quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mais perguntas sobre Hipertensão Arterial

01 - A enxaqueca tem alguma coisa a ver com a alteração de pressão arterial, caso seja sim, qual seria a alimentação que se deve evitar e/ou ingerir... A alteração de pressão arterial pode provocar hemorragia?
A pressão arterial é uma variável fisiológica que é influenciada por vários fatores. A pressão arterial tende a elevar-se com emoções fortes, durante a prática de exercícios físicos, durante o uso do cigarro ou de bebida alcoólica e com sensações dolorosas. A enxaqueca, por tratar-se de uma dor de cabeça de moderada a forte intensidade, pode determinar a elevação da pressão arterial como um fenômeno secundário, ou seja, a pressão alta é uma conseqüência e não a causa da enxaqueca. A pressão alta por si só, geralmente não costuma causar dor de cabeça, a não ser que esteja em níveis muito elevados (acima de 20 por 12) ou que tenha se instalado em poucas horas ou dias. Quanto se a pressão alta causa "hemorragias", por este ser um termo bastante amplo, deve-se comentar alguns aspectos. A doença Hipertensão Arterial Sistêmica, que se caracteriza por várias medidas da pressão arterial acima de 14/9, se não tratada, pode causar um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. Este tipo de "derrame" é determinado pelo rompimento de um pequeno vaso no cérebro devido aos níveis pressóricos constantemente elevados. Outra situação em que a pressão alta pode determinar sangramentos importantes são nas cirurgias. Em alguns procedimentos cirúrgicos, como nas cirurgias cardíacas ou vasculares, o bom controle da pressão arterial no intra e no pós-operatório é muito importante para minimizar os riscos de sangramentos. Uma situação bastante freqüente e que nada tem a ver com a pressão arterial alta é o sangramento pelo nariz. Nesta situação, a hemorragia é geralmente determinada por problemas locais do nariz ou por doenças do sangue como a leucemia.

02 - Na semana passada descobri que tenho pressão alta. Ela foi 18/12, já estou sendo medicada, mas tenho algumas dúvidas. Qual é o perigo da pressão baixa estar tão alta, o que pode me acontecer?
A pressão arterial tem dois componentes, a pressão sistólica (no seu caso 18) e a pressão diastólica (no seu caso 12) que correspondem às variações da pressão arterial durante os batimentos cardíacos (contração e relaxamento do coração). Quando a pressão sistólica encontra-se acima de 14 e/ou a pressão diastólica acima de 9 em pelo menos duas ocasiões diferentes, diz-se que a pessoa é portadora da doença Hipertensão Arterial ("Pressão Alta"). As pessoas que tem Hipertensão Arterial e não são tratadas adequadamente têm um maior risco de vir a sofrer de uma doença cardiovascular no futuro, como infarto no coração, "derrame" cerebral e insuficiência renal, independentemente se é a pressão sistólica, diastólica ou ambas que estejam elevadas. Mas não se preocupe exageradamente, com o tratamento esse risco praticamente desaparece. O importante é reduzir a sua pressão arterial através de mudança no estilo de vida, tais como perder peso, praticar exercícios físicos e reduzir o consumo de sal e álcool, bem como usar corretamente as medicações prescritas pelo seu médico.

03 - Além da medicação, o que pode ser feito para melhorar a saúde de um hipertenso de 75 anos. Quais os cuidados principais?
Há muitas medidas que podem ajudar a abaixar a pressão independentemente do uso de medicamentos para controle da pressão. O conjunto destas medidas recebe o nome de tratamento não medicamentoso da hipertensão.
Perder peso é a forma mais efetiva para controlar a pressão sem usar remédios, e não é necessário perder muito peso, em média, uma perda de 5 Kg abaixa a pressão em 5mm/Hg.
Fazer exercícios ajuda no controle da pressão, o efeito do exercício físico sobre a queda da pressão arterial é independente da perda de peso que ele pode proporcionar. Além disso, sabe-se que a atividade física não diminui o risco cardiovascular somente através da queda na pressão, melhora também o nível de colesterol e o perfil glicêmico. O objetivo deve ser: 30 minutos de atividade aeróbia, pelo menos três vezes por semana.
Beber álcool em quantidade moderada traz benefício cardiovascular, mas o consumo de mais de dois drinks diariamente provoca elevação da pressão.
Diminuir o consumo de sal é uma medida efetiva em alguns hipertensos, mas se há excesso de peso, perder peso é mais importante.
Aumentar o consumo de potássio ajuda no controle da pressão, isto pode ser feito através do aumento no consumo de frutas e verduras.
Parar de fumar traz não ajuda no controle da pressão mas diminui muito o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral(derrame).
O tratamento da pressão sem uso de medicação pode ser indicado como medida isolada em pacientes com pressão abaixo de 140x90, desde que não haja outros fatores de risco cardiovascular, lesão em órgãos alvo de hipertensão, doença cardiovascular ou diabetes.

04 - Hipertensão arterial X doação de sangue
A hipertensão arterial não é um impedimento de finitivo à doação de sangue, ao contrário do que se diz, a doação não estabiliza a pressão em níveis mais altos.
Há uma resolução da ANVISA com regulamentações sobre o assunto:
Para doação, a pressão arterial sistólica não deverá ser maior que 180 mm Hg e a pressão diastólica não pode ser maior que 100 mm/Hg e nem menor do que 60 mm/Hg. Os candidatos à doação com pressão arterial não compreendida dentro dos valores mencionados só poderão ser aceitos após avaliação e aprovação de médico do serviço de hemoterapia.

