terça-feira, 13 de novembro de 2012

Depois dos 60 - Reflexões sobre solidão, prazer e sexualidade


Se para muitas de nós, o assunto sempre foi tabu, é hora de reavaliarmos: sexo é perfeitamente saudável nessa idade.
Muitas vezes, homens ou mulheres se apaixonam por pessoas mais velhas e a família fica achando que só existem interesses materiais na relação.
Mas nós temos exemplos históricos, como Chiquinha Gonzaga ou Edit Piaf.
Ambas ficaram com pessoas mais jovens e viveram intensamente a vida.
Se a pessoa não tiver consciência, independentemente da idade, pode dar bens materiais em qualquer tempo.

A sexualidade está ligada a todo o corpo, à sensualidade, ao toque, a ficar junto, a realizar coisas juntos. O atletismo sexual não está mais na moda.
Quando as pessoas contam muita vantagem, na realidade têm medo de sua performance. É preciso esclarecer que a sexualidade é maravilhosa para sempre, está muito ligada à amizade, ao afeto; há prazer sexual a dois mesmo sem penetração. É preciso aprender novas formas e deixar de pensar sobre a  sexualidade apenas como penetração. 

Por uma vida mais harmônica. O cuidado com a saúde e a espiritualidade.
Para que não pensemos que o prolongamento da vida seja uma maldição e sim uma benção é preciso perceber que o envelhecimento é mais uma etapa da vida. Para vivê-la plenamente é necessário que todas as pessoas a entendam, respeitando suas características, potencialidades, expectativas, sonhos, desmotivações e motivações. 

Em geral, as pessoas precisam de uma religiosidade, mas como exercê-la é uma escolha independente e pessoal. Em minha experiência como psicóloga e terapeuta transacional, aprendo com cada um de meus pacientes, pois ao amadurecer há a necessidade de pensar e agir com mais flexibilidade.
Pela minha experiência clínica, nas pesquisas e teses, é fato que pessoas mais resolvidas conseguem passar por qualquer coisa. Eu não tive o menor problema ao vivenciar a menopausa. O médico dizia: Isto é um problema de cabeça. Existem pessoas que sentem calores, passam mal. As pessoas que estão harmônicas consigo mesmas têm conseguido passar por qualquer coisa. Agora, a saúde é fundamental, o cuidado com ela é imprescindível, é preciso acompanhar e não esperar adoecer.

Solidão não é apenas estar só. E estar só não é viver na solidão. Por isso, é importante, em qualquer idade, que você faça novas amizades, e aprenda coisas novas. A solidão é uma construção, e estar só, muitas vezes, é uma escolha. É preciso aprender a envelhecer, e garantir sua qualidade de vida mantendo a auto-estima.



Dina Frutuoso é doutora em Educação e tem mais de 60 anos

Os Idosos e as Crianças - Relacionamento


A Casa Bonsai Recanto do Idoso (casabonsai.com.br) junto com o Colégio CLQ de Piracicaba (clq1.com.br), promoveram uma tarde de “VIRTUDES – A Valorização do Mais Velho”.


Foi apresentado para esse grupo de estudantes (entre 12 a 14 anos), de uma forma sadia, o que é ser idoso; tirando o paradigma de que todo idoso é igual ao avô que temos dentro de casa que, por exemplo, joga tênis todos final de semana.

Neste encontro, nas dependências de Casa Bonsai, as crianças puderam ter um maior contato com idosos dependentes e independentes, assim aprendendo de forma prática de como adaptar os ambientes para um melhor acolhimento de seus idosos em suas casas, mesmo que em caráter de prevenção, bem como lidar com situações provenientes da idade avançada (ex:o que fazer se um idoso engasgar?).

Este aprendizado, na prática e de forma saudável, sobre as debilidades de cada patologia, fazem com que as crianças entendam o porquê devem respeitar as vagas de idoso, vagas para deficientes, segurar a porta do elevador, ter paciência pela lentidão de marcha ou raciocínio, dentre outras atitudes de respeito para com o mais velho.

Através desse encontro, ambas as gerações passam a refletir sobre a possibilidade de mudanças quanto à percepção da velhice e do envelhecimento.

Os idosos da Casa Bonsai, ficaram muito felizes com a visita e a apresentação de cantigas cantadas pelas crianças; “elas trazem muitas alegrias para nós”, relata uma hóspede Bonsai.

Com os Idosos Bonsai pudemos estimular vários aspectos psicológicos e comportamentais enquanto estavam em companhia das crianças, porém a felicidade e satisfação que todos emanavam valeu mais que uma injeção de endorfina e adrenalina.



Idoso e Religião


Até que ponto a religião faz parte da vida de um idoso?

Em um estudo realizado pelo Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein, de São Paulo, em mais de 500 idosos de uma comunidade judaica, revelou-se que a depressão atinge homens e mulheres em uma mesma proporção. E foi através deste mesmo estudo que se constatou que até 80% daqueles que não são deprimidos possuem compromisso com alguma crença ou religião.

Questionada pela importância da religião em sua vida, Dona Inês Maçaneiro de 88 anos, afirma que a religião “é importante sim para todo e qualquer ser humano, uma vez que a “fé” faz com que acreditamos em tudo que desejamos e que pode ser realizado”.

