domingo, 12 de agosto de 2012

Gente que investe


Público com mais de 50 anos aumenta participação no mercado financeiro

Os números impressionam. De acordo com o BM&F Bovespa, 79,26% dos investidores em ações da Bolsa de Valores já passaram dos 46 anos de idade. Desses, 46,58% têm mais 66 anos de idade. No primeiro trimestre de 2011, enquanto o número de jovens acionistas diminuiu, o de participantes nessa faixa etária aumentou. E esse dado ainda tende a crescer. Outra boa notícia: as mulheres, mais independentes e autoconfiantes, estão tomando a dianteira e aumentando sua parcela de participação em proporção superior aos homens.

Bolsa de Valores, fundos de investimentos, cotas, pregões. Esses termos econômicos ainda tendem a cansar grande parte das pessoas antes mesmo de elas terminarem o pensamento. O economista, consultor financeiro e professor de pós graduação da Trevisan Escola de Negócios Ricardo Cintra explica que não é tão complicado assim. “O fundo de investimentos é uma espécie de condomínio, onde as pessoas se reúnem com um objetivo comum: arrecadar dinheiro, para uso pessoal ou para instituições ou campanhas. O fundo administra essa massa de investidores. Quem faz parte dele passa a ser chamado de cotista, pois conta sua participação pelo número de cotas que adquiriu. A Bolsa de Valores é um lugar virtual onde as pessoas se encontram para comprar ou vender ações. E esse movimento chama-se pregão”, esclarece.

Para quem, no entanto, acha que isso é besteira, é bom rever seus conceitos. O aumento da participação da população tende a ser ainda maior. “O motivo de pessoas maiores de 65 anos estarem mais participativas é a impulsão da informação. A disponibilidade de tempo presumivelmente maior tem sido utilizada para obter informações. Sua situação financeira já consolidada, lhe dá maior estabilidade e condição de absorver as perdas. Esse maior interesse, além dos esforços da própria Bovespa e de outras empresas, está enriquecendo a cultura do brasileiro em relação às ações. Elas têm sido – e vão ser ainda mais – popularizadas. As corretoras e os bancos estão prestando atenção e têm se preparado para atender as pessoas de mais idade”, informa o consultor.

Ainda segundo o portal BM&F Bovespa, 24% do público investidor vem da ala feminina, número que, em 2002, era de apenas 17%. Cintra explica que “esse crescimento acontece devido à mudança que vem ocorrendo no perfil econômico da mulher. Além de estarem mais independentes financeiramente, as mulheres tendem a ser mais cautelosas com o dinheiro e têm se destacado pelo cuidado que tomam ao administrar as suas finanças”. Hoje, já existem inúmeros programas de investimento voltados para o público feminino. O Mulheres em Ação, do BM&F Bovespa, é um canal que busca estabelecer um maior contato desse público com os mercados da Bolsa.

Se o mercado de ações desperta seu interesse mas você não sabe nem por onde começar, não se desespere, o caminho não é tão tortuoso assim. “Antes de mais nada, parabéns, em nome de um economista. Se tem interesse em conhecer melhor o mercado de ações, não comece sozinho. É possível, em bancos, contratar um profissional que entende do assunto e que irá ajudar a administrar seus investimentos. A vantagem disso, é que a pessoa não fica a mercê da ignorância com relação a esse mercado. Também aconselho sistematicamente a utilização dos fundos. Se tiver interesse em entender como ele funciona, existem programas que simulam a compra e a venda de ações, com fim exclusivamente educacional, que utiliza moedas virtuais para o iniciante controlar os resultados”.

Idas repetidas à shoppings e restaurantes, gastos excessivos com artigos supérfluos, consumo desmedido. Não adianta nada pensar em poupança se não tiver controle sobre as finanças pessoais. “Todos, investidores ou não, precisam conhecer seus gastos e muitas pessoas ainda se mostram relapsas na hora de administrar o próprio bolso. Controle é a palavra de ordem. Planilhe receitas e gastos, estude o que é essencial e o que pode ser segurado. Sente com a família, uma vez por mês que seja, e discuta o orçamento da casa. Isso evita muitos sustos”, finaliza Ricardo.



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