Quanto aos hipertensos em uso de medicação para tratamento, a resolução determina o seguinte:

A. Drogas cujo uso não contra-indica doação de sangue:
· Diuréticos-hidratação prévia vigorosa
· Inibidores de enzima conversora de angiotensina(IECA), como o Captopril e Enalapril
· Antagonistas do receptor de angiotensina II como o Losartan
· Antagonistas de canais de cácio como a Amlodipina e Nifedipina
 
 
B. Os hipertensos em uso de drogas listadas a seguir poderão doar sangue se o uso for interrompido por 48 horas:
· Drogas de ação central, como Alfametildopa e Clonidina e Reserpina
· Beta-bloqueadores como Propanolol e Atenolol
· Bloqueadores alfa adrenérgicos como Prazosin
· Vasodilatador direto: Minoxidil
C. Hipertensos em uso do vasodilatador de ação direta Hidralazina poderão doar sangue se uso for interrompido por 5 dias.


D. Usuários do antiarrítmico Amiodarona (Ancoron), não podem doar sangue enquanto estiverem usando o medicamento.


05 - Quais os benefícios dos exercícios físicos para o controle da hipertensão?
O efeito do exercício físico sobre a queda da pressão arterial é independente da perda de peso que ele pode proporcionar. Além disso, sabe-se que a atividade física não diminui o risco cardiovascular somente através da queda na pressão, melhora também o nível de colesterol, e o perfil glicêmico (diminui o risco de que a pessoa se torne diabética). Em pacientes hipertensos que associam exercício ao uso de medicação anti-hipertensiva, o controle da pressão é mais fácil, pode inclusive diminuir a quantidade de medicação necessária para o controle. Em estudo americano realizado com pacientes negros, a associação entre as duas formas de tratamento, e não o uso de tratamento medicamentoso isoladamente, trouxe diminuição da espessura das paredes cardíacas - o aumento da espessura das paredes é um dos efeitos deletérios da hipertensão sobre o coração. Vale lembrar ainda que a atividade física que traz benefícios não é necessariamente aquela realizada em academia ou de modo formal. Por exemplo: estivadores, trabalhadores na construção civil, ou carteiros fazem atividade física durante seu trabalho diário, e com isso têm risco cardiovascular reduzido em relação à população em geral. De modo análogo, a atividade física pode ser incorporada ao cotidiano de cada um, sem que seja necessário se engajar num programa formal: pode-se ir andando para o trabalho, descer do ônibus um ponto antes, estacionar o carro a um quarteirão de distância do destino e usar escadas ao invés de elevador. Existem também hobbies que envolvem atividade física, por exemplo, danças de salão.

06 - Qual é o mecanismo da hipotensão pós exercícios?
O nosso sistema circulatório funciona como uma mangueira de jardim, numa extremidade está o coração que, como uma torneira, injeta sangue no sistema. Na outra extremidade ficam os diversos órgãos, a mangueira se subdivide para poder irrigar cada um deles. Conforme variam as necessidades, a cada momento, o corpo pode regular o fluxo de sangue para cada órgão, como se em cada ponta da mangueira houvesse uma pequena torneira.
Quando fazemos exercício físico existe uma contração ativa da musculatura dos braços e pernas, esta atividade libera uma série de mediadores na circulação sanguínea. Isto faz com que aumente o fluxo de sangue para os músculos. A atividade muscular pode absorver grande parte do fluxo sanguíneo total. Para que isto ocorra, a maioria dos pequenos vasos do corpo aumenta de calibre, esta é a chamada vasodilatação. O efeito somado da dilatação dos vasos em todo o território muscular faz com que a pressão arterial caia.
Logo que iniciamos o exercício, existe uma fase de mediação neurológica, coordenada pelo sistema nervoso autônomo. Nesta fase o corpo se prepara para a ação que virá: fecham-se as torneiras de fluxo sangüíneo para todos os lugares em que o corpo puder economizar, a torneira de sangue para os músculos permanece aberta. Nesta fase chega mais sangue aos músculos, ou seja, eles estão mais perfundidos, só que a atividade de contração ainda não é máxima, e portanto os vasos não estão ainda completamente dilatados. Por este motivo, no início da atividade física, pode haver um aumento da pressão.
O exercício do tipo dinâmico é aquele em que ocorrem contrações rítmicas e constantes de grandes grupos musculares, por exemplo, andar, correr, pedalar e nadar. Em oposição a ele, existe o exercício estático, no qual a contração muscular é mantida até um pico de força, depois ocorre relaxamento. O protótipo deste tipo de exercício é o levantamento de peso.
O tipo de contração muscular do exercício dinâmico é aquele que causa maior vasodilatação com isso, a pressão vai aos poucos caindo. Porém, o pico de queda da pressão só ocorre após o término da atividade física, ele chega a atingir 20 mm/Hg de queda na pressão sistólica e geralmente ocorre 30 minutos após o final do exercício. A hipotensão pós exercício se prolonga ainda por 3-4 horas após o término.
A hipotensão pós exercício se deve a vários motivos: com o término da atividade física, o coração diminui a freqüência e o volume de sangue bombeado, os músculos param de se contrair ritmicamente, mas os mediadores liberados, entre eles o ácido lático permanecem na circulação e mantém a vasodilatação. Além disso, o exercício causa aumento da temperatura corpórea e para aumentar a perda de calor ocorre mais vasodilatação, o território vascular que irriga a pele se dilata, a pessoa fica vermelha e aumenta a sudorese.
A queda na pressão é mais pronunciada se a atividade física ocorreu continuamente por pelo menos vinte minutos. Nos hipertensos, a hipotensão pós exercício é mais prolongada do que nos normotensos, chegando a durar 12 horas.
 
07 - A musculação pode ser praticada por pessoas hipertensas?
Existem dois tipos de exercício, o aeróbico ou dinâmico, como andar, correr ou nadar, que desenvolve principalmente a resistência e o isométrico ou estático, por exemplo, levantamento de peso, cujo objetivo é desenvolver força.

