Por Edmar Oliveira, 70 anos, hóspede da Casa Bonsai
Há certos dias que o melhor seria não sair de casa, principalmente, perto do carnaval, quando as bruxas estão soltas a procura de uma escola de samba para desfilar.
Com essa introdução parece que vou relatar uma tragédia. Não é bem assim:
Na última quinta feira, levantei-me, tomei meu cafezinho esperto e elaborei a agenda do dia. Falando em agenda, esse hábito é uma herança dos meus tempos de funcionário movido a stress. Agora, nessa doce vagabundagem de aposentado milionário do INSS a procura do que fazer, fico elaborando roteiros.
Coloquei como primeira atividade, ir a cidade procurar num “sebo” uma revista antiga sobre plantas baixas de casas.
Chegando a cidade, informei-me sobre o tal “sebo”.
Com o endereço na mão, arribei para o tal “sebo”. Desisti no meio do caminho. Ao atravessar uma rua de mão única, preferencial, parei na calçada e olhei se vinha algum carro. Quando dei o primeiro passo, um distraído que estava estacionado, deu ré. Só ouvi alguém gritando: Oia! Oia! OOOOO! Senti de leve o roçar de um pára-choque na minha perna e, lógico, o motorista parou e pediu desculpas. Balbuciei qualquer coisa e lembrando das bruxas carnavalescas, resolvi tomar o ônibus de volta e refazer a tal agenda .
Chegando em casa lembrei-me que não tinha nada para jantar. Fui até a padaria comprei um belo sanduíche frio e duas águas tônicas. Por recomendação médica estou suprimindo o açúcar e também não é só isso. Sou tarado por água tônica. Paguei tudo com cartão de débito automático.
Voltando, estava escuro e, ao tentar acender a luz do corredor, meu cartão caiu do bolso. (Por preguiça, não havia guardado na carteira). Sei lá que tipo de movimento eu fiz. Catei o dito cujo e botei no bolso da bermuda. No bolso? Vejamos:
No dia seguinte, arrumando a bagunça do dia anterior fui guardar o cartão na carteira. Cadê? Quem me conhece sabe dos meus dotes de “procurador”. Olha aqui, olha ali e nada! Passou pela minha cabeça um pensamento nada higiênico: “Nossa! Devo ter colocado o cartão no saco de compras e o pior, já joguei o lixo fora!”
Dá para imaginar a cena. A tremenda vergonha de explicar aos condôminos que foram chegando o que havia acontecido. Moral da estória: o saco de lixo foi remexido e nada. Dava para ver nos rostos de todos a mesma frustração que eu estava sentindo. Aí vieram os comentários:
Do porteiro do prédio:
-Sr Edmar, liga pro banco e cancela!
Pareceu-me que ele estava me chamando de burro.
Da dona do cachorrinho fera:
-Vou fazer uma oração para São Longuinho, para o senhor encontrar.
Agradeci mas, sinceramente, nunca tinha ouvido falar no tal santo. Voltei ao meu apartamento mais aliviado e disposto a não levar baile de um cartão fujão. Pensei: esse filho da p.... está querendo me enganar! Ou será que as tais bruxas... Refiz o percurso do dia anterior, voltei a máquina de lavar onde a roupa suja estava pronta para ser lavada e “examinei” novamente os bolsos da bermuda, agora, com mais cuidado. Achei!!!! Ele estava no bolso esquerdo! Preciso dizer o que pensei de mim? Tive que mentir pra devota do São longuinho, dizendo que achei nas dobras do sofá, e ouvir: “graças meu São longuinho”. O porteiro interfonou e também perguntou se eu havia encontrado. Menti de novo. O saldo de tudo isso, foi um banho quentinho fora de hora e a sensação de que se nunca fui, mas agora com certeza, me tornando um manezão ...
Rsrsrsrssr.... demorei mas cheguei para ler as novas crônicas.... essa foi Piada ein?!!! Oia Oia OOOOO.... e devo dizer a famosa frase q todos dizem mas q tem um sentido bem estranho: "Só ia encontrar mesmo no último lugar q fosse procurar!" rsrsrsrs logico depois q eu achei não procuro mais, não é? rsrsrsr Muito Boa Seu Edmar!!! Um Bjooo!!!
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