quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Grupo de apoio ao HIV+ ajuda a transformar a vida da Terceira Idade

Judite*, de 60 anos, trabalhava em uma creche como cozinheira quando descobriu ser soropositiva. Casada quatro vezes, Judite tem oito filhos e vários netos. “Quando minha filha mais nova soube que eu vivia com HIV, entrou em pânico. Eu consegui acalmá-la, explicando que iria viver a partir dali da melhor maneira possível”. Assim, Judite obteve total apoio familiar. Com a saúde estabilizada, ela entrou para um grupo de apoio. “Quando entrei no grupo, me senti ainda mais apoiada. Hoje, consegui me transformar em outra pessoa”, afirma com orgulho.

Teresa*, 61 anos, sabe que tem o vírus há sete anos e nunca contou para as filhas. Ela trabalha como empregada doméstica e seu patrão também é soropositivo. Teresa foi quem aconselhou o rapaz a fazer o teste e cuidou dele depois que veio o diagnóstico positivo. Contudo, nunca contou para ele que também é soropositiva. No corredor do Hospital da UFRJ, histórias como a de Teresa se repetem.
Ana* está perto dos sessenta e apenas seus filhos conhecem seu diagnóstico: “tenho medo do preconceito, de ser apontada na rua”, revela. Sentado ao seu lado, um homem bem humorado de 67 anos diz que os seus seis filhos sempre o apoiaram. Entretanto, José* não pretende contar a mais ninguém porque também não quer expor a sua família a algum tipo de discriminação. Evangélico e aposentado, hoje ele se dedica a inúmeros trabalhos comunitários: “A AIDS fez com que eu pensasse um pouco mais em mim. Passei a viver mais intensamente”. Em vários serviços de saúde do Brasil é possível encontrar pessoas como Judite, Teresa*, José* e Ana*. Suas histórias mostram que a epidemia de AIDS é uma realidade entre esta faixa etária. Só não vê quem não quer.


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