quinta-feira, 15 de agosto de 2013

USP avança no diagnóstico precoce do Alzheimer

Os pacientes com Mal de Alzheimer têm um maior desequilíbrio na presença de radicais livres.
Esta foi a constatação de um estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), que pesquisaram três substâncias encontradas no sangue. A pesquisa pode auxiliar na compreensão do processo de envelhecimento cerebral.
“Fomos atrás de marcadores no sangue, porque trabalhos científicos  recentes já consideram o Alzheimer como uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro. Então a gente acreditava que, se esse mecanismo de estresse oxidativo estivesse presente na doença, talvez a gente pudesse verificar ela perifericamente”, comentou a professora Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

O estudo seguiu algumas etapas. A primeira foi avaliar as três substâncias encontradas no sangue e que se relacionam com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (Tbars).

A pesquisa comparou plaquetas de três grupos de pacientes, sendo 37 jovens (de 18 a 49 anos), 40 idosos saudáveis (de 62 a 80 anos) e 53 idosos com Alzheimer (55 a 89 anos), e detectou que, com o avanço da idade, aumenta a presença de óxido nítrico sintase e de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, e diminui o GMP cíclico.

A segunda fase foi feita com a avaliação do cérebro de ratos. “Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue, também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue, está refletido no cérebro”, ressaltou a pesquisadora.


A cientista ainda afirmou que é preciso descobrir um marcador específico para cada doença. “O estresse oxidativo não é exclusivo do envelhecimento, nem da doença de Alzheimer. Qualquer doença neurodegenerativa, como o Parkinson, tem o mesmo mecanismo”, explicou.


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