quinta-feira, 18 de agosto de 2011

9 erros que os irmãos cometem quando os pais ou familiares estão doentes na fase terminal

Ver os pais ou familiares no estado de saúde fragilizado é um dos obstáculos mais difíceis que uma pessoa precisa ultrapassar. A adaptação a esta realidade é muito dura e, por vezes, entre irmãos sucedem erros que podiam ser evitados caso existisse diálogo e compreensão.

Saiba quais os erros que os irmãos cometem quando os pais ou familiares estão doentes ou falecendo, só assim poderá auxiliar os que amam e aqueles que precisam de vocês.

1. Pensar que: “Se o meu irmão está cuidando dos meus pais, eu não sou preciso”
Quando os pais estão doentes, um dos erros que acontecem com maior frequência entre irmãos é quando estes se afastam dos pais ao pensar que eles não precisam da sua ajuda. O fato de um determinado irmão estar cuidando dos pais não significa que esteja tudo bem. Toda a ajuda é necessária, pois são imensos os cuidados e afazeres com pessoas idosas ou doentes. A responsabilidade de tomar conta dos pais ou familiares que estão doentes ou em fase terminal, é de toda a família e não de uma determinada pessoa em particular.

2. Não dar suporte emocional e apreço para pessoa que cuida dos pais ou familiares
A pessoa que cuida dos pais ou familiares também necessita de apoio,  carinho e compreensão pelo trabalho desenvolvido. Um idoso ou uma pessoa que está em fase terminal é uma pessoa que exige muito dos demais, necessita essencialmente de amor, cuidados, companhia e carinho e isso é muito desgastante para todos os profissionais de saúde, ou para quem cuida dos pais ou familiares.
Por vezes, entre irmãos surgem críticas quanto a forma como os pais são tratados e a culpa não pode ser individualizada, pois ela é de todos. A presença e a obrigação são de todos os envolvidos. Os mal-entendidos devem ser geridos com muito cuidado e quem toma as decisões deve ser sempre apoiado, pois assim todos se sentirão motivados e acarinhados.
Ao apontar uma crítica faça-o de forma positiva e delicada, só assim estará zelando pelos interesses da pessoa doente e da pessoa que dela cuida.

3. Não perguntar no que pode ajudar
Este é um erro comum na relação entre irmãos quando os pais são idosos, ou estão convalescentes. Ao partir do princípio que não é necessário perguntar se é preciso alguma coisa poderá estar sobrecarregando outras pessoas com trabalhos suplementares que você poderia realizar. Interiormente, todos os irmãos sentem o mesmo afeto e amor pelos seus pais, contudo cada um tem uma relação exclusiva e desempenha um papel diferente nas relações familiares. Ao partir do pressuposto que uma pessoa vai tratar de uma determinada situação pois está mais familiarizada com ela, isso não significa que ela seja feita. É de extrema importância que os irmãos falem e combinem tarefas entre si, só assim evitam mal-entendidos, preservam a sua relação e apoiam incondicionalmente os pais ou os familiares idosos ou doentes.

4. Assumir que os irmãos são pessoas diferentes daquilo que eram quando crianças
As pessoas desenvolvem-se e à medida que vão adquirindo experiências na vida, vão crescendo e amadurecendo. A relação desenvolvida entre irmãos no passado não quer dizer que seja a mesma no presente. Uma criança aventureira e sem qualquer tipo de preocupação no passado não invalida que o seja em adulto. É necessário dar uma oportunidade e os irmãos devem-se aproximar como adultos, poderão ter surpresas muito agradáveis.

5. Atribuir responsabilidades baseando-se nas funções que ambos desempenhavam durante a infância
Se quando criança, o irmão mais velho ou mais novo desempenhava as tarefas com mais responsabilidade não quer dizer que o faça, quando os pais ou os familiares estão doentes ou prestes a morrer. É contraditório partir deste pressuposto, pois cada um tem os seus próprios problemas e pode não ter disponibilidade e paciência para lidar com os dos outros. O diálogo e a partilha de responsabilidades são fundamentais para chegar a um consenso e auxiliar da melhor forma a pessoa idosa ou doente.

6. Constatar que não existem sinais para alarmes e culpar os irmãos por isso
Nos casos em que os irmãos são afastados, existem aqueles que acompanham de perto a situação sensível em que os pais se encontram e os que são informados sobre esse mesmo estado.
Por vezes, para dar a impressão que ainda tem a saúde de ferro, os pais conseguem dividir os seus filhos em disputas desnecessárias. Por exemplo: quando uma pessoa está doente ou prestes a morrer pode fazer-se de forte e dar a outra face ao dizer que está tudo bem e não existe nenhum motivo para alarme, pois o idoso ou a pessoa que está doente não quer sentir a pena dos outros. Contudo, interiormente pode suceder exatamente o inverso e precisar realmente de auxílio, mas não admite. Desta situação pode resultar um desentendimento clássico entre irmãos, pois os que são informados sobre o estado de saúde dos seus pais podem considerar que os pais estão de perfeita saúde e mais lúcidos que nunca e não era preciso estarem tão preocupados, atribuindo as culpas aos irmãos, apelidando-os de exagerados. Por outro lado, o inverso também é comum acontecer, quando os idosos querem estar no centro de todas as atenções.
Deste exemplo ressalva-se a ideia que as disputas entre irmãos podem ser baseadas em informações falsas e o segredo encontra-se na comunicação desenvolvida entre ambos.

7. Ter uma conversa séria com os pais sobre o fim da vida
O fim da vida ou o estado com que um idoso se depara quando se encontra perto ao óbito, é um tema proibido de conversa entre pais e filhos. No entanto, este é um erro comum que deve ser evitado, pois é através do diálogo que se conhecem as vontades dos pais e se evitam desentendimentos entre irmãos. A melhor solução é convocar uma reunião familiar e relembrar o sofrimento de outros por não terem preparado as coisas. É uma forma de lidar com a dura realidade que se pode acercar a qualquer momento e é muito mais fácil quando parte dos próprios pais.

8. Heranças: pensar que os pais ajustarão desavenças passadas
A herança é dividida, por lei, em partes iguais para com os seus descendentes diretos e essa é a posição que a grande maioria dos pais adota. Contudo, os pais podem dividir a sua herança de forma diferente e isso pode causar conflitos entre irmãos. Para os pais que desejam adotar esta medida e para evitar que não se instale uma guerra entre irmãos no futuro, é fundamental ter uma conversa séria e tranquila com os seus filhos sobre as suas vontades e desejos.

9. Não respeitar a maneira de lidar com o luto
Todas as pessoas reagem de maneira diferente face a uma determinada situação, especialmente em relação ao luto. Ninguém lamenta da mesma forma a morte de alguém, especialmente quando se trata do próprio pai ou mãe. O fato de um irmão passar os dias  chorando não quer dizer que gostava mais do pai do que o irmão que não derrubou uma única lágrima. Por não chorar não quer dizer que não sente dor ou mágoa, pode sim significar o vazio que está  sentindo de viver aquele momento. Respeite os sentimentos dos outros e não pense que eles tem que sentir exatamente aquilo que você sente.

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