e aposentadoria. Segundo o documento, o número de idosos chegou, este ano, a 810 milhões, representando 11,5% da população global.

Em 2050, 80% de pessoas da terceira idade estarão em países em desenvolvimento – como o Brasil - e a quantidade de indivíduos dessa faixa etária será maior do que a de jovens menores de 15 anos. No Brasil, dados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicaram também um aumento da população com mais de 60 anos. Em 2000, ela era aproximadamente de 14 milhões, e, de acordo com a última pesquisa, esse número já chegou a aproximadamente 20 milhões.

Mas, a que se deve esse aumento da expectativa de vida das pessoas? De acordo com o geriatra e diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro (SBGG/RJ), Tarso Mosci, esse fenômeno do envelhecimento já é conhecido e previsto há muito tempo. De acordo com o especialista, o crescimento se deve a dois fenômenos: as transições epidemiológicas e demográficas. "Avanços em áreas básicas, como educação, saúde e melhorias no saneamento básico erradicaram ou diminuíram algumas doenças, havendo assim, uma queda da mortalidade da população. Essas melhorias nas condições de vida fazem com que as pessoas vivam mais."

Porém, esse aumento pode trazer impactos negativos também. Mosci explica que, com o aumento da população idosa, haverá mais incidência de doenças características dessa faixa etária, que são as doenças crônicas. "Elas são mais caras de serem tratadas. Por isso, deve-se investir em medidas preventivas, que são mais baratas. Pode-se investir em programas educativos de prevenção e controles de doenças, e imunizações de enfermidades. Além disso, deve haver um preparo para os lugares que forem atender os idosos com problemas de complexidade e estimular essas pessoas a ter hábitos saudáveis." – conta o geriatra, que completa: "Esse aumento não deve ser visto como negativo. Isso é um privilégio e uma conquista."

Chegar aos 100 esbanjando saúde, quem não quer? Por isso, investir em hábitos saudáveis é uma atitude que todos devem tomar para alcançar qualidade de vida nessa fase. "As pessoas devem ter uma alimentação equilibrada, evitar stress, praticar mais exercícios físicos, ter um bom sono e tratar os problemas de saúde de forma adequada. Se a pessoa se cuidar bem, fizer exames, ela vai viver mais." – finaliza o geriatra


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