É
preciso ter calma e tomar as medidas certas.
No
início, os sintomas da doença de Alzheimer são apenas pequenos esquecimentos,
que normalmente a família não é capaz de distinguir de um simples fato normal, levando
em conta o envelhecimento da pessoa, mas, com o tempo, o avança dos sintomas
acontece de forma gradual. Com a doença se desenvolvendo, o paciente passa a
apresentar comportamento confuso, passa a não reconhecer parentes e amigos e
pode demonstrar agressividade.
Lidar
com o paciente com DA que apresenta comportamento agressivo exige entender que
o comportamento agressivo pode ser uma manifestação clinica da patologia. “Mas
nem sempre apenas o entendimento destas circunstâncias ameniza lidar com uma situação
de agressividade e DA. Assim, não é incomum o cuidador ou pessoa responsável
necessitarem também de terapia ou medicação para auxiliar nesta árdua tarefa”,
explica Dr.André Felicio, neurologista, doutor em ciências pela UNIFESP, membro
da Academia Brasileira de Neurologia e Clinical Fellow da University of British
Columbia no Canadá.
Em
alguns casos, as pessoas com DA no ato da agressividade podem até mesmo tentar
bater ou morder as pessoas. “Lidar com pacientes portadores de Alzheimer e
agressivos não é tarefa fácil mesmo para os cuidadores experientes, que lidam
profissionalmente com isso. Em algumas situações, por exemplo, a segurança do
próprio paciente e familiares envolvidos pode estar seriamente em risco, sendo
a institucionalização recomendada”, comenta Felicio.
Dr.André
Felicio responde a algumas dúvidas mais comuns dos cuidadores:
1.Quando
é a hora de buscar tratamento medicamentoso para o comportamento agressivo?
Quando
este comportamento interfere significamente com a qualidade de vida do paciente,
dos cuidadores, dos familiares ou põe em risco a integridade física daqueles
envolvidos nos cuidados e o próprio portador de Alzheimer.
2.Quais
sinais podem indicar que a pessoa está começando a ficar alterada?
Normalmente
a agressividade se desenvolve de maneira verbal ou física, muitas vezes sem um
fator desencadeante específico.
3.Existem
situações comuns em que pacientes com DA costumam ficar violentos?
Algumas
situações são propícias, por exemplo, durante banho e outras tarefas de higiene
e ao entardecer (“Fenômeno do entardecer”, do inglês sundowning). Entretanto, é
preciso lembrar que algumas vezes a agressividade pode ser apenas uma reação a
um fenômeno psicótico, ou seja, o paciente está na verdade reagindo a uma alucinação
visual ou a um delírio.
4.O
estado de agressividade pode ser herança de comportamentos anteriores à doença?
Sim
e não. Alguns pacientes já eram agressivos e apenas exacerbaram este
comportamento. Entretanto, outros jamais foram agressivos e passam a ficar
muito agitados e com comportamento inapropriado. Cabe lembrar que o inverso
também é verdadeiro, ou seja, o paciente era agressivo antes da doença e muda o
comportamento para alguém mais sereno, muito passivo, obviamente uma situação
menos comum e muito fácil de lidar.
Por: Revista Ao seu lado
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