sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Exercícios dos OFA (órgãos fonoarticulatórios) e higiene bucal na Terceira Idade

Objetivo da terapia fonoaudiológica na Casa Bonsai de hoje:
Trabalhar exercícios dos OFA (órgãos fonoarticulatórios) e higiene bucal

A terapeuta iniciou apresentando um exercício de língua, fazendo os movimentos com a boca e a língua do material visual de apoio.

A cada idoso era proposto um exercício diferente, exigindo criatividade e planejamento, assim todos os outros hóspedes deveriam repetir os exercícios criados por eles mesmo por 5 vezes, todos juntos.



Posteriormente com o auxílio da escova e do fio dental, realizamos uma atividade de higiene bucal, na qual todos deveriam, escovar e passar o fio dental nos dentes da maneira como achavam correto. 


Pontuamos a necessidade da limpeza dos dentes e da língua, e os riscos e doenças que a má higienização pode acarretar na terceira idade, e cada um colocou suas facilidades e dificuldades, como por exemplo: a dificuldade em passar o fio dental nos dentes do fundo.



Foi uma atividade bastante descontraída e instrutiva, que proporcionou a interação entre os idosos com muito reaprendizado.


Carolina Mascarin – Coordenadora do Núcleo de Fonoaudiologia da Casa Bonsai - CRFª 17.199





Welcome to the Future



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fonoaudiologia na Casa Bonsai: trabalhar com aspectos vocais na Terceira Idade

Sempre iniciamos nossas atividades de fonoaudiologia com experiência de sabores.
Os idosos devem experimentar algum sabor artificial (ex: CARAMBOLA, MORANGO, ACEROLA, etc do suco Clight) em consistência pastosa (misturados com iogurte natural). 

São orientados a descobrir qual é a fruta pela cor, cheiro, sabor e algumas dicas da terapeuta. 


Realizamos exercícios para a deglutição como:
Técnicas da deglutição supra glótica (soprar, respirar, engolir com força e soprar novamente) por 4x,
Rotação da língua em vestíbulo oral 2X para cada lado, estimulando a mastigação associada a deglutição com força.



Na segunda parte das terapias fonoaudiólogas, sempre alternamos os exercícios e estímulos, como:

Para aquecimento vocal, realizamos a Técnica Mesa di Voice, que consiste na emissão das vogais /a//e//i//o//u/ prolongada (no tamanho de uma linha, tinham que continuar emitindo o som até terminar a linha que a terapeuta estava segurando) em tom cotidiano nas diferentes intensidades (fraco, médio e forte), trabalhando com a loudness dos idosos.

Emitimos as vogais (A E I O U) sem interromper entre um tom e outro (grave e agudo), seguindo o quadro apresentado, emitindo um som semelhante ao barulho da ambulância.
A partir do apoio visual, fizemos os sons apresentados nos cartazes: cobra (ssss), abelha (zzzz), avião (vvvvv), radio fora do ar (xxxxx), telefone (trriimmm) e fusca (brrrrrr) em diferentes configurações (ascendentes, descendente, contínuo ou staccato).



Técnica do M mastigado, para aquecimento e projeção vocal, que consiste em fazer movimentos circulares com a mandíbula (semelhante a mastigação) associado ao som do M por 3 vezes e abrir com as vogais continuamente, assim: mmmm mmmm mmmm aaaaaaaaaaaa, mmmm mmmm mmmm eeeeeeeeeeeeee e assim por diante todas as vogais.

A atividade para trabalhar com palato mole (campainha), emitimos com força os fonemas A e Ã, alternados conforme orientando da terapeuta e de cartazes.

Para projeção vocal com direcionamento de fluxo aéreo, utilizamos da técnica dos sons Fricativos: /F/, /S/ e /X/, e posteriormente trabalhamos com  passagem de sonoridade: FFFFVVVV em uma única respiração, SSSSZZZZ, e XXXXJJJJ.

Cantamos a música “O menino da Porteira” de Sergio Reis. Todos receberam cartazes com uma parte da música e deveriam cantar o seu trecho. Para isto, deveriam estar atentos a seqüência da música.


