Está na Constituição: todo cidadão brasileiro tem direito à saúde. O que
muita gente não sabe é que esse direito inclui também, além de atendimento
médico e hospitalar, os medicamentos. Gratuitamente!!!
Qualquer pessoa pode receber remédios básicos, como antiinflamatórios,
analgésicos, pílulas anticoncepcionais, medicamentos para diabetes e
hipertensão, remédios estratégicos, que controlam doenças como tuberculose,
meningite, malária, Aids, e DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), e até
mesmo os remédios considerados de alto custo, os chamados excepcionais.
Esses excepcionais são indicados para tratar doenças crônicas e/ou de
uso contínuo e cujo valor do remédio ou do tratamento completo é muito caro
para a população em geral. É o caso pacientes com câncer e os transplantados.
A Política Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde tem entre
seus projetos a adoção do Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais),
uma lista de medicamentos que serve como diretriz para que os governos na
esfera estadual e municipal possam criar suas próprias listas de acordo com a
necessidade de cada região.
Para receber os remédios, o paciente precisa, primeiramente, ser atendido por algum médico credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O fornecimento do medicamento só ocorre mediante cadastro do usuário na Secretaria de Saúde do Estado, na prefeitura ou algum posto de saúde, dependendo da organização do Estado. Em todos os casos, o paciente deve fazer um cadastro para receber o Cartão Nacional de Saúde.
Para retirar os remédios básicos, são necessários:
- Receita médica emitida pelos serviços públicos de saúde.
- Que o medicamento esteja na lista do Rename.
- Que a receita tenha o nome do princípio ativo/denominação genérica e não o nome comercial do remédio.
Até pela complexidade e pelo preço dos medicamentos excepcionais, as
regras para retirá-los são um pouco mais rígidas. Para fazer o pedido é
preciso:
- Original e cópia do CPF.- Documento de identidade (original e fotocópia). Se o paciente for menor de 18 anos, anexar a cópia da Certidão de Nascimento.
- Comprovante de residência (original e fotocópia).
- Receita médica, com identificação do paciente em duas vias, legível e com nome do princípio ativo e dosagem prescrita.
- Laudo para Solicitação/Autorização de Medicamentos de Dispensação Excepcional emitida em 4 (quatro) vias, desde que a assinatura e carimbo do médico que o atendeu, sejam originais em todas as vias.
- Laudo clínico resumido emitido pelo médico informando se foram tentados outros esquemas terapêuticos, especificando-os em caso positivo.
- Caso o paciente não possa comparecer pessoalmente, ele pode autorizar outra pessoa a retirar o remédio solicitado, sem necessidade de registro em cartório.
- Respeitar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas definidos pelo MS (que determinam, por exemplo, o tipo de doença e os exames exigidos para elaborar o diagnóstico, os esquemas terapêuticos e o acompanhamento e monitoramento da doença).
- Que o medicamento faça parte do Programa de Medicamentos Excepcionais.
Mas o paciente não precisa se preocupar. Assim que passar pela consulta, o próprio médico vai orientá-lo sobre o procedimento correto. Com tudo aprovado, em 30 dias a pessoa passa a receber o medicamento. E a melhor maneira de obter mais informações, ou tirar dúvidas, é procurar o serviço onde o paciente é assistido, os postos de saúde ou a Secretaria Municipal de Saúde da cidade onde mora.
A documentação necessária para ter acesso ao medicamento é definida pelo
MS, mas a logística de distribuição pode mudar de um Estado para outro, ou
mesmo de um município para outro. No Estado de São Paulo, por exemplo, que
mantém o Programa Dose Certa, os medicamentos podem ser retirados nas Unidades
Básicas de Saúde (UBS) e nas Farmácias Dose Certa, localizadas em estações de
metrô, de trens urbanos e de ônibus, além de hospitais e ambulatórios do SUS.
Como comprar remédios mais baratos no
programa Farmácia Popular?
Outro programa de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde é a Farmácia
Popular do Brasil. O objetivo é atingir uma parcela da população que, mesmo não
buscando assistência no SUS, tem dificuldade em manter um tratamento médico
pelo alto custo dos medicamentos.Além das unidades da rede própria das Farmácias Populares, outras 1,2 mil farmácias e drogarias privadas no país oferecem remédios com até 90% de desconto. Para conseguir comprar os remédios mais baratos, a pessoa deve apresentar a receita médica – com uma receita é possível comprar o remédio por seis meses – e um documento de identificação.
Fonte: Cláudia Pinho, do R7
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