 Já um artigo publicado pelo professor Gláucio Soares no jornal da Ciência, traz relatos que a religião e a saúde mental caminham juntas, e, segundo Soares, o suicídio é a forma mais procurada pelas em pessoas que não têm religião alguma, como forma de fugir dos problemas e da própria vida.
São através de muitos relatos pessoais que se pode perceber que a religião acaba se tornando algo importante na vida dos membros da melhor idade. E a razão para isso parece ser simples: acreditar que exista uma ‘força suprema’, algo que não se pode ver, apenas imaginar e ter fé, acaba se constituindo um lenitivo para tentar vencer os obstáculos e fardos – muitos deles pesados, que a vida vai nos apresentando ao longo da nossa jornada.



Casa Bonsai X Idosos X Religiosidade


A importância da espiritualidade e da religiosidade na vida dos Idosos 

É importante que todos tenham uma crença, uma fé. A iniciação deve começar desde cedo, pois permitirá um crescente desenvolvimento ao longo da vida do indivíduo.

O ser humano está em constante desenvolvimento, quer no aspecto biológico, como no psicológico e assim também deve ser no espiritual. Se é importante cuidar da saúde, da alimentação, para ter uma vida saudável, há que se desenvolver, no indivíduo aquilo que diz respeito à espiritualidade e também à religiosidade.
Proporcionar o desenvolvimento da religiosidade implica em promover a qualidade e a expectativa de vida, principalmente no que se refere aos idosos. Através da religião muitos aspectos podem se aprimorados, como tolerância, aceitação das várias etapas pelas quais o indivíduo passa, de modo a fazê-lo com mais serenidade.

A espiritualidade não está, necessariamente, ligada a uma religião específica, mas sim ao modo como o indivíduo procura viver, se relacionar, atuar na família ou na sociedade, buscando proporcionar a si e aos que o cercam ambientes agradáveis, equilibrados, serenos onde seja prazeroso permanecer, se relacionar, trocar experiências, com prevalência da amizade, do amor, do respeito, do carinho, do bom humor, da solidariedade o que facilitará a convivência harmoniosa entre pessoas de diferentes credos.

Como o ser humano é um ser social, vive em comunidade, essa vivência em grupo tende a se intensificar na terceira idade, pois nesta fase, estimula-se cada vez mais a inserção em grupos para superação de perdas advindas da fase em questão como perda do cônjuge, afastamento de filhos que formaram novos lares, aposentadoria, ausência de outros membros da família. A espiritualidade e a religiosidade vão fazer com que estes laços sejam mais fortalecidos.

A espiritualidade e a religiosidade auxiliam o indivíduo a se aprimorar através de atitudes solidárias, que promovam valores éticos e morais bem como melhoram as relações interpessoais.

A prática de ações que proporcionem bem estar ao indivíduo, tenderá a elevar sua autoestima, o que é fator de grande importância na obtenção e manutenção da qualidade de vida. Podemos dizer que através da religiosidade é possível ter motivação para viver e enfrentar dificuldades, superar com mais facilidade desafios e manter-se emocionalmente saudável.


sábado, 10 de novembro de 2012

Fisioterapia geriátrica com foco na prevenção de quedas


Vejam como são as terapias de fisioterapia na Casa Bonsai

Exercícios de alongamentos musculares e mobilização articular de membros superiores e de região cervical:
em posturas sentada - visando manutenção e ganho de amplitude de movimento;
em postura em pé - com bastão – associados a respiração diafragmática;

Treino funcional de sentar e levantar, enfatizando uso de membros inferiores:
 flexão associada de quadril e joelho com o intuito de manter condições musculares para o caminhar (com apoio em barras e caneleiras de 0,5 Kg e 1 Kg em cada membro inferior);

Nesta atividade além de estímulos para manter independência (sentar e levantar), também fortalecimento muscular de membros inferiores;

Exercícios para movimentação de tronco: principalmente rotação
em atividade em grupo, em roda, onde deveriam passar 3 bolas, simultaneamente, entre si;
Além dos estímulos para mobilidade de tronco, estímulos para dissociação de cinturas, equilíbrio, coordenação e atenção e planejamento do movimento;

Treino de equilíbrio dinâmico e dupla tarefa:
andar associado a exercícios de membros superiores; e andar desviando de objetos;

Em grupo, dispostos em fila e em roda, em postura em pé, com bolas de diferentes tamanhos, atividades para manter mobilidade e agilidade e equilíbrioestático e dinâmico onde deveriam passar as bolas (uns com os outros) em diferentes amplitudes de movimento (exemplo: para cima, para os lados).

Nesta atividade, ainda, estímulos cognitivos de atenção, planejamento do movimento, lateralidade (direita e esquerda), consciência espacial, memória (contando as séries dos exercícios) e a integração do grupo;

Ao final relaxamento: com movimentos suaves de membros superiores associados a respiração diafragmática, visando potencializar capacidade pulmonar;


Thais Delamuta Costa – Fisioterapeuta – CREFITO: 3/146972