Muitas pessoas
desistem de uma saudável vida amorosa, quando chegam à maturidade.
Ora, assim como
com os frutos, é quando estariam mais prontos: no ponto exato. Conhecem os
mecanismos essenciais de seu "soma", podendo passar dados
essenciais ao seu prazer a um novo cúmplice amoroso. Se a parceria é antiga, os
filhos, se havidos, estão crescidos, os bens em geral, já adquiridos, os gostos
mútuos bem conhecidos: pode-se relaxar. Até porque o mito dos esperados
Príncipe e Princesa encantados a despertar pelas forças do amor, já se
diluíram. Maduros sabem que se ama "APESAR DE".
Amar
"PORQUE" é muito fácil...
Muitos sentem-se
"passados". Meu avô retrucava sempre que mencionavam sua idade
avançada: " Velho, não " Moço usado". Pois é ,usado, mas
querido. Usado, mas não acabado... E por que não, desejado?
A mídia pressiona
direta ou subliminarmente para que o padrão de beleza vigente seja uma
escravatura... A pele apergaminha-se, a lei da gravidade faz-se sentir... mas e
daí? Só se será amado se viçoso? As cirurgias plásticas são feitas
repetitivamente. Um paciente me confessou: "Não a reconheço. Em presença
dela, tenho saudades da pessoa com quem me casei. Por que ela não podia ter
ruguinhas semelhantes à minha?" E, baixando a cabeça, chorou. Falava da
companheira de quarenta anos de casados... Tudo bem uma esticadinha aqui, uma
lipoaspiração ali... Comedidamente, pode ajudar... mas viver em função da
beleza decretada é, no mínimo, uma limitação à liberdade de ser...
A baixa
autoestima, leva ao desespero. Haja musculação, dieta, consumismo, pinturas...
E pensar que há uma inequívoca beleza na maturidade e na velhice... São outros
padrões. Estar lúcidos, inteiros, uma bênção...
A Ciência diz que
as pessoas, muito em breve, graças às tecnologias, vacinas, alimentação
balanceada, exercícios, serão muito mais longevas... Então, aceitar a passagem
dos anos, torna-se, cada vez mais, necessário.
O grande erro, na
verdade, é a mania de se pensar que sexualidade é apenas genitalidade. Há
muitas formas de amar, de encontrar encantamento no carinho e não renunciar a
ele... Quantos homens se estressam trocando a parceria conjugal por amantes a
quem não amam, mas desejam? Chegam ao ridículo ou ao esgotamento tentando
agradar criaturinhas que deles só querem tirar proveito... Então não poderá uma
pessoa de mais idade, ser amado ou desejado? Claro que sim. Amor existe e é
sempre incondicional. Mas a maioria das situações é forjada, pouco natural...
Mulheres também
procuram rapazinhos muito potentes, em busca do êxtase sexual, que pode sim,
ser obtido, mas depois, sentem-se sozinhas, incompletas... Onde o interesse
genuíno. A não ser que haja a amorosidade verdadeira...
O fazer amor é
uma atividade lúdica. Deve ser espontânea. Os adolescentes não são capazes de
grandes prazeres antes de chegarem às vias de fato? Por que as pessoas maduras
não procuram divertir-se umas com as outras? E depois se amar como quem
saboreia um fruto maduro de conhecido sabor?
Sociólogos
perguntaram-se porque os habitantes de uma aldeota perdida nos Andes, longevos,
tinham relações sexuais normais até ao fim da vida. Ora, eles simplesmente não
sabiam que "não deviam". Longe da "mass media",
ninguém os ridicularizara pelo saudável desejo sexual. E transavam até à morte,
serenos e meros... Que maravilhosa lição...
O que se perde
com o medo das críticas, é justamente aquilo que falta a quem se torna
grisalho, mais lento ou enrugado: acarinhar-se. Com é bom aconchegar-se, como é
sadio o beijo, como revigora um abraço, como saber-se desejado é uma
sinalização de bem-estar!
Por causa de
medicações para doenças, como hipertensão arterial, Diabetes, Depressão, muitos
homens sofrem de Disfunção erétil, o novo nome para impotência sexual. Reparem
que palavra ameaçadora: impotência, sem poder... E a generalização para as
outras faces da vida produtiva, acontece num instante. Ora, a vida sexual
permite muitas formas de obtenção do prazer. Casais harmônicos são bastante
criativos ou serenos para resolverem quaisquer dificuldades, digamos,
"operativas"...
A vida é uma
grande brincadeira, embora cheia de regras. Mas para o AMOR, não há regra que
não possa ser trocada, omitida, recriada, quando o objetivo é a felicidade...
Por Clevane Pessoa - Psicóloga
Nenhum comentário:
Postar um comentário