Na Ginástica Facial, realizamos os exercícios: para os lábios - retração e protrusão (bico e sorriso) e pressionamento, para a língua - protrusão e sucção e nas laterais da boca e para a bochecha infladas e sucções, trabalhando com a musculatura facial.
E realizamos a técnica do Bigode de Gato (com canudo), para trabalhar com os lábios e bochechas


Terminamos com desaquecimento vocal, em voz salmodiada com as frases: “Até semana que vem!”, “Se Deus quiser“, “Estaremos juntos!”, “Aqui na Casa Bonsai”, frases sugeridas pelos hóspedes idosos

Carolina Mascarin – Coordenadora do núcleo de Fonoaudiologia da Casa Bonsai - CRFª 17.199

sábado, 17 de agosto de 2013

A Casa Bonsai utiliza a Realidade Virtual para a melhora na função sensorial motora e cognitiva

A realidade virtual está sendo utilizada em países como o Canadá e Estados Unidos, há cerca de 10 anos, com ótimos resultados no processo de reabilitação.


Hoje nossa terapia teve foco em: estratégia de movimentos (manter e ganhar amplitude, força muscular global), mudança de direção, equilíbrio dinâmico, noção espacial e atenção.
Tivemos que transpor obstáculos de madeira que estavam dispostos em linha reta, e andar sobre colchonete casca de ovo e de EVA, girando o corpo (mudando de direção) e voltando a posição inicial.


Esta tarefa foi proposta para estimular as estratégias de equilíbrio durante o caminhar, quando necessário mudança repentina de direção, além de equilíbrio dinâmico, propriocepção e atenção;
Dispostos um ao lado do outro, em pé, sobre colchonete casca de ovo e de EVA, proposta atividade de movimentação ativa de tronco (rotação) e de membros superiores (incluindo todas as articulações – ombro, cotovelo, punho e de dedos) promovendo, assim, ganho e manutenção de amplitude de movimento, além de reações de equilíbrio e propriocepção;


Atividade com a realidade virtual – usando o console Wii,  com jogo de tênis, promovendo movimentação ativa de membros superiores, além de estimular equilíbrio, coordenação visuo-motora, estímulos visuais, reações de equilíbrio;


Com esse objetivo melhora a função sensorial motora e cognitiva, aumenta o tempo de reação, aumenta o quociente intelectual, além de melhorar a autoestima e o contato social, fazendo da sessão de fisioterapia muita mais divertida e dinâmica.

Ao final realizamos nosso relaxamento com movimentos suaves de membros superiores associados a respiração diafragmática; alongamentos musculares, mobilização articular de membros superiores e região cervical, buscando potencializar capacidade pulmonar, relaxamento, amplitude de movimento.


Fonte: casabonsai.com.br



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

USP avança no diagnóstico precoce do Alzheimer

Os pacientes com Mal de Alzheimer têm um maior desequilíbrio na presença de radicais livres.
Esta foi a constatação de um estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), que pesquisaram três substâncias encontradas no sangue. A pesquisa pode auxiliar na compreensão do processo de envelhecimento cerebral.
“Fomos atrás de marcadores no sangue, porque trabalhos científicos  recentes já consideram o Alzheimer como uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro. Então a gente acreditava que, se esse mecanismo de estresse oxidativo estivesse presente na doença, talvez a gente pudesse verificar ela perifericamente”, comentou a professora Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

O estudo seguiu algumas etapas. A primeira foi avaliar as três substâncias encontradas no sangue e que se relacionam com o envelhecimento: monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (Tbars).

A pesquisa comparou plaquetas de três grupos de pacientes, sendo 37 jovens (de 18 a 49 anos), 40 idosos saudáveis (de 62 a 80 anos) e 53 idosos com Alzheimer (55 a 89 anos), e detectou que, com o avanço da idade, aumenta a presença de óxido nítrico sintase e de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico, e diminui o GMP cíclico.

A segunda fase foi feita com a avaliação do cérebro de ratos. “Percebemos duas coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue, também encontrava no cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você analisa no sangue, está refletido no cérebro”, ressaltou a pesquisadora.


A cientista ainda afirmou que é preciso descobrir um marcador específico para cada doença. “O estresse oxidativo não é exclusivo do envelhecimento, nem da doença de Alzheimer. Qualquer doença neurodegenerativa, como o Parkinson, tem o mesmo mecanismo”, explicou.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cinesioterapia na Casa Bonsai Recanto do Idoso

Cinesioterapia: Licht (1965) definiu exercício terapêutico como “movimento do corpo ou das partes corporais para alívio de sintomas ou melhorar a função”.

