Para ficar com a
saúde em dia, a palavra-chave é prevenção. Os cuidados devem ser constantes em
qualquer fase da vida, mas é fato que a terceira idade exige mais atenção.
“Hoje, a expectativa de vida é alta. Se não prevenir doenças aos 60 anos, a
pessoa passará mais 20 anos doente”, explica Rossana Maria Russo Funari,
geriatra do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo.
O colesterol alto
– um mal comum entre os idosos e associado a um maior risco cardíaco – é um bom
exemplo. Se descoberto cedo, os próximos anos podem ser vivenciados de maneira
tranquila, controlando a taxa de gordura no sangue e a alimentação.
E quando é hora
de passar do clínico geral para o geriatra? Segundo os especialistas, para a
mulher, o ideal seria consultá-lo logo que a menopausa aparecer, por volta dos
55 anos; já para os homens, a indicação é a partir dos 60. A ida ao consultório
deve ser anual ou, se houver algum problema, realizada três vezes por ano.
“O geriatra deve
orientar na prevenção de quedas, cobrar a visita ao ginecologista e outras
especialidades, observar se a carteira de vacinação está em dia e ficar atento
à alimentação do idoso”, afirma Funari.
Para um check-up
completo nessa fase da vida, a presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria
e Gerontologia, Silvia Ferreira, indica a relação de exames que devem ser
realizados.
Hemograma:
por meio do exame de sangue o médico pode identificar diversos aspectos da
saúde. É possível ver se o paciente está anêmico ou se o número de glóbulos
brancos está dentro do normal. Também é importante que ele possa verificar a
creatinina, para averiguar as funções do rim; as transaminases, que darão
indícios sobre as funções do fígado, e a albumina – proteína que revela se o
paciente está ou não bem nutrido.
Mas é também
através desse exame rápido e simples que o médico consegue avaliar índices
importantes como o colesterol (tanto o LDL, o colesterol ruim, quanto o HDL,
conhecido como bom colesterol) e o perfil lipídico, que revela se há ou não
risco para aterosclerose, AVC ou hipertensão arterial.
TSH:
a medição do nível de hormônio da tireoide é importante para verificar se há
alguma alteração significativa em seu funcionamento.
Mamografia: o exame é indicado a partir dos 35 anos, ou a partir dos 30 em mulheres com casos de câncer de mama na família. Ele deve ser realizado a cada cinco anos até os 70 anos.
Densiometria
óssea: deve ser feito tanto por homens quanto por
mulheres, só que em idades diferentes. Para elas, a indicação é logo após a
menopausa e para eles acima dos 60 anos. A finalidade é evitar a osteoporose e
também possíveis complicações decorrentes de quedas, que afetam 30% dos idosos
e podem até levar à morte.
Colonoscopia:
recomendado a partir dos 50 anos e até os 85. Pacientes com casos de câncer na
família devem repetir o exame de cinco em cinco anos, os demais devem repetir a
cada 10 anos. O objetivo é rastrear câncer de colorretal. Um único exame de
reto e da última parte do cólon (partes do intestino) em pessoas entre os 55 e
os 64 anos permite reduzir a mortalidade por câncer colorretal em 43%.
Raio-X
de tórax: imprescindível para quem é fumante,
a fim de avaliar os pulmões. O médico consegue rastrear câncer nesses órgãos,
além disso, esse exame também pode identificar o inicio de uma pneumonia,
doença perigosa na terceira idade.
Eletrocardiograma:
Ferreira indica que o eletrocardiograma seja realizado logo que o paciente passe
a consultar com o geriatra. “Assim, o médico terá exames para comparação se
houver alteração no futuro”, afirma. A saúde cardíaca deve ser acompanhada de
perto pelo profissional, mas é sempre recomendado ir a um cardiologista.
Exames
ginecológicos: papanicolaou e exame de toque devem
fazer parte da lista até os 70 anos. “Muitas mulheres não querem fazer porque
não tem mais vida sexual ativa. É preciso ficar claro que algumas infecções
independem disso e que esse é um exame importante”, ressalta Funari.
Toque retal: apesar de ainda ser temido por muitos homens, esse exame detecta anomalias importantes na próstata, como um câncer.
PSA (sigla para Antígeno Prostático Específico): outro indicativo essencial para a saúde masculina. O índice desse antígeno é classificado como o mais eficaz na detecção do câncer de próstata, um dos mais letais para o público masculino.
25-hidroxi
vitamina D: “A vitamina D tem sido considerada
essencial para a boa saúde, principalmente dos idosos”, afirma Ferreira.
Estudos têm comprovado a importância dessa vitamina na prevenção de doenças
como a osteoporose. A vitamina D é produzida pelo corpo naturalmente depois da
exposição ao sol. A geriatra, no entanto, pondera que este não é um exame
essencial. “Ainda não está disponível na rede de saúde pública, por exemplo.
Mas se ele puder ser relizado, melhor.”
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