Até recentemente, somente o exercício dinâmico era recomendado para hipertensos. A contra-indicação ao treino de força tem por base o fato de que neste tipo de exercício ocorre uma contração súbita e sustentada de um grupamento muscular contra resistência levando momentaneamente a um grande aumento das pressões sistólica e diastólica. Isto faz com que os halterofilistas tenham um aumento não somente da musculatura dos braços e pernas, mas também do musculatura cardíaca e das artérias.
Trabalho publicado no ano 2000 analisou 11 publicações sobre exercício estático para hipertensos mostrou que este tipo de exercício provoca uma pequena redução na pressão arterial, sem que no entanto, proporcione perda de peso.
A sociedade americana de cardiologia publicou, no início de 2000, artigo incentivando os exercícios isométricos, desde que combinados com os do tipo aeróbico. Os exercícios de musculação podem ser feitos três vezes por semana durante trinta minutos. Esta modalidade de exercício foi considerada segura para pessoas com pressão de até 160x100.
Vale ressaltar que o exercício aeróbico traz maior diminuição da pressão do que o isométrico e proporciona também perda de peso, que pode ser importante para muitos hipertensos.
 
 
08 - Tenho pressão alta. Há maiores riscos caso me submeta a uma cirurgia qualquer?
Pesquisas em cirurgia não cardíaca mostram que pressão arterial abaixo de 180x110 não é um fator de risco para complicações cardiovasculares, mas o tratamento e controle de hipertensão está associado a menores taxas de mortalidade por doença coronária e acidente vascular cerebral fora do ambiente cirúrgico. Além disso, há uma excessiva variação intra-operatória da pressão e isquemia miocárdica detectável ao ECG em pacientes com hipertensão pré-operatória. Nestes casos, há também maior morbidade cardíaca pós-operatória. Estes problemas podem ser evitados com o tratamento. Antes da cirurgia, o paciente hipertenso deve ser submetido a uma avaliação geral procurando lesão em órgãos alvo da hipertensão: rins, coração e exame de fundo de olho. Com hipertensão leve ou moderada, sem anormalidades metabólicas ou cardiovasculares, não há evidências de que seja benéfico adiar a cirurgia, entretanto hipertensão estágio III, isto é pressão arterial maior que 180x110 deve ser controlada antes da cirurgia. Muitos trabalhos mostram que a introdução de beta-bloqueadores pode trazer uma modulação efetiva de flutuações severas da pressão arterial e uma diminuição de episódios de isquemia cardíaca. Entretanto, para pacientes com hipertensão leve de início recente, o tratamento pode ser adiado para depois da cirurgia de modo a evitar instabilidade na frequência cardíaca ou na pressão arterial.
09 - Quais são as conseqüências da hipertensão quanto a retina, sistema vascular, rins, coração e cérebro?
As consequências da hipertensão nos diversos órgãos estão relacionadas principalmente à arteriosclerose que é a lesão na parede dos vasos e também à sobrecarga para o funcionamento de alguns deles. A hipertensão faz com que aumente a força do fluxo de sangue na parede dos vasos, isto pode causar feridas dentro deles que cicatrizam de um modo exagerado formando o trombo. Esta cicatriz pode entupir vasos de calibre menor e impedir a chegada de sangue. Se um trombo se forma num vaso do coração, pode ocorrer um infarto, que é a morte de tecido cardíaco. Se a mesma lesão ocorrer num vaso que irriga o cérebro, pode ocorrer um derrame, ou acidente vascular cerebral. O coração é um órgão particularmente suscetível na hipertensão, porque o aumento da pressão faz com que ele tenha que bombear sangue com muito mais força. Como ele é um músculo, ao fazer mais força ele aumenta de tamanho como o bíceps de um halterofilista, este aumento dificulta ainda mais a chegada de oxigênio e nutrientes. O rim, cuja função é filtrar o sangue que passa por ele, também fica sobrecarregado. Para que o sangue seja filtrado, ele atravessa poros microscópicos. A hipertensão aumenta a pressão de filtração e alarga os poros, com isso, proteínas como a albumina, que normalmente ficariam no sangue perdem-se na urina. Se não houver tratamento, esta perda de proteínas leva a uma piora gradual do funcionamento do rim e à insuficiência renal. Já na retina a hipertensão dificilmente causa perda de visão como faz o diabetes, utiliza-se o exame de fundo de olho pois ele permite o exame direto dos vasos, que aparecem estreitados. Se houver este tipo de alteração, infere-se que outros vasos do corpo devem também ter lesão pela arteriosclerose e o tratamento da pressão deve ser mais agressivo.

10 - É seguro praticar exercícios físicos quando se tem Hipertensão?
A prática de exercício físico é, de modo geral, bastante segura. Mesmo em pacientes com doença cardíaca envolvidos em programa de reabilitação, a taxa de complicações atribuíveis à prática de exercício varia entre 1/100.000 até 1/300.000 e o risco de eventos cardíacos adversos diminui com a prática regular de atividade física. Mesmo com baixo risco e poucas complicações, se você pretende começar atividade física é necessário primeiro procurar orientação médica. O médico poderá ter uma idéia geral do seu estado de saúde e prescrever atividade física adequadamente, ou ainda contra indicar a prática de atividade física até que haja condições adequadas, por exemplo, é necessário estar com a pressão controlada antes de começar a se exercitar, pois durante o exercício a pressão costuma subir. Vale lembrar ainda os principais sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar imediatamente atendimento médico: dor torácica em aperto (angina) precipitada por exercício, sensação anormal de falta de ar ou cansaço durante o exercício, tontura ou palpitações cardíacas precipitada pelo esforço. Para começar a se exercitar após os 40 anos pode ser útil procurar atividades de menor impacto, pelo menos no início, tais como, hidroginástica, natação ou bicicleta ergométrica. Além da prática de exercício formal, é possível exercitar se também no dia-a-dia: pode-se usar escadas ao invés de elevador, descer do ônibus um ponto antes e caminhar uma parte do percurso, parar o carro um pouco mais longe do destino e caminhar um trecho, ou aproveitar o fim de semana para uma caminhada no parque com a família ou as crianças.