  

Na sessão de fisioterapia de hoje, começamos com exercícios de alongamentos musculares e mobilização articular de membros superiores, inferiores e tronco em postura em pé.
Nesta atividade focamos o aquecimento musculoesquelético, além de manutenção e ganho de amplitude de movimento.



A proposta da atividade de hoje; visamos o equilíbrio dinâmico, noção espacial e em atividades funcionais da vida diária, para marcha/andar (comprimento dos passos), transpondo e desviando de obstáculos, andando em caminho estreito, subir e descer escada e rampa, além de estimulação sensorial e proprioceptiva (em diferentes texturas – descalços) associado aos exercícios ativos de membros inferiores para manutenção de força muscular e amplitude de movimento.



Ao final da terapia, realizamos os exercícios de relaxamento, com movimentos suaves de membros superiores associados a respiração diafragmática,  alongamentos musculares, mobilização articular de membros superiores e região cervical.









sábado, 3 de agosto de 2013

Como lidar com a agressividade do Alzheimer

É preciso ter calma e tomar as medidas certas.
No início, os sintomas da doença de Alzheimer são apenas pequenos esquecimentos, que normalmente a família não é capaz de distinguir de um simples fato normal, levando em conta o envelhecimento da pessoa, mas, com o tempo, o avança dos sintomas acontece de forma gradual. Com a doença se desenvolvendo, o paciente passa a apresentar comportamento confuso, passa a não reconhecer parentes e amigos e pode demonstrar agressividade.

Lidar com o paciente com DA que apresenta comportamento agressivo exige entender que o comportamento agressivo pode ser uma manifestação clinica da patologia. “Mas nem sempre apenas o entendimento destas circunstâncias ameniza lidar com uma situação de agressividade e DA. Assim, não é incomum o cuidador ou pessoa responsável necessitarem também de terapia ou medicação para auxiliar nesta árdua tarefa”, explica Dr.André Felicio, neurologista, doutor em ciências pela UNIFESP, membro da Academia Brasileira de Neurologia e Clinical Fellow da University of British Columbia no Canadá.

Em alguns casos, as pessoas com DA no ato da agressividade podem até mesmo tentar bater ou morder as pessoas. “Lidar com pacientes portadores de Alzheimer e agressivos não é tarefa fácil mesmo para os cuidadores experientes, que lidam profissionalmente com isso. Em algumas situações, por exemplo, a segurança do próprio paciente e familiares envolvidos pode estar seriamente em risco, sendo a institucionalização recomendada”, comenta Felicio.

Dr.André Felicio responde a algumas dúvidas mais comuns dos cuidadores:

1.Quando é a hora de buscar tratamento medicamentoso para o comportamento agressivo?
Quando este comportamento interfere significamente com a qualidade de vida do paciente, dos cuidadores, dos familiares ou põe em risco a integridade física daqueles envolvidos nos cuidados e o próprio portador de Alzheimer.

2.Quais sinais podem indicar que a pessoa está começando a ficar alterada?
Normalmente a agressividade se desenvolve de maneira verbal ou física, muitas vezes sem um fator desencadeante específico.

3.Existem situações comuns em que pacientes com DA costumam ficar violentos?
Algumas situações são propícias, por exemplo, durante banho e outras tarefas de higiene e ao entardecer (“Fenômeno do entardecer”, do inglês sundowning). Entretanto, é preciso lembrar que algumas vezes a agressividade pode ser apenas uma reação a um fenômeno psicótico, ou seja, o paciente está na verdade reagindo a uma alucinação visual ou a um delírio.

4.O estado de agressividade pode ser herança de comportamentos anteriores à doença?
Sim e não. Alguns pacientes já eram agressivos e apenas exacerbaram este comportamento. Entretanto, outros jamais foram agressivos e passam a ficar muito agitados e com comportamento inapropriado. Cabe lembrar que o inverso também é verdadeiro, ou seja, o paciente era agressivo antes da doença e muda o comportamento para alguém mais sereno, muito passivo, obviamente uma situação menos comum e muito fácil de lidar.



Por: Revista Ao seu lado   

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Incontinências: 6 dicas para melhorar o cheiro da casa

Vamos enfrentar o fato. Às vezes, a casa onde idoso mora, pode ficar um pouco. . . malcheirosa. A gente chega para visitar a família e o idoso e logo na sala já sente aquele odor desagradável de urina. Problemas de incontinência do idoso, efeitos colaterais dos medicamentos, janelas fechadas, falta de higiene, tudo isso pode conspirar para deixar a casa exalando cheiros duvidosos, onde outrora fora acolhedora, alegre e com cheirinho de limpeza!

