Brasil
é recordista em quedas. Veja os cuidados para evitar acidentes.
O
índice de fraturas entre idosos atinge proporções alarmantes, alerta
a Organização Mundial de Saúde (OMS). Só as fraturas de fêmur já
ultrapassam um milhão por ano em todo o mundo sendo 600 mil somente no
Brasil. A principal causa apontada pelos especialistas são as quedas.
Os perigos estão em toda parte, principalmente dentro de casa. Para garantir
ambientes seguros, é preciso mais que apetrechos modernos. A família precisa
dar atenção. E os idosos precisam tomar consciência dos riscos que correm.
As
limitações do dia a dia são muitas. Enfrentar filas de banco, andar em ruas mal
conservadas, transportes públicos que não respeitam o direito de ir e vir.
Porém, é dentro de casa que o perigo é maior. De acordo com o Instituto
Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), 75% das quedas ocorrem no próprio
lar em que o idoso vive. Para o geriatra do Instituto, Salo Buksman, mais do
que um lar seguro, o idoso deve ter também a consciência de como
evitar essas quedas.
“É
preciso tomar medidas de segurança no ambiente em que o idoso vive.
Porém,
a grande mudança deve ocorrer por parte do indivíduo. A consciência do idoso
que cai deve ser trabalhada para que ele entenda que, mais do que móveis fora
do lugar e pisos deslizantes, a falta de exercícios de musculação e equilíbrio
e o excesso de medicamentos sedativos e para pressão arterial são as principais
causas de quedas nessa população”, explica ele.
Com o avançar da idade, aumentam também as limitações físicas. Para a fisioterapeuta com grande experiência no cuidados de idosos, Ana Maria Martins Paulos, mesmo com o cuidado de praticar atividades físicas e evitar o consumo abusivo de medicamentos, dificuldades e doenças advindas do envelhecimento podem ser causa inevitáveis das quedas.
“Idosos
com problemas de visão, instabilidade de marcha, labirintite, artrose, fraqueza
muscular, em especial, a osteoporose podem transformar esses idosos em grandes
vítimas de quedas e lesões, lembrando que as principais delas são: fratura de
Fêmur, punho e síndrome pós queda”, afirma ela.
Projetos
com a mais alta tecnologia podem garantir todo o conforto e segurança
necessários para o idoso, a não ser por um simples detalhe, custam caro. Como
nem todo mundo pode pagar por essa segurança, a fisioterapeuta garante que
algumas medidas simples podem evitar as quedas.
“Adaptar um lar pode não custar caro, basta ter sensibilidade para perceber as necessidades do idoso. Diminuir a quantidade de móveis na casa; retirar aparadores e mesas de centro, deixando a casa com bastante espaço livre; dar preferência a móveis com quinas arredondadas; evitar mudança de móveis de lugar; retirar tapetes; fazer uso de luz noturna nos corredores; utilizar acento especial para elevar a altura do vaso sanitário, fazer uso de calçados adequados e, com orientação técnica, usar bengala e andador”, enumera Paulos.
Ainda
de acordo com a fisioterapeuta, mais importante do que a segurança dentro
do lar, é o carinho e atenção da família que podem garantir que o processo
natural de envelhecimento seja o mais tranquilo possível. “O idoso deve se
sentir amado, incluído no seio da família. Os parentes têm o dever de
incentivar o idoso na prática de atividade física, orientar na forma como
caminhar corretamente para prevenir quedas, mostrar ao idoso que ele é
importante para a família. Dessa forma, o indivíduo passa a se preocupar mais
com a saúde, uma vez que ele se sente amado e respeitado”, finaliza ela.
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