11 - A Hipertensão possui uma base genética?
Muitas doenças comuns como a hipertensão aparecem com maior frequência em algumas famílias do que noutras, mas os gens não se segregam de forma Mendeliana, mas sim através de um padrão complexo de herança com influência importante do ambiente. A agregação familiar de uma doença pode ser devida a gens compartilhados, a um ambiente com determinadas características ou a ambos, isto é, há uma suscetibilidade genética a fatores ambientais causando a doença. Um parâmetro bastante utilizado para agregação familiar é se o risco de recorrência da condição estudada é maior num parente próximo de alguém afetado do que na população em geral. A agregação familiar deve variar em função do grau de parentesco: a recorrência da condição tem que ser mais comum em gêmeos monozigóticos do que em dizigóticos e mais comum em parentes de primeiro grau do que de segundo grau, etc. Quanto maior for esta associação, tanto mais fácil será identificar o componente genético por trás de um determinado fenótipo.

12 - O que é infarto do miocárdio?
Infarto significa morte de tecido e miocárdio é o tecido cardíaco. Para que ocorra infarto, uma das artérias que levam sangue para o coração é ocluída causando a morte das células musculares cardíacas. As células musculares do coração não somente se contraem impulsionado o sangue, mas também transmitem o impulso elétrico que faz com que o coração bata de modo organizado. Esta onda elétrica é normalmente captada pelo eletrocardiograma que a representa de modo gráfico. Deste modo, o eletrocardiograma pode mostrar alterações na condução elétrica indicativas de morte de células cardíacas. Estas alterações na condução elétrica podem gerar arritmias e uma contração dessincronizada que podem, por sua vez, causar uma parada cardíaca ou um infarto fulminante. O processo que leva a artéria a se ocluir é a placa de arteriosclerose, a gordura se deposita na parede interna do vaso formando uma ferida, quando ocorre cicatrização, o sangue pode coagular no local e acabar entupindo o vaso, isto faz com que o músculo cardíaco entre em sofrimento por falta de oxigênio, durante este proceso ocorre dor. A dor do infarto geralmente situa-se sobre o lado esquerdo do peito, em aperto ou opressão, pode se irradiar para o braço esquerdo ou para as costas, e ser acompanhada de sudorese fria, náuseas, vômitos e sensação de morte. Quando a dor começa, o músculo cardíaco ainda está vivo e se a pessoa chegar no hospital a tempo, pode-se usar drogas que diluem o coágulo e permitem a volta da circulação, esta é a chamada trombólise. Por este motivo, a pessoa com os sintomas de dor cardíaca deve procurar o hospital imediatamente, quanto mais rápido, maior a chance de salvar o músculo cardíaco. Se o processo de oclusão da artéria ocorrer lentamente, antes do infarto, pode ocorrer angina: a artéria fica parcialmente ocluída e a pessoa só tem dor a partir de um certo patamar de esforço. Nesta fase, outros vasos podem se formar e suprir a área onde falta sangue, formando a chamada circulação colateral, se a rede de vasos for bem desenvolvida, mesmo que a artéria doente termine por se fechar completamente, pode não ocorrer infarto.


Deixar ou não os idosos morarem sozinhos?

Como constatar se um idoso não está apto a morar sozinho?
Quando está com sua capacidade funcional comprometida, ou seja, quando apresenta dificuldade para executar as atividades da vida diária. Isso pode ser devido a inúmeros fatores, entre os quais se encontram o déficit cognitivo, fraturas geralmente ocasionada por quedas e quadro de fragilidade.

No caso do idoso querer ficar em sua própria casa: em que casos se deve contratar uma técnica em enfermagem para ficar com o idoso?
Isso só deve ser feito se o idoso estiver em situação de dependência total ou de semidependência. Contudo, se ainda estiver com a capacidade cognitiva preservada, é muito importante explicar-lhe a necessidade disso e fazê-lo com a sua anuência.

No caso do idoso não ter condições de morar sozinho, é melhor levá-lo para uma casa de repouso ou fazê-lo morar com os familiares?
Isso é uma questão complexa, que necessita de várias considerações. Em primeiro lugar, levando-se em conta a necessidade de se respeitar o idoso como pessoa. Se o idoso estiver dependente, mas ainda estiver com sua capacidade cognitiva preservada, seria melhor deixar que ele decida se quer ou não quer ir para um recanto de idosos. Em segundo lugar, deve-se levar em conta fatores de ordem socioeconômica, de infraestrutura e de relacionamento. Por exemplo, será que há algum membro da família disponível para cuidar do idoso? Em caso negativo, a família teria condição de pagar alguém para cuidar do idoso pelo menos em tempo parcial? Além desses fatores, há a questão ligada a relacionamento. Será que a família tem um bom relacionamento com o idoso? Em caso negativo, isso pode ser devido a muitos fatores, inclusive ligados ao próprio comportamento pregresso do agora idoso em relação a seus familiares. Assim, pergunta-se: A família deseja ficar com o idoso? Ou: O idoso deseja ficar com sua família?

No caso de estar em uma casa de repouso, qual a importância da visita dos familiares?
É muito importante, obviamente desde que o idoso tenha um bom relacionamento com seus familiares. Mas é importante que as visitas sejam regulares; se forem esporádicas o efeito será negativo no sentido de produzir bem-estar.

É importante ter uma pessoa dedicada completamente ao idoso, no caso dele começar a morar com os familiares?
Isso dependerá do grau de dependência do idoso. Se for completamente dependente, sim. Contudo, se for apenas parcialmente dependente, não há necessidade de ter uma pessoa completa e integralmente dedicada ao idoso.