Algumas dicas para refrescar o ambiente, trazendo novos e agradáveis ares:

1. Comece o dia com rotinas limpas:
Alguns familiares e cuidadores percebem claramente que um boa limpeza logo pela manhã, ajuda a não deixar o quarto do idoso com cheiro ruim. Por exemplo, desfazer a cama logo após que o idoso acordar, levando-o para tomar seu café da manhã e seus medicamentos. Enquanto isso, já temos alguém limpando seu quarto e sua cama. Além disso, evita que o idoso fique mais tempo na cama do que o necessário, prevenindo a imobilidade e o problema com escaras de decúbito.

2. Abra as janelas:
Grande parte do mau cheiro que pode permear uma casa vem do hábito de manter as janelas e portas fechadas. É comum sentir-se relutante em abrir janelas no calor ou no frio, com uma pessoa idosa e frágil no ambiente, mas o ar fresco é bom para todos. Mesmo no inverno, alguns minutos de janelas e portas mais abertas, deixam o ambiente mais fresco e pode ajudar a dissipar odores. Outra dica, no frio, é abrir as janelas dos quartos, aonde o idoso não fica normalmente.

3. Encha a casa com cheiros naturais e doces:
Combata o mal cheiro com flores que desprendam um aroma mais forte. Deixe pela casa pequenas trouxinhas de aromas e perfumes de ambientes, que você pode mudar regularmente (tendo o cuidado para que o idoso com Alzheimer não vá ingerir ou comer). Corte limões e deixe-os abertos, esprema-os para liberar um pouco de suco e espalhe-os pela casa.

4. Evite expor roupas com urina no ambiente da casa:
Até mesmo pequenas manchas de urina podem causar cheiros desagradáveis na casa. Use um cesto de roupa coberto para guardar roupas sujas, com urinas e fezes e esvazie-o regularmente, lavando-as sempre que possível. Outra dica é guardar roupas sujas com urina em sacos plásticos, até poder lavá-las. Isso evita que o cheiro se espalhe.

5. Casa de idoso com incontinência é casa com faxinas frequentes:
Todas as mulheres cuidadoras sabem do que estou falando.

6. Evite deixar o idoso com fraldas e roupas urinadas por muito tempo:
Sabemos do cansaço e da pouca ajuda que nossas cuidadoras, familiares ou não, recebem.
Porém, uma das melhores maneiras de deixar a casa com cheiro agradável e sempre limpa é justamente incrementar a higiene do idoso com incontinência. Urinou na roupa ou na fralda geriátrica? Não só trocar a roupa e a fralda, mas também fazer uma boa higiene no idoso – muitas vezes, dando mais banhos. E nunca se esquecer de manter a pele do idoso sempre hidratada e cheirosa.




Por: Dr. Márcio Borges – geriatra

Nunca tome medicamentos por conta própria!

A cada cem idosos que tomam remédios regularmente, 44 seguem receitas com medicamentos considerados inadequados para eles. É o que diz estudo do farmacêutico André de Oliveira Baldon feito para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP. Ele ouviu mil idosos atendidos pelo SUS e analisou receitas de novembro de 2008 a maio de 2009, em Ribeirão Preto, interior de SP.

O número é muito maior do que o constatado em países como a Itália, onde 26% dos idosos não internados tomam medicamentos inadequados, e EUA (10%). A pesquisa mostra que a falta de conhecimento do médico ou farmacêutico e a lista restrita de opções de medicamentos são as principais causas do problema.

A lista de remédios em hospitais e postos que atendem pelo SUS é muito restrita, diz Baldoni. Assim, os médicos prescrevem o disponível, sem observar se pode ou não ser usado por idoso. Um antialérgico, por exemplo, pode aumentar a sonolência no paciente. Estudos provam que essa reação aumenta o risco de queda e fratura óssea. O ideal seria prescrever um antialérgico de segunda geração, menos forte, raramente encontrado no SUS.

O levantamento mostrou ainda que 30,9% dos idosos tomam remédios por conta própria; 37,1% não usam os remédios conforme prescritos e 46,2% relatam reações adversas aos medicamentos.

