sábado, 13 de julho de 2013

Cuidados com os vários medicamentos para pessoas idosas

Os medicamentos, para os idosos, podem ser tanto uma fonte de alívio e cura para seus males, como um verdadeiro calvário de sofrimento e dor, pelos efeitos colaterais que podem produzir.
São eles os responsáveis por uma boa parcela do grande avanço que a medicina desfruta hoje, juntamente com as novas técnicas cirúrgicas e os exames complementares de últimas gerações.

A medicina, atualmente, está dividida em várias especialidades. Até mesmo as especialidades médicas estão se dividindo em várias sub-especialidades.
Lembramos, apenas como ilustração, da cardiologia pediátrica, da cirurgia cardíaca, da cardiologia intervencionista (cateterismo cardíaco), da arritmologia (marca-passo e arritmias), da cardiogeriatria, da cardiologia…ufa!
Muitas vezes, o médico pode ser a maior autoridade numa determinada doença, mas não apresenta qualificação para tratar ou interagir com outros profissionais médicos, no que diz respeito ao resto do corpo humano. O cliente é visto, nesses casos, como a senhora do enfisema pulmonar ou o idoso da próstata grande.

O geriatra, ao contrário, olha o seu cliente de uma forma holística, olha-o como uma pessoa idosa, que requer um olhar gerontológico, procurando não somente tratar e curar doenças, mas melhorar a sua qualidade de vida. Para isso, implica principalmente tratar os problemas principais (as doenças principais ou a principal), evitando passar medicamentos para todos os sintomas que vierem aparecer.

Exemplo: o idoso está tratando de dor coluna, de coração e de glaucoma, toma quatro tipos de medicamentos e um colírio. Só que um dos medicamentos (o antiinflamatório) está causando gastrite. Queixou com o médico, que lhe passou omeprazol e bromoprida. Mas a bromoprida está dando muito sono e tonteira.
Foi à um plantão de porta de hospital e lhe receitaram um medicamento para labirintite, que lhe deu mais sono ainda. Entenderam a confusão? É o que chamamos de cascata medicamentosa, isto é, o efeito colateral de um medicamento provoca a prescrição de outro medicamento.

Também os rins e o fígado da pessoa idosa não têm a mesma capacidade de metabolização e filtração de medicamentos, como nos jovens e adultos. Muitos medicamentos como os antibióticos, os antinflamatórios, os medicamentos sedativos e os medicamentos para coração e hipertensão deverão ter suas doses reduzidas e individualizadas para cada idoso, pois dependendo do rim e do fígado, poderão estar com doses muito acima daquela que poderiam ser benéficas.

Portanto, cuidado ao adminstrar muitos medicamentos às pessoas idosas de sua família. Sempre converse com o médico sobre a necessidade real de cada medicamento.


Por: Dr. Márcio Borges – geriatra

Nenhum comentário:

Postar um comentário