Combinação de medicamentos usados para combater problemas cardíacos,
depressão e alergias pode ser o problema.
Desafio dos idosos é administrar muitos medicamentos por dia
Cientistas estimam que metade das pessoas com 65 anos ou mais consomem
regularmente a combinação de medicamentos usados para combater problemas
cardíacos, depressão e alergias. O estudo revela que essa mistura pode aumentar
o risco de morte e de deterioração de funções cerebrais entre idosos.
A pesquisa foi realizada entre 13 mil pessoas de 65 anos ou mais, pela
Universidade de Anglia, na Grã-Bretanha, a partir de dados coletados entre 1991
e 1993 envolvendo medicamentos vendidos mediante a apresentação de receita
médica ou outros que dispensavam a apresentação de receita.
O estudo se centrou nos efeitos colaterais desses remédios sobre uma substância
química chamada acetilcolina, produzida no cérebro. A aceliticolina é um
neurotransmissor que exerce um papel vital no sistema nervoso, o de passar
mensagens de célula nervosa para célula nervosa. Mas muitos remédios, quando
tomados simultaneamente, afetam o funcionamento da acetilcolina.
Classificação
A pesquisa classificou 80 medicamentos de acordo com sua suposta capacidade
''anticolinérgica''. Anticolinérgicos são substâncias extraídas de plantas ou
sinteticamente produzidas que inibem a produção de acetilcolina. Elas foram
classificadas em um placar que vai de 1 a 5. Remédios considerados amenas foram
avaliados como sendo de categoria 1. Os de efeitos considerados moderados foram
listados como sendo 2. E os avaliados como tendo efeitos severos foram listados
na categoria 3.
Pacientes que tomavam uma droga considerada severa, juntamente com
outras duas consideradas amenas eram enquadrados na categoria 5. Entre os
considerados moderados figuram o analgésico codeína e o anticoagulante
warfarin. Os que foram classificados como severos estão o ditropan, tomado para
prevenir incontinência, e o antidepressivo seroxat.
Entre 1991 e 1993, 20% dos pacientes que marcaram 4 pontos ou mais
morreram.
Entre aqueles que não tomaram medicamentos anticolinérgicos, apenas 7%
morreram. Pacientes que marcaram 4 pontos ou mais tiveram um aumento de 4% na
degeneração de suas funções cerebrais. O estudo não pode, no entanto, concluir
que necessariamente os medicamentos causaram morte ou reduziram as funções
cerebrais, apenas indica uma associação.
Fonte: BBC Brasil
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