Ter crianças em casa pode prejudicar o idoso de alguma forma?
Isso é muito relativo. Depende da quantidade de crianças, da idade das crianças, do período de tempo que as crianças ficam em contato com o idoso e, claro, do relacionamento estabelecido entre o idoso e as crianças.

Quais são os benefícios e malefícios do idoso morar na casa de familiares?
Independente da condição socioeconômica da família, se o relacionamento com os familiares for bom, os maiores benefícios são a atenção e o carinho, o suporte social que o idoso terá a usufruir. Entretanto, poderá sentir-se sem liberdade e sem autonomia, afinal, não está em sua própria casa, onde pode mandar e desmandar.

Quais são os benefícios e malefícios do idoso morar em sua própria casa?
O benefício maior é estar em seu próprio lugar, no meio de suas coisas, e poder exercer liberdade e autonomia. Os perigos irão depender da idade do idoso e de seu estado geral de saúde e funcionalidade. Os principais perigos são as possibilidades de danos físicos, como, por exemplo, aqueles provocados por quedas.

Quais são os benefícios e malefícios do idoso morar em casa de repouso?
Tudo é muito relativo. Levando-se em consideração que o idoso tem a capacidade funcional preservada, se antes de ir para a casa de repouso vivia em situação de penúria socioeconômica e de abandono por parte de amigos e familiares, mesmo uma casa de repouso simples e sem grandes recursos, desde que decente, já será muito melhor do que a vida que levava antes. Mas para um idoso em situação diferente, que vivia bem em sua casa, convivendo bem com seus familiares, e de repente fica em situação de dependência e é levado para a casa de repouso, mesmo a casa de repouso mais luxuosa pode aparentar pior do que a vida que levava antes. Por isso é importante observar as atividades de estímulos, cultura e lazer que a casa de reposuo oferece aos idosos.


10 dicas para lidar com um idoso com perda de memória

A idade avançada e doenças como o Alzheimer podem levar a perda de memória por parte de muitos idosos – algo que pode acontecer de um dia para o outro e que pode deixar quem cuida ou lida com esses idosos, sem saber o que fazer.

1.      O passado no presente.
A maior parte dos portadores de Alzheimer passa a viver no passado, ou seja, a sua memória de longa duração substitui a memória de curto prazo. Isto significa que, embora possam lembrar-se nitidamente do que aconteceu há 30 anos atrás, não conseguem se recordar daquilo que almoçaram há 2 horas atrás. Como contornar esta situação? Não contornando, ou seja, deve-se aproveitar para conversar com o idoso sempre que ele quiser, sobre aquilo que ele quiser.

2.      Curto e simples.
Quando comunicar com um idoso que sofre de perda de memória, faça-o com frases curtas e simples, ou seja, de muito fácil compreensão. Utilize um vocabulário direto, evitando expressões e eufemismos que podem apenas confundir o idoso. Para além disso, faça apenas uma pergunta ou solicitação de cada vez.

3.      Tempo de resposta.
Mesmo com uma comunicação simples, direta e curta, quem vive com a perda de memória necessita de tempo para responder aquilo que lhe foi perguntado ou pedido. De ao idoso todo o tempo que precisar para pensar no que lhe foi dito e formular a sua resposta, sem o apressar ou interromper seu raciocínio. Se precisar, repita o pedido ou a pergunta.

4.      Repetições, repetições, repetições.
A comunicação com um idoso com perda de memória vai certamente estar recheada de frases e perguntas repetidas. Embora possa ser frustrante para quem está ouvindo, em vez de dizer “ainda agora acabei de te dizer”, tenha paciência e volte a repetir a resposta ou a pergunta, de preferência igual ou muito parecido com a resposta anterior, para evitar confundir o idoso.

5.      Outras formas de comunicação.
Infelizmente, a perda de memória pode afetar a comunicação verbal de um idoso, que pode ter dificuldade em expressar os seus pensamentos ou formular frases completas e coerentes – algumas pessoas até deixam de falar. Se a fala representa um obstáculo na comunicação com um idoso com perda de memória, mune-se de outras formas de comunicar: esteja atento a linguagem corporal e às expressões faciais, tanto do idoso como as suas – evite movimentos bruscos e revirar os olhos, por exemplo. Por vezes, apontar para algum objeto pode facilitar a comunicação, por isso, peça ao idoso para fazer o mesmo quando estiver com dificuldades em transmitir alguma ideia.

6.      Erros e desentendimentos.
Quem sofre de perda de memória nem sempre encontra as palavras certas para comunicar o que pretende, podendo substitui-las por outras que nada tem a ver com o assunto em questão. Esteja sempre muito atento ao desenrolar de qualquer conversa, procurando entender, mesmo por meias palavras, aquilo que o idoso está tentando comunicar. Recorra a outras formas de comunicação – caso da gestual – se for necessário, mas evite chamar a atenção do idoso ou rir dele porque utilizou a palavra errada ou trocou o sentido de uma frase. Fazer isso pode levar a sentimentos de frustração, raiva, tristeza, falta de confiança e dignidade. O que importa é o significado daquilo que está sendo dito e não a forma como é dito.

7.      Mimos e carinhos.
A perda de memória não significa a perda de emoção, por isso, mime o idoso com carinhos especiais. O esquecimento e a dificuldade em comunicar pode frustrar o idoso, levando-o a depressão e ao isolamento, o que significa que precisa, mais do que nunca, do sentimento de segurança. Faça-lhe companhia numa das suas atividades preferidas, segure na mão, faça um carinho no rosto ou dê-lhe um abraço forte – são gestos tão ou mais poderosos do que as palavras.

