A vacinação está diretamente relacionada com a melhor
qualidade e expectativa de vida. Justamente por isso, a Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIm) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(SBGG) elaboraram o Guia de Vacinação Geriátrica. O objetivo é
orientar os especialistas sobre as vacinas que devem ser aplicadas a partir da
análise criteriosa da condição clínica e situações de risco. O lançamento
será durante a 15ª Jornada Nacional de Imunizações, de 26 a 29 de junho, no
Centro de Convenções do Maksoud Plaza, em São Paulo.
“Pessoas imunocompetentes têm mais condições de enfrentar
adversidades associadas à ação de vírus e bactérias. Portanto, é um grande
equívoco negligenciar a prevenção de danos à saúde por meio de imunobiológicos,
independentemente da faixa etária”, destaca Isabella Ballalai, presidente da
Regional Rio de Janeiro da SBIm e coordenadora científica da publicação.
Priscila Gaeta Baptistão, representante da SBGG e também coordenadora
científica do Guia, acrescenta que “a vacinação é uma das mais importantes
ferramentas que a medicina conta atualmente para controlar doenças infecciosas
que são relevantes causas de mortalidade, principalmente entre os idosos”.
Informação
A pesquisa Prevenção na Maturidade, realizada em 11 capitais
do Brasil, mostrou que 59% da população nas capitais brasileiras sabem da
importância de se tomar vacinas, mas a grande maioria desconhece quais são as
mais recomendadas para cada idade. A pesquisa apontou que 72% já se vacinaram
depois dos 50 anos de idade. Desse percentual, 58% se vacinaram contra a gripe
H1N1 em épocas de campanhas, 32% se vacinaram contra o tétano, 5% contra a
hepatite B e somente 4% contra a pneumonia, o que preocupa os médicos, já que a
doença é de grande impacto nos idosos. “No Brasil, a esperança de vida ao
nascer já ultrapassa os 74 anos. Mas a equação que aponta um incremento na taxa
de longevidade da população só faz real sentido se acrescentarmos a ela o
coeficiente da qualidade”, afirma Isabella.
Orientação
No Guia de Vacinação Geriatria são apresentadas, de
forma objetiva, as diferentes vacinas do Calendário do Idoso. “A publicação foi
pensada para que o geriatra e o clínico geral possam consultá-la no dia a dia
do consultório e/ou ambulatório”, resume Isabella. “Ela ajudará amplamente
esses profissionais, pois além de consolidar o conhecimento sobre vacinação do
idoso também servirá como instrumento prático na atuação clínica”, complementa
Priscila. Para a representante da SBGG, “a parceria com a SBIm possibilitará
aperfeiçoar a cobertura de vacinações entre os idosos e valorizar a vacina como
ferramenta importante em saúde pública”.
Saúde do Idoso
É nos dois extremos da vida que se registram as maiores
incidências de danos à saúde devido às doenças infecciosas, com maior taxa de
hospitalização e de óbito. Por essa razão, as especialistas chamam a atenção
para os cuidados com a saúde do idoso.
Do total consumido pelas famílias brasileiras, pelo menos
8,1% correspondem a gastos com saúde, ou seja, o orçamento das famílias
dedicado à compra de medicamentos concorre diretamente com a alimentação e
outras necessidades básicas. Pesquisa divulgada pelo IBGE no início de 2012
revela que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a
bens e serviços de saúde.
A tendência tem a ver com o aumento da renda e o
envelhecimento da população. “O envelhecimento está relacionado à maior
ocorrência de doenças degenerativas e, contra elas, a ciência tem se dedicado a
buscar meios para o controle ou a cura. No tocante às imunizações, o futuro é
hoje – males que impactam sobremodo a vida de idosos já podem ser prevenidos ou
amenizados com o auxílio de vacinas”, finaliza Isabella.
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