O trabalho, feito por cientistas da Universidade do Iowa, será publicado
esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the
National Academy of Sciences.
Os pesquisadores mostraram a pessoas com problemas de retenção de
memória pequenos filmes alegres e tristes. Embora os participantes não tenham
conseguido lembrar o que assistiram, o estudo verificou que eles mantiveram as
emoções suscitadas pelos filmes.
Os autores do trabalho afirmam que os resultados têm implicações diretas
para portadores da doença de Alzheimer. “Uma simples visita ou um telefonema de
algum membro da família pode ter uma influência positiva na felicidade do paciente,
mesmo que ele rapidamente esqueça que a visita ou a chamada tenha ocorrido”,
disse Justin Feinstein, um dos autores do estudo.
“Por outro lado, a contínua indiferença por parte dos profissionais de
saúde do local onde o paciente está internado pode deixá-lo mais triste,
frustrado e solitário, ainda que ele não saiba os motivos por estar se sentindo
dessa forma”, afirmou.
Os pesquisadores avaliaram cinco casos neurológicos raros de pacientes
com danos no hipocampo, parte do cérebro crítica para a transferência de
memórias de curto prazo para o armazenamento de longo termo. Danos no hipocampo
fazem com que memórias desapareçam. Esse mesmo tipo de amnésia é um sinal
inicial de Alzheimer.
“Ainda que não se lembrassem dos filmes, eles sentiam a emoção. Tristeza
tendeu a durar mais tempo do que a alegria, mas as duas emoções permaneceram
por muito mais tempo do que a memória dos filmes”, disse Feinstein.
Os resultados do estudo vão contra a noção popular de que apagar uma
memória dolorosa poderia abolir o sofrimento psicológico. Também reforçam a
importância de atender necessidades emocionais de portadores de Alzheimer, que,
de acordo com estimativas, poderá atingir mais de 100 milhões de pessoas em
todo o mundo por volta de 2050.
O artigo "Sustained experience of emotion after loss of memory in
patients with amnesia", de Justin Feinstein e outros, poderá ser lido em
breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org
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