8.      Vigilância atenta.
Cerca de 60% dos portadores de Alzheimer acabam se perdendo, vagando sem sentido e sem conseguir voltar ao seu ponto de partida, devido à perda de memória. Para evitar situações como esta, assegure em não deixa as portas e/ou janelas da casa abertas; se tem receio que o idoso possa vagar, não lhe peça para ir buscar o correio ou levar o lixo sozinho; não deixe o idoso conduzir ou andar de transportes públicos sozinho.

9.      Personalidade própria.
Apesar da perda de memória, o idoso continua, no fundo, sendo a mesma pessoa, com os mesmos gostos. Só porque a sua memória já não é o que era, não significa que não possa desfrutar de atividades e momentos de lazer que sempre apreciou. Você, melhor do que ninguém, conhece essa pessoa, por isso, faça por honrar a sua personalidade: se o idoso gosta de passear, acompanhe-o; se gosta particularmente de determinado programa televisivo, faça questão de ligar a TV na hora da sua transmissão.

10.  Paciência e disponibilidade.
Se cuidar de um idoso é exigente, lidar de perto com um idoso que sofre de perda de memória pode ser um desafio ainda maior. Depois de uma vida longa e preenchida, a terceira idade, com todos os seus obstáculos, pode ser fonte de depressão e desânimo para muitos idosos, os quais contam com os seus familiares e amigos diretos para os acompanhar nos últimos anos de vida. Esse acompanhamento requer, acima de tudo, disponibilidade e paciência, duas preciosidades para quem luta contra a velhice e as suas patologias. Nunca é demais lembrar que, para conseguir isso com sucesso e saúde, quem cuida de alguém também precisa cuidar de si mesmo.


9 erros que os irmãos cometem quando os pais ou familiares estão doentes na fase terminal

Ver os pais ou familiares no estado de saúde fragilizado é um dos obstáculos mais difíceis que uma pessoa precisa ultrapassar. A adaptação a esta realidade é muito dura e, por vezes, entre irmãos sucedem erros que podiam ser evitados caso existisse diálogo e compreensão.

Saiba quais os erros que os irmãos cometem quando os pais ou familiares estão doentes ou falecendo, só assim poderá auxiliar os que amam e aqueles que precisam de vocês.

1. Pensar que: “Se o meu irmão está cuidando dos meus pais, eu não sou preciso”
Quando os pais estão doentes, um dos erros que acontecem com maior frequência entre irmãos é quando estes se afastam dos pais ao pensar que eles não precisam da sua ajuda. O fato de um determinado irmão estar cuidando dos pais não significa que esteja tudo bem. Toda a ajuda é necessária, pois são imensos os cuidados e afazeres com pessoas idosas ou doentes. A responsabilidade de tomar conta dos pais ou familiares que estão doentes ou em fase terminal, é de toda a família e não de uma determinada pessoa em particular.

2. Não dar suporte emocional e apreço para pessoa que cuida dos pais ou familiares
A pessoa que cuida dos pais ou familiares também necessita de apoio,  carinho e compreensão pelo trabalho desenvolvido. Um idoso ou uma pessoa que está em fase terminal é uma pessoa que exige muito dos demais, necessita essencialmente de amor, cuidados, companhia e carinho e isso é muito desgastante para todos os profissionais de saúde, ou para quem cuida dos pais ou familiares.
Por vezes, entre irmãos surgem críticas quanto a forma como os pais são tratados e a culpa não pode ser individualizada, pois ela é de todos. A presença e a obrigação são de todos os envolvidos. Os mal-entendidos devem ser geridos com muito cuidado e quem toma as decisões deve ser sempre apoiado, pois assim todos se sentirão motivados e acarinhados.
Ao apontar uma crítica faça-o de forma positiva e delicada, só assim estará zelando pelos interesses da pessoa doente e da pessoa que dela cuida.

3. Não perguntar no que pode ajudar
Este é um erro comum na relação entre irmãos quando os pais são idosos, ou estão convalescentes. Ao partir do princípio que não é necessário perguntar se é preciso alguma coisa poderá estar sobrecarregando outras pessoas com trabalhos suplementares que você poderia realizar. Interiormente, todos os irmãos sentem o mesmo afeto e amor pelos seus pais, contudo cada um tem uma relação exclusiva e desempenha um papel diferente nas relações familiares. Ao partir do pressuposto que uma pessoa vai tratar de uma determinada situação pois está mais familiarizada com ela, isso não significa que ela seja feita. É de extrema importância que os irmãos falem e combinem tarefas entre si, só assim evitam mal-entendidos, preservam a sua relação e apoiam incondicionalmente os pais ou os familiares idosos ou doentes.

4. Assumir que os irmãos são pessoas diferentes daquilo que eram quando crianças
As pessoas desenvolvem-se e à medida que vão adquirindo experiências na vida, vão crescendo e amadurecendo. A relação desenvolvida entre irmãos no passado não quer dizer que seja a mesma no presente. Uma criança aventureira e sem qualquer tipo de preocupação no passado não invalida que o seja em adulto. É necessário dar uma oportunidade e os irmãos devem-se aproximar como adultos, poderão ter surpresas muito agradáveis.

5. Atribuir responsabilidades baseando-se nas funções que ambos desempenhavam durante a infância
Se quando criança, o irmão mais velho ou mais novo desempenhava as tarefas com mais responsabilidade não quer dizer que o faça, quando os pais ou os familiares estão doentes ou prestes a morrer. É contraditório partir deste pressuposto, pois cada um tem os seus próprios problemas e pode não ter disponibilidade e paciência para lidar com os dos outros. O diálogo e a partilha de responsabilidades são fundamentais para chegar a um consenso e auxiliar da melhor forma a pessoa idosa ou doente.