Infelizmente, o balconista da farmácia não tem condições de receitar um medicamento, baseado em algum sintoma que a pessoa esteja relatando. É muito simplório achar que estando com dor de barriga, o melhor remédio seria o MEDICAMENTO X e que para dores nas pernas o MEDICAMENTO Z seria o melhor. Baseado em que?
Cuidado, idosos, com uma nova especialidade não médica praticada pelos balconistas das farmácias: A EMPURROTERAPIA. Nas drogarias e farmácias estão mais preocupados em “passar” o medicamento que dê mais lucro, do que acatar com fidelidade a receita do médico.

Tudo isso, sem contar com as propagandas de rádio e tv, que sempre tecem maravilhas dos complexos vitamínicos, das cápsulas de ômega 3, que curam desde Alzheimer até artrite reumatóide e câncer… Inclusive, nenhum destes supostos remédios são avaliados e tem o selo de liberação da ANVISA.
Charlatanismo é crime!

Tome somente medicamentos que o seu médico receitar, baseado numa boa consulta e exames clínicos!
Mais um lembrete: quando se toma medicação por conta própria, chamamos de auto-medicação. E não auto-recreação.




Por: Dr. Márcio Borges – geriatra

Vegetariano ‘distribui’ saúde e ainda trabalha aos 101 anos em Piracicaba

Aos 101 anos de idade, o aposentado Cirilo Ferreira Barbosa é do tipo que esbanja saúde e disposição. Apesar da idade avançada, o senhor franzino é do tipo que não para quieto. Desde que se mudou para Piracicaba (SP) há três anos, ajuda a filha a cuidar de um clube de tênis.
Entre suas funções estão a limpeza do local e a manutenção do gramado. Enxada e rastelo são os companheiros de trabalho do idoso, que também já atuou como policial civil e até como cantor erudito.

O aposentado atribui a longevidade ao fato de não comer carnes, não consumir bebidas alcoólicas e ler diariamente a Bíblia. Também assume que a genética ajuda: o pai dele morreu aos 114 anos. Com bom humor, lucidez e muita disposição, o homem relatou que trabalhar é o melhor remédio para evitar qualquer problema de saúde. “Vivo um dia de cada vez, não penso no amanhã”, afirmou Barbosa, que venceu um câncer de pele anos atrás.

O aposentado foi casado durante 70 anos (a esposa morreu aos 90) e tem quatro filhos e 20 netos. “Sou abençoado, tenho uma família maravilhosa. E isso me deixa feliz. A felicidade é o combustível para locomover a vida. Assim como um carro precisa ser abastecido para andar, nós precisamos de felicidade para tocar a vida adiante. E eu sou muito feliz”, disse.

Mundo melhor
Nascido em Barretos (SP) em janeiro de 1912, Barbosa viveu todas as grandes revoluções do século XX, viu guerras acontecerem e atualmente destaca o avanço da tecnologia. “Vivi nos períodos difíceis, quando não havia médicos, energia elétrica e nenhuma das facilidades que existem agora. Hoje o mundo está bem melhor”, disse.

Com tantos anos de vida, o idoso reúne um acervo interessante de histórias para contar.
Durante o período em que trabalhou como policial, por exemplo, relatou que presenciou a morte de muitas pessoas. “Também estive próximo de gente perigosa. Foi um trabalho muito difícil, mas que permitiu a minha aposentadoria e me deu uma profissão”, contou.
Até nos momentos de lazer o aposentado se viu envolvido em ocorrências policiais. Em certa ocasião, em que não soube precisar a data, Barbosa estava pescando quando viu um avião cair.
“Aconteceu a menos de um quilômetro de onde eu estava. Quando me aproximei, tinha muita fumaça e os dois ocupantes já estavam mortos”, relembrou.

Cantor erudito
Apesar de estar aposentado desde 1976, o centenário nunca deixou de se movimentar.
Segundo Barbosa, ele frequentou uma escola alemã de música em São Paulo e foi cantor erudito. Durante a entrevista ao G1, o aposentado demonstrou as habilidades que ainda possui com a voz. O idoso também sempre se interessou por homeopatia e até hoje cultiva um canteiro com ervas para remédios medicinais.

Com um rastelo na mão e disposição de dar inveja a muita gente mais nova, Barbosa fez questão de mostrar à reportagem que ainda é um homem ágil e com elasticidade corporal. “Quando um idoso acha um dinheiro no chão, por exemplo, ele coloca o pé em cima e pede para alguém pegar. Eu não. Eu abaixo bem rapidinho e pego”, afirmou entre gargalhadas.



Fonte G1