Os
cuidadores podem fazer mais para evitar a progressão da doença do que se
pensava anteriormente.
Novos
resultados de pesquisas da Utah State
University (USU) mostram que a forma dos cuidadores
abordarem os problemas gerados pela doença de Alzheimer e outras formas de
demência pode promover maior funcionamento entre aqueles que sofrem.
“Este
estudo é um evento inovador na luta contra a demência, incluindo Alzheimer, que
tem sido tão devastadora para os indivíduos acometidos e suas famílias,
especialmente, dadas as opções limitadas de tratamento”, disse Joann Tschanz, professor de psicologia
na USU e autor do estudo.
“Com
exceção de sintomas psiquiátricos, poucos estudos examinaram como as
características do cuidador podem afetar a taxa de progressão da demência, e
nossos achados indicam associações significativas entre as estratégias de
enfrentamento do cuidador e a taxa de declínio cognitivo e funcional em
demência”, disse Tschanz.
Coincidentemente,
os pesquisadores da Universidade de Utah
estão na iminência de desenvolver um aplicativo para smartphone e tablet que
irá ajudar os cuidadores sabem como lidar com situações específicas,
ajudando-os a melhorar as estratégias de enfrentamento.
Leonard
Salt Lake City Romney tenta ficar ocupado com sua mulher, Kathryn, que, aos 70
anos, enfrentou o diagnóstico da doença de Alzheimer. Olhando para trás, no
entanto, Leonard disse que pode identificar sinais da doença anos antes.
A
doença de Alzheimer, como de costume, foi um intruso gradual na vida do casal,
mas eles ainda são capazes de passar um pouco de tempo juntos. Eles lêem,
pintam, fazem exercício, viajam o mundo e têm aulas de dança de salão juntos,
entre outras tarefas domésticas diárias.
Leonard
Romney, 73, disse que essa rotina mantém ambos felizes em meio aos desafios de
uma doença que debilita lentamente.
O
maior problema enfrentado é que ele está sentindo suas próprias deficiências em
lidar com as pressões de ser um cuidador. Para obter ajuda, frequenta grupos de
apoio e permanece em contato com um número de pessoas que também lidam com a
doença de Alzheimer em suas próprias famílias.
“Você
tem que ser paciente, gentil e cuidadoso no que você diz,” Leonard disse.
“O
cuidador tem uma enorme influência sobre a pessoa com demência”, disse Tschanz,
autor da pesquisa, acrescentando que muitas vezes é o cuidador que planeja o
dia-a-dia.
Mais
de 5.000 moradores do condado de Utah foram rastreados por uma década. Seu
trabalho atual, que é financiado pelo National
Institute on Aging, avaliou 226 pessoas que haviam desenvolvido demência
durante o período de estudo e seus cuidadores.
“Nós
descobrimos que há enorme variabilidade individual em quão rápido as pessoas
declinam”, Tschanz disse.
A
pesquisa, impressa em edição de janeiro do American
Journal of Geriatric Psychiatry, sugere que o ambiente de uma pessoa é um
fator-chave na degradação da doença ao longo do tempo.
Condições
gerais de saúde, alimentação e nutrição, e dados demográficos básicos são
fatores ambientais que podem desempenhar um papel nos resultados da doença de
Alzheimer, assim como mecanismos de enfrentamento do cuidador.
Estratégias
positivas de enfrentamento, Tschanz disse, incluem enfrentamento focado no
problema, buscando maior apoio social, o que ajuda a retardar o declínio
paciente.
Por
outro lado, a pesquisa constatou que os cuidadores focados em estratégias
negativas – como evitar o cliente, culpar a si mesmos ou aos outros – resultou
em declínio rápido das medidas cognitivas e funcionais de um paciente.
“Se
pudéssemos reduzir a progressão da doença de Alzheimer e outras demências,
poderia haver uma redução de custos enormes, havendo também efeitos benéficos
para entes queridos”, disse Tschanz.
Fonte: deseret.news
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