6. Constatar que não existem sinais para alarmes e culpar os irmãos por isso
Nos casos em que os irmãos são afastados, existem aqueles que acompanham de perto a situação sensível em que os pais se encontram e os que são informados sobre esse mesmo estado.
Por vezes, para dar a impressão que ainda tem a saúde de ferro, os pais conseguem dividir os seus filhos em disputas desnecessárias. Por exemplo: quando uma pessoa está doente ou prestes a morrer pode fazer-se de forte e dar a outra face ao dizer que está tudo bem e não existe nenhum motivo para alarme, pois o idoso ou a pessoa que está doente não quer sentir a pena dos outros. Contudo, interiormente pode suceder exatamente o inverso e precisar realmente de auxílio, mas não admite. Desta situação pode resultar um desentendimento clássico entre irmãos, pois os que são informados sobre o estado de saúde dos seus pais podem considerar que os pais estão de perfeita saúde e mais lúcidos que nunca e não era preciso estarem tão preocupados, atribuindo as culpas aos irmãos, apelidando-os de exagerados. Por outro lado, o inverso também é comum acontecer, quando os idosos querem estar no centro de todas as atenções.
Deste exemplo ressalva-se a ideia que as disputas entre irmãos podem ser baseadas em informações falsas e o segredo encontra-se na comunicação desenvolvida entre ambos.

7. Ter uma conversa séria com os pais sobre o fim da vida
O fim da vida ou o estado com que um idoso se depara quando se encontra perto ao óbito, é um tema proibido de conversa entre pais e filhos. No entanto, este é um erro comum que deve ser evitado, pois é através do diálogo que se conhecem as vontades dos pais e se evitam desentendimentos entre irmãos. A melhor solução é convocar uma reunião familiar e relembrar o sofrimento de outros por não terem preparado as coisas. É uma forma de lidar com a dura realidade que se pode acercar a qualquer momento e é muito mais fácil quando parte dos próprios pais.

8. Heranças: pensar que os pais ajustarão desavenças passadas
A herança é dividida, por lei, em partes iguais para com os seus descendentes diretos e essa é a posição que a grande maioria dos pais adota. Contudo, os pais podem dividir a sua herança de forma diferente e isso pode causar conflitos entre irmãos. Para os pais que desejam adotar esta medida e para evitar que não se instale uma guerra entre irmãos no futuro, é fundamental ter uma conversa séria e tranquila com os seus filhos sobre as suas vontades e desejos.

9. Não respeitar a maneira de lidar com o luto
Todas as pessoas reagem de maneira diferente face a uma determinada situação, especialmente em relação ao luto. Ninguém lamenta da mesma forma a morte de alguém, especialmente quando se trata do próprio pai ou mãe. O fato de um irmão passar os dias  chorando não quer dizer que gostava mais do pai do que o irmão que não derrubou uma única lágrima. Por não chorar não quer dizer que não sente dor ou mágoa, pode sim significar o vazio que está  sentindo de viver aquele momento. Respeite os sentimentos dos outros e não pense que eles tem que sentir exatamente aquilo que você sente.

Algumas perguntas importantes, antes de decidir em cuidar de idosos em casa

As famílias que cuidam de idosos em casa estão a tornar-se cada vez mais frequentes: sejam pais, avós, bisavós, familiares ou amigos próximos. No entanto, cuidar de idosos em casa é um passo muito importante, que deve ser dado com muita consciência, planejamento e boa vontade.

Tomar a decisão de cuidar de idosos em casa não deve ser feita de forma espontânea e nem com o lado emocional a “flor da pele”, cuidar de um idoso, esteja ele doente,acamado ou em perfeita saúde, é uma grande responsabilidade. Antes de tomar a decisão de cuidar de um idoso em casa, reflita com sua família as seguintes questões:

·         A sua família está preparada para receber um novo elemento em casa?
·         Como reagiu o seu parceiro(a)?
·         Tem crianças muito pequenas em casa? Os seus filhos ainda necessitam de muita atenção?
·         É possível conciliar a sua vida profissional com o papel de cuidador?
·         Tem flexibilidade no trabalho, no caso de surgir alguma emergência ou quando precisar ir ao médico com o idoso, por exemplo?
·         Tem a possibilidade de trabalhar em casa?
·         O idoso pode ficar sozinho em casa enquanto vai trabalhar?
·         Terá de contratar alguém para estar com o idoso durante o dia?
·         Em termos financeiros, é possível suportar a ida do idoso para a sua casa? O idoso tem recursos financeiros? Pode contribuir?
·         Tem espaço suficiente em casa para receber e cuidar do idoso?
·         Você vai conseguir dar todos os estímulos terapeuticos para o idoso afim dele ter uma qualidade de vida?
·         A casa é segura e vai ser adaptada para o idoso?
·         Terá de fazer algum tipo de adaptação na casa? Comprar mobiliário/equipamento novo?
·         Está preparado para tratar da higiene pessoal do idoso?
·         Sabe agir corretamento em uma Emergência ou Urgência?
·         Muitos idosos precisam de ser apoiados, carregados e levados de um lado para o outro – está fisicamente preparado para isso?
·         Se o idoso tem alguma doença, será que é capaz de lidar com isso diariamente?
·         Está preparado para abdicar do seu tempo livre ou parte do mesmo para cuidar do idoso?
·         Tem um círculo de apoio de familiares e amigos que já se disponibilizaram para ajudar ou está sozinho nesta tarefa?
·         A família está emocionalmente preparada e é emocionalmente forte para lidar com um idoso e os cuidados que este exige ou já têm muitos compromissos que os ocupem?
·         Está preparado para assistir ao envelhecimento e, eventualmente, à morte do idoso?
·         O idoso não estaria melhor em um Recanto para Idosos?


