Deixar
de pesquisar a fundo uma anemia em um idoso pode ser perigoso. A Síndrome
Mielodisplásica é um tipo de câncer causado por alteração na medula óssea, que afeta
principalmente os idosos e é frequentemente confundida com uma anemia, por seus
sintomas similares.
Segundo
a hematologista Silvia Magalhães, a doença não é descoberta porque deixa de ser
diagnosticada. “Às vezes, há uma recusa em se fazer uma investigação maior dos
sintomas, deixando de descobrir a síndrome. Mas é importante destacar que não
são todos os anêmicos que estão com o problema. Tem que haver uma primeira
avaliação para afastar as causas mais comuns, decorrentes da falta de
alimentos, por exemplo. Depois, na segunda etapa, é feito um estudo da medula
óssea, que pode apresentar várias alterações sugestivas da doença”, explica a
especialista.
Não
há uma causa conhecida para a síndrome. O problema é um somatório de alguns
agravantes ao longo dos anos. “Provavelmente, são lesões da medula óssea que se
acumularam e que, junto com o envelhecimento, tornam a pessoa mais vulnerável,
com potencial importante para leucemia aguda”.
O
tratamento curativo é o transplante da medula óssea. “Esta intervenção não é
usada em idosos com frequência, pois é um risco muito alto para uma pessoa
acima de 60 anos. Como há vários tipos da síndrome, com evoluções diferentes,
há também vários tipos de tratamento”, explica a médica.
No
Brasil
Ainda
não há dados específicos da incidência desta doença no levantamento do
Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Diante
da falta de dados demográficos, foi criado o “Registro Brasileiro de Síndrome
Mielodisplásicas – aspectos demográficos, clínico-patológicos e terapêuticos em
centros de atenção terciária”.
A
primeira fase do levantamento incluiu 476 pacientes, diagnosticados no período
de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2007, em 12 centros das regiões
Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil.
De
acordo com Silvia, uma das autoras do estudo, já começa a aparecer um panorama
nacional, o que permite a comparação entre as várias regiões do País e entre
diferentes países, como Estados Unidos, Japão, Coreia e alguns europeus, onde
há registros da doença.
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