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cuidando de uma pessoa acamada

Como mudar um acamado para a posição sentada
Embora tenha de estar confinada em uma cama, uma pessoa acamada necessita de ser mudada de posição de duas em duas horas, de forma a evitar a formação de escaras, entre outros problemas. Os momentos mais adequados para sentar um acamado numa cama pode ser na hora de ler, ver televisão, fazer as suas refeições ou receber visitas. Mudar um acamado para a posição sentada requer alguma força e pode ser feito por uma ou duas pessoas.
·         Se vai mudar um acamado para a posição sentada, solicite a pessoa para dobrar as pernas, agarrando-o com um braço por baixo destas e outro por baixo das axilas. Para facilitar o momento em que muda o acamado para a posição sentada, se possível, a pessoa deve enterrar os pés e fazer a máxima força possível com as pernas.
·         Se forem duas as pessoas para mudar um acamado para a posição sentada, estas devem posicionar-se uma de cada lado da pessoa; colocando cada uma o braço debaixo dos glúteos do acamado e dando as mãos.
·         Em seguida coloquem o outro braço por de trás das costas da pessoa acamada, até ao ombro oposto.
·         Peça ao acamado para dobrar as pernas, levantar a cabeça e colocar os seus braços por cima de seus ombros.
·         Por fim, a pessoa acamada deve ser erguida pelas costas, ao mesmo tempo que os seus glúteos são “empurrados” suavemente para baixo.
·         Verifiquem se é necessário colocar uma ou mais almofadas nas costas da pessoa acamada e se está segura e confortável.

Como mudar um acamado de posição na cama
Um idoso ou doente acamado passa a maior parte do seu dia na cama e, embora isso seja algo inevitável e mesmo necessário para sua recuperação e bem-estar, não se deve manter uma pessoa acamada na mesma posição durante mais de duas horas – para além de contribuir para a sua mobilidade e conforto, as mudanças de posição regulares são cruciais para evitar a formação de escaras.
·         Sempre que for mudar um acamado de posição, deve informá-la sobre o que vai fazer e que conta com a sua colaboração. Evite mudar um acamado de posição enquanto este estiver dormindo, pois, os movimentos podem assustá-lo, causando uma queda da cama, por exemplo.
·         A primeira coisa que deve fazer é posicionar a pessoa acamada próximo de si, cruzando os seus braços por cima do peito e a perna mais próxima por cima da outra.
·         Se pretende virar o doente para o lado oposto, mantenha-se do mesmo lado da cama; se quiser virar na sua direção, vá para o lado oposto da cama.
·         No momento de efetuar a mudança de posição, coloque uma mão no ombro da pessoa acamada e outra na sua anca, fazendo-a rolar na sua direção ou afastando-a de si.
·         Verifique se o acamado está bem posicionado e confortável, esticando os lençóis/cobertores e acertando a posição das almofadas.
·         Outra forma de mudar uma pessoa acamada de posição na cama é colocá-la na posição sentada.

Como trocar a roupa de cama com uma pessoa acamada
Uma pessoa acamada passa os seus dias deitada ou sentada na cama, que é crucial manter esse ambiente o mais limpo possível. Manter os lençóis sempre bem esticados – os lençóis enrugados são desconfortáveis, podem restringir a circulação e contribuir para a formação de escaras – é crucial mudar os lençóis da cama diariamente. Fazer uma cama com uma pessoa deitada não é difícil, mas sim uma questão de hábito e destreza.
·         Antes de mudar os lençóis da cama, informe a pessoa acamada o que vai fazer e que necessita da sua colaboração.
·         Comece retirando a almofada e o lençol de cima.
·         Com uma mão no braço ou ombro e outra na perna dobrada, rode o acamado para o canto da cama, puxando-o na sua direção.
·         Certifique-se que a pessoa acamada está segura e numa posição fixa.
·         Retire o lençol de baixo e liberte-o até às costas do acamado.
·         Em seguida, coloque o lençol limpo, aproximando-o das costas da pessoa acamada.
·         Agora, desloque o acamado para o outro lado da cama, utilizando a mesma técnica.
·         Retire o lençol sujo e estique o lençol de baixo completamente.
·         Mude a fronha da almofada.
·         Posicione a pessoa acamada novamente e certifique-se que está confortável.
·         Termine com o lençol de cima e a manta ou cobertor.

Como retirar um acamado da cama
Mesmo as pessoas acamadas necessitam de sair da cama, seja para ir ao médico, fazer um pouco de exercício ou simplesmente mudar de posição e sentar-se numa poltrona, por exemplo. Retirar um acamado da cama requer força e estabilidade, mas é uma necessidade para o cuidador – aprenda a fazer com segurança.
·         Antes de mudar uma pessoa acamada de posição ou de a retirá-la da cama, informe-a sobre o que vai fazer e que conta com a sua colaboração.
·         O primeiro passo é sentar a pessoa acamada no canto da cama, colocando um braço por baixo dos ombros e outro por baixo dos seus joelhos, que devem estar ligeiramente flexionados.
·         Por sua vez, o acamado deve colocar os braços em volta do seu pescoço ou ombros; a rotação para a posição sentada deve ser feita com a ajuda dos glúteos.
·         Uma vez sentado, coloque uma toalha ou um pano grande em volta da cintura do acamado e agarre-o pelas extremidades.
·         De seguida, deve apertar, com os seus pés e os joelhos e os joelhos da pessoa acamada, de forma a bloqueá-los.
·         Com a ajuda do pano, que deve ser puxado firmemente pelas pontas, pode levantar a pessoa acamada, apertando-a contra si.
·         A deslocação para a poltrona, sofá ou cadeira de rodas deve ser feita com recurso a passos muito pequenos, sempre com o apoio da toalha/pano e com a pessoa encostada em você.
·         Para sentar a pessoa na poltrona, ambos devem manter os braços esticados e os joelhos flexionados, afastando-se e abaixando-se simetricamente, até a pessoa conseguir sentar.
·         Verifique se a pessoa está confortável, apoiando-o com almofadas se necessário.